31 de maio de 2024

NOVENA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS — TERCEIRO DIA.

Novena meditada de Santo Afonso Maria de Ligório. 
CORAÇÃO AMANTE DE JESUS. 

Exulta et lauda, habitatio Sion; quia magnus in medio tui Sanctus Israel — “Exulta e louva, morada de Sião, porque o Grande, o Santo de Israel, está no meio de ti” (Is 12, 6)
Sumário. Para celebrarmos com fruto a Solenidade do Corpo de Deus, conformemo-nos ao espírito da Igreja, que com a instituição da festa de hoje quis tributar a seu divino Esposo um triplice preito: primeiro, um preito de veneração, em compensação das humilhações a que se sujeitou por nós; segundo, um preito de gratidão, pelo dom tão grande da Santíssima Eucaristia; terceiro, um tributo de reparação, para desagravá-Lo das injúrias que continuamente recebe neste divino Sacramento.
I. CONSIDEREMOS OS ELEVADOS fins que nossa Mãe a santa Igreja teve em mira pela instituição da festa do Santíssimo Sacramento com oitava solene. Com todo esse esplendor de missas, procissões e outros exercícios piedosos, ela quer tributar a seu divino Esposo um tríplice preito, de veneração, de gratidão e de reparação.
Um preito de veneração para compensar-Lhe de algum modo o estado de aniquilamento e humilhação a que se quis sujeitar e ainda se sujeita continuamente para ficar conosco sobre os alta-res; onde, na palavra de São Bernardo, esconde a sua divindade, esconde também sua humanidade, só deixando ver as aparências de pão para assim patentear a ternura do amor que nos tem: Latet divinitas, latet humanitas, sola patent viscera caritatis.
Quis a Igreja também tributar a Jesus Cristo um preito de gratidão, por um dom tão grande, no qual fez o supremo esforço de seu amor para com os homens. — “O Esposo, diz São Pedro de Alcântara, para consolar a sua Esposa durante a sua longa ausência, quis dar-lhe uma companhia; e instituiu este Sacramento, no qual reside em pessoa: era a melhor prova que lhe podia dar do seu amor”. Justo, pois, era que a Igreja excitasse os fiéis, seus filhos, por uma solenidade especial a agradecerem a Jesus sua amorosa presença e a venerarem com afetos de gratidão.
Finalmente, com a festa de hoje, a Igreja quer tributar a Jesus um preito de reparação, a fim de O desagravar de tantas ofensas que Ele recebe continuamente neste divino Sacramento. A Igreja vê que a maior parte dos homens recusa adorá-Lo e reconhecê-Lo pelo que é neste adorável mistério. Sabe que mais de uma vez estes mesmos homens chegaram a calcar aos pés as hóstias consagradas, a lançarem-nas ao lodo, à água, ou às chamas. O que mais a aflige é ver que também a maior parte dos que creem na Eucaristia, em vez de repararem tantos ultrajes por testemunhos de respeito e piedade, vêm aumentar a dor de Jesus pelas suas irreverências nas igrejas, ou deixam-No só sobre o altar, desprovido por vezes de lâmpada e dos ornamentos mais indispensáveis. Ó, que negra ingratidão!
II. Meu irmão, procura conformar-te ao espírito da Igreja e tributa a Jesus o tríplice preito de veneração, de gratidão e de reparação, assistindo com fé às missas e outros exercícios piedosos, aproximando-te da santa comunhão e visitando-O nestes dias com mais frequência.
+ Senhor meu Jesus Cristo, que por amor dos homens ficais noite e dia no Sacramento do altar, onde, cheio todo de misericórdia e bondade, chamais e acolheis todos os que Vos vêm visitar: eu creio que estais presente neste Sacramento. Desde o abismo de meu nada, Vos adoro, e graças Vos dou por todos os benefícios que me tendes feito; especialmente porque Vos destes a mim neste Sacramento, me concedestes por advogada vossa Mãe, a Santíssima Virgem Maria, e me chamastes a Vos visitar nesta igreja. Saúdo hoje o vosso Coração amantissimo e quero saudá-lo por três fins: 1°, em reconhecimento deste grande dom; 2°, em reparação de todos os ultrajes que dos vossos inimigos tendes recebido neste Sacramento; 3°, na intenção de Vos adorar, por esta visita, em todos os lugares do mundo, onde sois menos reverenciado e mais abandonado neste Sacramento.
Amo-Vos, meu Jesus, de todo o meu coração. Pesa-me de ter, no passado, desagradado tantas vezes vossa bondade infinita. Proponho, com o socorro de vossa graça, não Vos ofender mais no futuro. E nesta hora, miserável como sou, me consagro todo a Vós; eu Vos dou e sacrifico minha vontade, meus afetos, meus desejos e todos os meus interesses. Doravante fazei de mim, e de tudo que é meu, o que for de vosso agrado. Somente peço e quero o vosso santo amor, a perseverança final e a graça de cumprir perfeitamente a vossa vontade. Recomendo-Vos as almas do purgatório, principalmente as mais devotas do Santíssimo Sacramento e de Maria Santíssima. — Recomendo-Vos também todos os pobres pecadores. Enfim, amadíssimo Salvador meu, uno os meus afetos aos afetos do vosso Coração amantíssimo, e assim unidos, ofereço-os a vosso Eterno Pai, pedindo-Lhe em vosso nome que por vosso amor se digne de os aceitar e atende.

30 de maio de 2024

NOVENA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS — SEGUNDO DIA

Novena meditada de Santo Afonso Maria de Ligório. 

SOLENIDADE DO CORPO DE DEUS

Exulta et lauda, habitatio Sion; quia magnus in medio tui Sanctus Israel — “Exulta e louva, morada de Sião, porque o Grande, o Santo de Israel, está no meio de ti” (Is 12, 6)
Sumário. Para celebrarmos com fruto a Solenidade do Corpo de Deus, conformemo-nos ao espírito da Igreja, que com a instituição da festa de hoje quis tributar a seu divino Esposo um triplice preito: primeiro, um preito de veneração, em compensação das humilhações a que se sujeitou por nós; segundo, um preito de gratidão, pelo dom tão grande da Santíssima Eucaristia; terceiro, um tributo de reparação, para desagravá-Lo das injúrias que continuamente recebe neste divino Sacramento.
I. CONSIDEREMOS OS ELEVADOS fins que nossa Mãe a santa Igreja teve em mira pela instituição da festa do Santíssimo Sacramento com oitava solene. Com todo esse esplendor de missas, procissões e outros exercícios piedosos, ela quer tributar a seu divino Esposo um tríplice preito, de veneração, de gratidão e de reparação.
Um preito de veneração para compensar-Lhe de algum modo o estado de aniquilamento e humilhação a que se quis sujeitar e ainda se sujeita continuamente para ficar conosco sobre os alta-res; onde, na palavra de São Bernardo, esconde a sua divindade, esconde também sua humanidade, só deixando ver as aparências de pão para assim patentear a ternura do amor que nos tem: Latet divinitas, latet humanitas, sola patent viscera caritatis.
Quis a Igreja também tributar a Jesus Cristo um preito de gratidão, por um dom tão grande, no qual fez o supremo esforço de seu amor para com os homens. — “O Esposo, diz São Pedro de Alcântara, para consolar a sua Esposa durante a sua longa ausência, quis dar-lhe uma companhia; e instituiu este Sacramento, no qual reside em pessoa: era a melhor prova que lhe podia dar do seu amor”. Justo, pois, era que a Igreja excitasse os fiéis, seus filhos, por uma solenidade especial a agradecerem a Jesus sua amorosa presença e a venerarem com afetos de gratidão.
Finalmente, com a festa de hoje, a Igreja quer tributar a Jesus um preito de reparação, a fim de O desagravar de tantas ofensas que Ele recebe continuamente neste divino Sacramento. A Igreja vê que a maior parte dos homens recusa adorá-Lo e reconhecê-Lo pelo que é neste adorável mistério. Sabe que mais de uma vez estes mesmos homens chegaram a calcar aos pés as hóstias consagradas, a lançarem-nas ao lodo, à água, ou às chamas. O que mais a aflige é ver que também a maior parte dos que creem na Eucaristia, em vez de repararem tantos ultrajes por testemunhos de respeito e piedade, vêm aumentar a dor de Jesus pelas suas irreverências nas igrejas, ou deixam-No só sobre o altar, desprovido por vezes de lâmpada e dos ornamentos mais indispensáveis. Ó, que negra ingratidão!
II. Meu irmão, procura conformar-te ao espírito da Igreja e tributa a Jesus o tríplice preito de veneração, de gratidão e de reparação, assistindo com fé às missas e outros exercícios piedosos, aproximando-te da santa comunhão e visitando-O nestes dias com mais frequência.
+ Senhor meu Jesus Cristo, que por amor dos homens ficais noite e dia no Sacramento do altar, onde, cheio todo de misericórdia e bondade, chamais e acolheis todos os que Vos vêm visitar: eu creio que estais presente neste Sacramento. Desde o abismo de meu nada, Vos adoro, e graças Vos dou por todos os benefícios que me tendes feito; especialmente porque Vos destes a mim neste Sacramento, me concedestes por advogada vossa Mãe, a Santíssima Virgem Maria, e me chamastes a Vos visitar nesta igreja. Saúdo hoje o vosso Coração amantissimo e quero saudá-lo por três fins: 1°, em reconhecimento deste grande dom; 2°, em reparação de todos os ultrajes que dos vossos inimigos tendes recebido neste Sacramento; 3°, na intenção de Vos adorar, por esta visita, em todos os lugares do mundo, onde sois menos reverenciado e mais abandonado neste Sacramento.
Amo-Vos, meu Jesus, de todo o meu coração. Pesa-me de ter, no passado, desagradado tantas vezes vossa bondade infinita. Proponho, com o socorro de vossa graça, não Vos ofender mais no futuro. E nesta hora, miserável como sou, me consagro todo a Vós; eu Vos dou e sacrifico minha vontade, meus afetos, meus desejos e todos os meus interesses. Doravante fazei de mim, e de tudo que é meu, o que for de vosso agrado. Somente peço e quero o vosso santo amor, a perseverança final e a graça de cumprir perfeitamente a vossa vontade. Recomendo-Vos as almas do purgatório, principalmente as mais devotas do Santíssimo Sacramento e de Maria Santíssima. — Recomendo-Vos também todos os pobres pecadores. Enfim, amadíssimo Salvador meu, uno os meus afetos aos afetos do vosso Coração amantíssimo, e assim unidos, ofereço-os a vosso Eterno Pai, pedindo-Lhe em vosso nome que por vosso amor se digne de os aceitar e atende.

29 de maio de 2024

NOVENA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS — PRIMEIRO DIA

Novena meditada de Santo Afonso Maria de Ligório. 

CORAÇÃO AMÁVEL DE JESUS. 

Totus desiderabilis: talis est dilectus meus — “Todo desejável, tal é o meu amado” (Ct 5, 16)
Sumário. O fim principal que nos devemos propor nesta novena é o nosso progresso contínuo no amor de Jesus Cristo, para assim o desagravar dos ultrajes que recebe, especialmente no Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Consideremos, pois, a amabilidade desse Coração divino, todo puro, todo santo, todo amor para com Deus e para conosco. Basta dizer que Deus nele acha as suas delícias, toda a sua complacência. Será então possível não as acharmos também? Ah, meu Jesus, eu Vos amo e quero amar-Vos sempre de todo o coração.
I. QUEM SE MOSTRA sempre e em tudo amável faz-se necessariamente amar. Ah! Se procurássemos conhecer todos os belos títulos que Jesus Cristo tem para ser amado, todos nós acharíamos na feliz necessidade de o amar. Que coração há mais amável que o de Jesus Cristo? Coração este, todo puro, todo santo, todo amor para com Deus e para conosco. Coração cujos desejos têm por objeto único a glória divina e o nosso bem. Coração no qual Deus acha todas as suas delícias e toda a sua complacência.
No coração de Jesus estão concentradas todas as perfeições e virtudes: um amor ardentíssimo a Deus seu Pai, unido à mais profunda humildade e reverência; uma suprema confusão pelos nossos pecados que tomou sobre si, unida à confiança mais perfeita de Filho terníssimo; uma extrema detestação das nossas culpas, unida a uma viva compaixão das nossas misérias; uma dor suprema unida a uma conformidade perfeita com a vontade de Deus. Em Jesus, portanto, acha-se tudo que possa haver de amável.
Uns são atraídos ao amor pela beleza, outros pela inocência, estes pela convivência, aqueles pela devoção. Mas se houvesse uma pessoa que em si reunisse todas estas e mais outras virtudes, quem poderia deixar de a amar? Se soubéssemos que longe de nós reina um monarca famoso, humilde, afável, piedoso, cheio de caridade, manso para com todos e benfazejo até para com os que lhe fazem mal; mesmo sem o conhecermos e termos que ver com ele, seríamos cativados pelo seu amor e constrangidos a amá-lo. — Como é então possível, que Jesus Cristo, que possui todas estas virtudes e em grau supremo, que nos ama tão ternamente, seja amado tão pouco pelos homens e não seja o objeto único de nosso amor?
Ah, Deus! Jesus, que só é amável e nos deu tantas provas do amor que nos tem, Jesus só, por assim dizer, é tão inditoso, que não consegue ver-se amado de nós, como se não fosse bastante digno de nosso amor! É o que fazia chorar uma Rosa de Lima, uma Catarina de Gênova, uma Teresa, uma Maria Madalena de Pazzi, que contemplando a ingratidão dos homens exclamavam entre lágrimas: O amor não é amado! O amor não é amado!
II. Ó meu amável Redentor, que objeto mais digno de amor podia o vosso Eterno Pai mandar-me amar fora de Vós? Vós sois o enlevo do paraíso e o amor de vosso Pai; vosso Coração é a sede de todas as virtudes. Amabilíssimo Coração do meu jesus, Vós mereceis o amor de todos os corações. Muito pobre e infeliz é o coração que Vos não ama. Tão infeliz foi o meu coração durante todo o tempo que Vos não amou. Mas não quero continuar a ser tão desgraçado, pois amo-Vos, ó Jesus, e quero sempre amar-Vos.
Ó Senhor, no passado vivi esquecido de Vós; e agora que esperarei? Talvez que a minha ingratidão Vos obrigue a Vos esquecer inteiramente de mim e a me desamparar? Não, meu dulcíssimo Salvador, não o permitais. Vós sois o amor de um Deus e não o sereis de um miserável pecador como eu, a quem tanto tendes amado e cumulado de benefícios? Ó formosas chamas, que ardeis no Coração amoroso do meu Jesus, acendei no meu pobre coração este fogo sagrado e bendito que Jesus veio trazer do céu à terra. Consumi e destruí todos os afetos impuros que reinam em meu coração e o impedem de ser todo de Deus. Fazei, ó meu Jesus, que eu viva unicamente para Vos amar, meu amado Salvador.
Se outrora Vos desprezei, sabei que hoje sois o meu único amor. Amo-Vos, amo-Vos, amo-Vos e só a Vós quero amar. Ô meu amadíssimo Senhor, não recuseis o amor de um coração que por tanto tempo Vos afligiu. Seja uma glória vossa mostrar aos anjos um coração todo abrasado em vosso amor, que outrora fugia de Vós e Vos desprezava. — Virgem Santíssima e esperança minha, Maria, ajudai-me; rogai-Lhe que com a sua graça me torne tal qual seu Coração me deseja.

28 de maio de 2024

ACUSAÇÃO DA ALMA NO JUÍZO PARTICULAR.

Meditação de Santo Afonso Maria de Ligório. 

Quid faciam, cum surrexerit ad iudicandum Deus? Et cum quaesierit, quid respondebo illi? — “Que farei quando Deus se levantar para me julgar? E quando me perguntar que lhe responderei?” (Jó 31, 14)
Sumário. Logo que o homem expira, assentar-se-á contra ele o juízo. Virão depois os acusadores, particularmente o demônio, que o tentou durante a vida e o anjo da guarda, cujas inspirações desprezou. Jesus Cristo mesmo, que a tudo esteve presente, será, ao mesmo tempo, testemunha e juiz. Dize-me: que responderemos a tais acusadores se tivermos a desgraça de morrer em pecado? E se a morte nos colhesse nesta noite, qual seria a nossa sentença?
I. LOGO QUE o homem expira, assentar-se-á contra ele o juízo e serão abertos os livros (Dn 7, 10). Esses livros serão dois: o Evangelho e a consciência. No Evangelho se lerá o que o culpado devia fazer; na consciência, o que tiver feito. — Na balança da divina justiça, não se pesarão as riquezas, nem a dignidade, nem a nobreza das pessoas, mas tão somente as obras. Pelo que Daniel disse ao rei Baltazar: Appensus es in statera, et inventus es minus habens (Dn 5, 27) — “Foste pesado na balança e achou-se que tinhas menos do peso”. Notai bem, comenta o Padre Álvares: não é o ouro, nem o poder de rei que está na balança, mas unicamente a sua pessoa.
Virão depois os acusadores e em primeiro lugar o demônio. O espírito maligno agora engana-nos com mil astúcias; mas ali, diz Santo Agostinho, perante o tribunal de Jesus Cristo: recitabit verba professionis nostrae, representará todas as obrigações que havíamos assumido e deixado de cumprir. Obiciet in faciem nos-tram, denunciar-nos-á todas as faltas, marcando o dia e a hora em que as cometemos. Depois, segundo diz o mesmo santo, dirá ao Juiz: Senhor, por este culpado eu não sofri bofetadas como Vós, nem açoites, nem qualquer outro castigo e contudo ele Vos virou as costas, a Vós que morrestes pela sua salvação, para se fazer meu escravo; é, pois, justo que seja meu. Ordenais, pois, que seja todo meu, já que não quis ser vosso: ludica esse meum qui tuus esse noluit.
Virá em seguida como acusador o anjo da guarda, que, na palavra de Orígenes, dirá: Senhor, durante tantos anos me empenhei junto dele, mas desprezou todas as minhas admoestações. Então, sucederá o que diz Jeremias; os próprios amigos serão contra a alma culpada: Omnes amici eius spreverunt eum (Lm 1, 2).
II. Não serão somente os demônios e os anjos da guarda os acusadores da alma perante o tribunal de Jesus Cristo. Segundo o profeta Habacuc serão também acusadoras as paredes, no recinto das quais se tiver pecado (Hb 2, 11); e segundo São Paulo, a própria consciência dará testemunho contra o pecador, e São Bernardo acrescenta que também os pecados falarão e dirão: Sabes que tu nos praticaste, somos, pois, obras tuas; não te deixamos: Opera tua sumus, non te deseremus.
Mas acima de todos, diz São João Crisóstomo, bradarão por vingança as chagas de Jesus Cristo: “Os cravos, diz o santo, queixar-se-ão de ti; as chagas falarão contra ti, a própria Cruz de Jesus Cristo levantará a voz contra ti”.
A tudo isso que poderá responder o pobre pecador? E tu, minha alma, que é que responderás? Interroga-te a ti a mesma e pergunta com o santo Jó: Quid faciam, cum surrexerit ad iudicandum Deus (Jó 31, 14) — “Que farei quando Deus se levantar para me julgar?”.
Ah! Meu Jesus, se me quisésseis agora pagar segundo as obras que fiz, não receberia em paga senão o inferno. Quantas vezes eu mesmo escrevi a minha condenação àquele lugar de tormentos! Agradeço-Vos a paciência que tivestes em me suportar. Ó meu Deus, se devesse agora comparecer no vosso tribunal, que conta daria de toda a minha vida? Non intres in iudicium cum servo tuo (SI 142, 2) — “Não entreis em juízo com vosso servo”. Esperai, Senhor, um pouco; não me julgueis ainda! Já que tantas misericórdias me tendes prodigalizado até o presente, concedei-me ainda esta: dai-me uma grande dor de meus pecados. Arrependo-me, ó Bem supremo, de Vos ter tantas vezes desprezado. Amo-Vos sobre todas as coisas. - Perdoai-me, Eterno Pai, pelo amor de Jesus Cristo e pelos seus merecimentos dai-me a santa perseverança. Tudo espero, meu Jesus, do vosso sangue. — Maria Santíssima, em vós confio. Lançai, ó minha Mãe, um olhar sobre a minha miséria e tende piedade de mim.

27 de maio de 2024

SÃO BEDA, O VENERÁVEL CONFESSOR E DOUTOR DA IGREJA.

🤍 Paramentos brancos. 


Beda, presbítero, nascido em 673 em Monkton em Northumberland, na fronteira da Inglaterra com a Escócia, aos sete anos recebeu a educação de São Bento Bispo abade do mosteiro beneditino em Wearmouth. Tornando-se então monge, regulou a sua vida de tal forma que, embora se dedicasse inteiramente ao estudo das artes e das ciências, nunca negligenciou de todo a disciplina regular. Não havia nenhum tipo de doutrina que ele não possuísse com excelência; mas sua principal preocupação era a meditação nas Escrituras divinas e, para compreendê-las melhor, aprendeu as línguas grega e hebraica. Ele se tornou diácono aos dezenove anos; aos trinta anos, ordenado sacerdote por ordem do seu abade, imediatamente, a pedido do bispo Acca de Exham, começou a explicar o texto sagrado. E nisto seguiu a doutrina dos Santos Padres, a ponto de não afirmar nada que não fosse apoiado pelo seu testemunho, muitas vezes ainda quase usando as suas expressões. Sempre inimigo da ociosidade, passou da aula para a oração e desta voltou para a aula: e ficou tão apaixonado pelo assunto que tratava que muitas vezes as lágrimas acompanhavam suas explicações. E para não se distrair com os cuidados das coisas temporais, nunca quis aceitar o cargo de abade que lhe foi oferecido diversas vezes. A fama do conhecimento e da santidade de Beda tornou o seu nome tão famoso que o Papa São Sérgio pensou em chamá-lo. a Roma, para poder trabalhar na solução de questões muito difíceis que a ciência sagrada tinha que estudar na época. Escreveu vários livros para a reforma da moral entre os fiéis, e para a defesa e explicação da fé, com os quais adquiriu tal fama entre todos que São Bonifácio, bispo e mártir, o proclamou Luminar da Igreja; Lanfranco disse que era doutor dos ingleses; o Conselho de Aachen, um Doutor admirável. Na verdade, enquanto ainda estava vivo, seus escritos foram lidos publicamente nas Igrejas. Assim, como não era lícito chamá-lo de santo, deram-lhe o título de Venerável; que permaneceu como seu mesmo em tempos posteriores. A sua doutrina teve tanta força e eficácia porque encontrou confirmação na santidade da sua vida e na natureza da virtude religiosa. Assim, todos os discípulos que teve, e eram muitos e ilustres, graças às suas lições e exemplos, distinguiram-se não só nas letras e nas ciências, mas também na santidade. Finalmente, abatido pela idade e pelo cansaço, adoeceu gravemente. E embora o mal tenha durado mais de cinquenta dias, ainda assim não interrompeu nem suas orações nem as explicações comuns das Escrituras; e foi precisamente nessa época que ele traduziu o Evangelho de São João para o inglês para uso de seus compatriotas. Na manhã da Ascensão, sentindo a morte próxima, desejou o conforto dos últimos Sacramentos da Igreja; então, abracem-s irmãos, deitado sobre o saco no chão, e repetindo duas vezes estas palavras: “Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo”, adormeceu no Senhor. Era 25 de maio de 735. Seu corpo, expirando, como se diz, com um odor muito doce, foi sepultado no mosteiro de Jarrow, e depois transferido pelo rei Eduardo, o Confessor, para a Catedral de Durham com as relíquias de São Cuthbert de Lindisfarne. Já venerado como Doutor pelos Beneditinos e por outras famílias religiosas e dioceses, o Sumo Pontífice Leão XIII, com o decreto da Sagrada Congregação dos Ritos de 13 de novembro de 1899, declarou-o Santo e Doutor da Igreja universal, ordenando que o dia de sua festa seja celebrada em todos a Santa Missa e no Ofício dos doutores. 
Hoje há também a comemoração de São João I, papa e Mártir, na prisão de Ravena, onde o perverso Teodorico o havia eliminado. 

Comemoração de São João I, Papa e Mártir.

João, Toscano, governou a Igreja de 13 de agosto de 523 a 18 de maio de 526, sob o imperador Justino, o Velho, a quem visitou em Constantinopla para lhe pedir ajuda, pois o herege ariano rei Teodorico devastou a Itália. Deus ilustrou sua jornada com milagres. Na verdade, um nobre tendo-lhe emprestado o gentil cavalo que sua esposa montava para ir a Corinto, aconteceu que o cavalo então voltou para seu dono ficou tão furioso que, com tremores por todo o corpo, sempre jogava sua dona , quase indignado por trazer novamente uma mulher depois de ter trazido o Vigário de Jesus Cristo. Portanto, eles doaram o cavalo ao Papa. Mas um milagre ainda maior ocorreu em Constantinopla, na entrada da Golden Gate, quando ele, diante de um grande número de pessoas, restaurou a visão de um cego que tinha ido ao encontro do Pontífice em sinal de honra junto com o Imperador. Até o imperador prostrou-se a seus pés em sinal de veneração. Tendo acertado tudo com o imperador, regressou à Itália, e imediatamente escreveu uma carta a todos os bispos do país, ordenando-lhes que consagrassem as igrejas dos arianos ao culto católico, acrescentando: Porque nós também, quando estivemos em Constantinopla e para o bem da religião católica e para a questão do rei Teodorico, consagramos nesses distritos como igrejas católicas todas aquelas que ali conseguimos recuperar. Teodorico, extremamente irritado com esta conduta, atraiu o Papa a Ravena e jogou-o na prisão; onde, arruinado por condições insalubres e privações, terminou a sua vida em poucos dias, depois de dois anos de pontificado, nove meses e catorze dias, e depois de ter ordenado quinze bispos durante este tempo. Era 18 de maio de 526. Pouco depois, Teodorico também morreu: e, como conta São Gregório, um eremita o viu cair na cratera de Lipari, diante do Papa João e do patrício Símaco, a quem ele também havia feito morrer; para que estes dois que ele condenou à morte testemunhassem a sua perdição como juízes. O corpo de João foi trazido de Ravenna para Roma e enterrado na Basílica de São Pedro em 27 de maio de 530.

INTROITUS
Eccli 15:5- In médio Ecclésiæ apéruit os eius: et implévit eum Dóminus spíritu sapiéntiæ et intelléctus: stolam glóriæ índuit eum. Allelúja, allelúja. ~~ Ps 91:2- Bonum est confitéri Dómino: et psállere nómini tuo, Altíssime. ~~ Glória~~ In médio Ecclésiæ apéruit os eius: et implévit eum Dóminus spíritu sapiéntiæ et intelléctus: stolam glóriæ índuit eum. T.P. Allelúja, allelúja.

Eccli 15:5- Deus abriu a boca no meio da assembléia e o encheu do espírito de sabedoria e de entendimento; você o cobre com o manto da glória. Aleluia, aleluia ~~ Sl 91:2 - É bom cantar glória ao Senhor: e louvar, Altíssimo, o teu nome. ~~ Glória ~~ Deus abriu a boca no meio da assembleia, encheu-o do espírito de sabedoria e inteligência; você o cobre com o manto da glória. Aleluia, aleluia 

GLORIA

ORATIO
Orémus.
Deus, qui Ecclésiam tuam beáti Bedæ Confessóris tui atque Doctóris eruditióne claríficas: concéde propítius fámulis tuis; ejus semper ilustrári sapiéntia et méritis adjuvári. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Oremos.
Ó Deus, que iluminais a vossa Igreja com a doutrina do bem-aventurado confessor e doutor Beda; conceda favor a seus servos para que sejam guiados por sua sabedoria e ajudados por seus méritos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

Orémus.
Commemoratio S. Joannis papae et martyris
Gregem tuum, Pastor ætérne, placátus inténde: et, per beátum Joánnem Mártyrem tuum atque Summum Pontíficem, perpétua protectióne custódi; quem totíus Ecclésiæ præstitísti esse pastórem.
Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Oremos.
Ó eterno Pastor, volta o teu olhar benigno para o teu rebanho e guarda-o com proteção contínua, por intercessão do teu mártir e Sumo Pontífice São João, que estabeleceste como pastor de toda a Igreja. Por nosso Senhor Jesus Cristo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

LECTIO
Léctio Epístolæ beáti Pauli Apóstoli ad Timotheum 2 Tim 4:1-8.
Caríssime: Testíficor coram Deo, et Jesu Christo, qui judicatúrus est vi vos et mórtuos, per advéntum ipsíus et regnum ejus: praedica verbum, insta opportúne, importune: árgue, óbsecra, íncrepa in omni patiéntia, et doctrína. Erit enim tempus, cum sanam doctrínam non sustinébunt, sed ad sua desidéria, coacervábunt sibi magistros, pruriéntes áuribus, et a veritáte quidem audítum avértent, ad fábulas autem converténtur. Tu vero vígila, in ómnibus labóra, opus fac Evangelístæ, ministérium tuum ímpie. Sóbrius esto. Ego enim jam delíbor, et tempus resolutiónis meæ instat. Bonum certámen certávi, cursum consummávi, fidem servávi. In réliquo repósita est mihi coróna justítiæ, quam reddet mihi Dóminus in illa die, justus judex: non solum autem mihi, sed et iis, qui díligunt advéntum ejus.

Caríssimos: Conjuro-vos diante de Deus e de Jesus Cristo, que há de vir julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino: pregue a Palavra, insista a tempo e fora de tempo. Repreender, exortar, repreender com ensino paciente; porque chegará o tempo em que as pessoas não serão capazes de tolerar a sã doutrina, mas de se entregarem à sua paixão e desejo pela novidade, será criada uma multidão de professores e, para não ouvirem a verdade, seguirão os contos de fadas. Mas vigie todas as coisas, suporte as aflições, desempenhe o ofício de pregar o evangelho, cumpra o seu ministério e seja temperante. Quanto a mim, meu sangue está prestes a ser derramado como uma libação, e o tempo de minha libertação do corpo está próximo. Combati o bom combate, guardei a fé. Resta-me apenas receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não só para mim, mas também para aqueles que desejam a sua vinda.

ALLELUIA
Allelúja, allelúja.
Eccli 45:9
Amávit eum Dóminus, et ornávit eum: stolam glóriæ índuit eum.
Osee 14:6.
Justus germinábit sicut lílium: et florébit in ætérnum ante Dóminum. Allelúja.

Aleluia, aleluia.
O Senhor o amou e o encheu de honra: vestiu-o com um manto de glória. Aleluia.
O justo crescerá como o lírio, florescerá para sempre diante do Senhor. Aleluia.

EVANGELIUM
Sequéntia ✠ sancti Evangélii secúndum Matthaeum Matt 5:13-19.
In illo témpore: Dixit Jesus discípulis suis: Vos estis sal terræ. Quod si sal evanúerit, in quo saliétur? Ad níhilum valet ultra, nisi ut mittátur foras, et conculcétur ab homínibus. Vos estis lux mundi. Non potest cívitas abscóndi supra montem pósita. Neque accéndunt lucérnam, et ponunt eam sub módio, sed super candelábrum, ut lúceat ómnibus qui in domo sunt. Sic lúceat lux vestra coram homínibus, ut vídeant ópera vestra bona, et gloríficent Patrem vestrum, qui in coelis est. Nolíte putáre, quóniam veni sólvere legem aut prophétas: non veni sólvere, sed adimplére. Amen, quippe dico vobis, donec tránseat coelum et terra, iota unum aut unus apex non præteríbit a lege, donec ómnia fiant. Qui ergo solvent unum de mandátis istis mínimis, et docúerit sic hómines, mínimus vocábitur in regno coelórum: qui autem fécerit et docúerit, hic magnus vocábitur in regno coelórum.
R. Laus tibi, Christe.
S. Per Evangélica dicta, deleántur nostra delícta.

Sequência ✠ do Santo Evangelho segundo São Mateus 5:13-19.
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. E se o sal perder as suas virtudes, como será reativado? Não é melhor do que ser jogado fora e pisoteado pelas pessoas. Você é a luz do mundo. Uma cidade situada numa montanha não pode permanecer escondida. Nem se acende a candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no castiçal, para que ilumine os que estão na casa. Portanto, deixe a sua luz brilhar diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem o seu Pai que está nos céus. Não pensem que vim para revogar a Lei ou os Profetas, mas para completar. Em verdade vos digo que até que o céu e a terra passem, nem um só iota ou um só til da Lei passará, até que tudo seja cumprido. Quem, portanto, violar um dos menores destes mandamentos e ensinar isso aos homens, será o menor no reino dos céus; mas aquele que trabalha e ensina será considerado grande no reino dos céus”.
R. Louvado sejas ó Cristo. 
S. Que pelas palavras do Santo Evangelho, sejam apagados os nossos pecados.

Homilia de São Beda, o Venerável, Sacerdote Sobre o Evangelho: vós sois o sal da terra. " "Por terra, queremos dizer a natureza humana; pelo sal, sabedoria nas palavras. Na verdade, o sal, por sua natureza, esteriliza a terra; por isso lemos que certas cidades foram salpicadas com sal em vingança pelos vencedores. E isto se adapta bem à doutrina dos Apóstolos, porque o sal da sabedoria semeado na terra da nossa carne impede que germine o luxo do mundo ou a feiúra dos vícios. «Agora, se o sal perder o sabor, com que será salgado?». Ou seja, se você, que deve ser o tempero do povo, por medo de perseguição, ou por medo vão, perder o reino dos céus, não há dúvida de que, colocado fora da Igreja, você se tornará o escárnio do inimigos. «Vocês são a luz do mundo»: isto é, vocês, que foram iluminados pela luz verdadeira, devem ser a luz de quem está no mundo. “Uma cidade situada sobre uma montanha não pode permanecer escondida”, isto é, a doutrina dos Apóstolos que se funda em Cristo, ou a Igreja construída sobre Cristo, composta por muitas pessoas unidas pela fé e cimentadas pelo vínculo da caridade; ela oferece asilo seguro a quem entra, é de difícil acesso a quem se aproxima, guarda quem ali vive e repele todos os inimigos «Nem acendem a candeia e a colocam debaixo do alqueire, mas no castiçal». Agora ele coloca a lâmpada debaixo do alqueire de quem obscurece e cobre a luz da doutrina, fazendo-a servir a vantagens temporais; pelo contrário, quem se submete ao ministério de Deus coloca-o no castiçal, para mostrar a doutrina da verdade acima da servidão do corpo. Ou ainda: o Salvador acende a lâmpada, aquele que iluminou a nossa natureza humana com a chama da divindade; e colocou esta luz no castiçal, isto é, na Igreja, imprimindo na nossa testa a fé da sua encarnação. Esta lâmpada não poderia ser colocada debaixo do alqueire, isto é, encerrada nas dimensões da lei; nem lançou luz apenas sobre a Judéia, mas sobre o mundo inteiro."

CREDO

OFFERTORIUM
Ps 91:13
Justus ut palma florébit: sicut cedrus, quæ in Líbano est multiplicábitur. Alleluja.

O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano, aleluia.

SECRETA
Sancti Bedæ Confessóris tui atque Doctoris nobis, Dómine, pia non desit orátio: quæ et múnera nostra concíliet; et tuam nobis indulgéntiam semper obtíneat. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Ó Senhor, que a piedosa intercessão do Bem-aventurado Beda, vosso confessor e médico, nunca nos falte, que façamos agradáveis ​​a vós as nossas dádivas e obtenhamos sempre a vossa indulgência para nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

Pro S. Joanne
Oblátis munéribus, quǽsumus, Dómine, Ecclésiam tuam benígnus illúmina: ut, et gregis tui profíciat ubique succéssus, et grati fiant nómini tuo, te gubernánte, pastóres. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Pelos dons que te oferecemos, ó Senhor, ilumina a tua Igreja, para que por toda parte o teu rebanho progrida e, dóceis à tua orientação, os pastores sejam agradáveis ​​ao teu nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

COMMUNIO
Matt 5:14; 5:16
Vos estis lux mundi: sic lúceat lux vestra coram homínibus, ut vídeant ópera vestra bona, et gloríficent Patrem vestrum qui in coelis est, allelúia.

Vós sois a luz do mundo: por isso brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus. Aleluia.

POSTCOMMUNIO
Orémus.
Ut nobis, Dómine, tua sacrifícia dent salútem: beátus Beda Conféssor tuus et egrégius, quǽsumus, precátor accédat. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Oremos. 
Que o Beato Beda, vosso confessor e estimado doutor, interceda por nós, Senhor, para que o vosso sacrifício nos traga a salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.   

Oremus
Pro S. Joanne
Refectióne sancta enutrítam gubérna, quǽsumus, Dómine, tuam placátus Ecclésiam: ut, poténti moderatióne dirécta, et increménta libertátis accípiat et in religiónis integritáte persístat. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Guia benevolentemente, ó Senhor, a tua Igreja, nutrida com este santo refrigério: dirigida pelo teu poderoso governo, que ela desfrute de uma liberdade crescente e mantenha intacta a sua fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

O CORPO NA TUMBA.

Meditação de Santo Afonso Maria de Ligório. 

Subter te sternetur tinea, et operimentum tuum erunt vermes — “Debaixo de ti se estenderá por cama a polilha, e a tua coberta serão os bichos” (Is 14, 11)
Sumário. Meu irmão, para ver melhor o que és, aproxima-te de um túmulo. Eis como daquele cadáver sai uma matéria infecta, na qual se gera uma multidão de vermes que se nutrem da carne. Caem as faces, os lábios, os cabelos. E, finalmente, daquele corpo nutrido com tanta delicadeza, causa talvez de tantas ofensas do Senhor, não resta nada senão um esqueleto fétido, um punhado de pó. Quantos têm, à vista de um cadáver, deixado o mundo e entrado numa ordem religiosa!
I. PARA MELHOR VER o que és, ó cristão, diz São João Crisóstomo: Perge ad sepulchrum — “vai visitar os túmulos”. Vê como esse cadáver se vai tornando de amarelo em negro. Em seguida aparece pelo corpo todo uma penugem branca e repelente. Sai dela uma matéria viscosa e infecta que corre pela terra. Nesse pus gera-se em breve uma multidão de vermes que se nutrem das carnes. Despegam-se e caem as faces, os lábios, os cabelos; e daquele corpo só resta finalmente um esqueleto fétido, que com o tempo se divide, destacando-se os ossos uns dos outros, e separando-se a cabeça do tronco. Redacta quasi in favillam aestivae areae, quae rapta sunt vento (Dn 2, 35) — “Como a miúda palha, que o vento leva fora da eira em tempo de estio”. Tal é o homem, um pouco de pó arrastado pelo vento.
Onde está aquele cavalheiro, outrora encanto e alma da sociedade? Entra no seu quarto; já lá não está. Se procurares o seu leito, saberás que foi dado a outro. Os vestidos, as armas: outros já tomaram posse delas e as dividiram entre si. Se o queres ver, vai a essa cova, onde jaz em podridão e com os ossos descarnados. Ó Deus! A que estado ficou reduzido o corpo nutrido com tanta delicadeza, vestido com tanta pompa, cercado de tantos servos!
Quantos têm, à vista de um cadáver, deixado o mundo e entrado numa ordem religiosa!
II. Santos do céu, como haveis sido prudentes, vós que pelo amor de Deus, a quem só amastes na terra, soubestes mortificar o vosso corpo. Agora, vossos ossos são conservados e honrados como relíquias santas em relicários de ouro, enquanto que vossas belas almas gozam de Deus, esperando o dia final em que vossos corpos irão também tomar parte na glória eterna, como tomaram parte na cruz durante a vida. E assim que se ama verdadeiramente o corpo, carregando-o neste mundo de aflições, a fim de que seja eternamente feliz e recusando-lhe as doçuras que o tornariam infeliz na eternidade.
Aí está, meu Deus, o que deve ser um dia este corpo, pelo qual tanto Vos ofendi, presa dos vermes e da podridão! Mas não me aflijo, ó Senhor, antes me regozijo, de que assim se deve corromper e consumir esta carne, que me fez perder-Vos, ó soberano Bem. O que me aflige é ter-Vos dado tantos desgostos, só para alcançar mais algum prazer. Não quero, porém, desconfiar da vossa misericórdia.
Vós esperastes por mim para me perdoar: Expectat Deus, ut mise-reatur vestri (Is 30, 18). Quereis perdoar-me, se eu me arrepender.
Ó, sim! Eu me arrependo de todo o meu coração, de Vos haver desprezado, ó bondade infinita. Dir-Vos-ei com Santa Catarina de Gênova: Meu Jesus, nunca mais pecarei; não, nunca mais pecarei!
Não, não quero mais abusar de vossa paciência.
Ó meu amor crucificado, não quero esperar para Vos abraçar até que me sejais apresentado pelo confessor no momento da morte. Desde já Vos abraço; desde já Vos recomendo a minha alma: In manus tuas, Domine, commendo spiritum meum (SI 30, 6). A minha alma entregou-se anos e anos ao mundo e não Vos amou: dai-me a luz e a força para Vos amar o resto de minha vida. Não quero, para Vos amar, esperar pela hora da morte; desde já Vos amo, Vos abraço, e Vos estreito ao coração; e prometo nunca mais abandonar-Vos. — Ó Virgem Santíssima, ligai-me a Jesus Cristo e alcançai-me a graça de nunca mais o perder.

26 de maio de 2024

O SÍMBOLO 'QUICUMQUE' OU DE 'SANTO ATANÁSIO'.

O Símbolo “Quicumque” é uma profissão de fé composta por volta do século V atribuída a Santo Atanásio (295-373), o bispo de Alexandria que se opôs vigorosamente aos hereges arianos, por isso é chamado de Símbolo Atanasiano ou mais precisamente Pseudo-Atanasiano. A Igreja Romana recita-o no Breviário no Primeiro Ofício do Domingo.

Quicúmque vult salvus esse, ante ómnia opus est, ut téneat cathólicam fidem:
Quam nisi quisque íntegram inviolatámque serváverit, absque dúbio in ætérnum períbit.
Fides autem cathólica hæc est: ut unum Deum in Trinitáte, et Trinitátem in unitáte venerémur.
Neque confundéntes persónas, neque substántiam separántes.
Alia est enim persóna Patris, ália Fílii, ália Spíritus Sancti:
Sed Patris, et Fílii, et Spíritus Sancti una est divínitas, æquális glória, coætérna majéstas.
Qualis Pater, talis Fílius, talis Spíritus Sanctus.
Increátus Pater, increátus Fílius, increátus Spíritus Sanctus.
Imménsus Pater, imménsus Fílius, imménsus Spíritus Sanctus.
Ætérnus Pater, ætérnus Fílius, ætérnus Spíritus Sanctus.
Et tamen non tres ætérni, sed unus ætérnus.
Sicut non tres increáti, nec tres imménsi, sed unus increátus, et unus imménsus.
Simíliter omnípotens Pater, omnípotens Fílius, omnípotens Spíritus Sanctus.
Et tamen non tres omnipoténtes, sed unus omnípotens.
Ita Deus Pater, Deus Fílius, Deus Spíritus Sanctus.
Ut tamen non tres Dii, sed unus est Deus.
Ita Dóminus Pater, Dóminus Fílius, Dóminus Spíritus Sanctus.
Et tamen non tres Dómini, sed unus est Dóminus.
Quia, sicut singillátim unamquámque persónam Deum ac Dóminum confitéri christiána veritáte compéllimur: ita tres Deos aut Dóminos dícere cathólica religióne prohibémur.
Pater a nullo est factus: nec creátus, nec génitus.
Fílius a Patre solo est: non factus, nec creátus, sed génitus.
Spíritus Sanctus a Patre et Fílio: non factus, nec creátus, nec génitus, sed procédens.
Unus ergo Pater, non tres Patres: unus Fílius, non tres Fílii: unus Spíritus Sanctus, non tres Spíritus Sancti. 
Et in hac Trinitáte nihil prius aut postérius, nihil majus aut minus: sed totæ tres persónæ coætérnæ sibi sunt et coæquáles.
Ita ut per ómnia, sicut jam supra dictum est, et únitas in Trinitáte, et Trínitas in unitáte veneránda sit.
Qui vult ergo salvus esse, ita de Trinitáte séntiat.
Sed necessárium est ad ætérnam salútem, ut Incarnatiónem quoque Dómini nostri Jesu Christi fidéliter credat.
Est ergo fides recta ut credámus et confiteámur, quia Dóminus noster Jesus Christus, Dei Fílius, Deus et homo est.
Deus est ex substántia Patris ante sǽcula génitus: et homo est ex substántia matris in sǽculo natus.
Perféctus Deus, perféctus homo: ex ánima rationáli et humána carne subsístens.
Æquális Patri secúndum divinitátem: minor Patre secúndum humanitátem.
Qui licet Deus sit et homo, non duo tamen, sed unus est Christus.
Unus autem non conversióne divinitátis in carnem, sed assumptióne humanitátis in Deum.
Unus omníno, non confusióne substántiæ, sed unitáte persónæ.
Nam sicut ánima rationális et caro unus est homo: ita Deus et homo unus est Christus.
Qui passus est pro salúte nostra: descéndit ad ínferos: tértia die resurréxit a mórtuis.
Ascéndit ad cælos, sedet ad déxteram Dei Patris omnipoténtis: inde ventúrus est judicáre vivos et mórtuos.
Ad cujus advéntum omnes hómines resúrgere habent cum corpóribus suis; et redditúri sunt de factis própriis ratiónem.
Et qui bona egérunt, ibunt in vitam ætérnam: qui vero mala, in ignem ætérnum.
Hæc est fides cathólica, quam nisi quisque fidéliter firmitérque credíderit, salvus esse non póterit. Amen.

Quem quiser ser salvo deve primeiro possuir a fé católica:
Quem não a mantiver intacta e inviolada, sem dúvida perecerá eternamente.
A fé católica é esta: que veneremos um Deus na Trindade e a Trindade na unidade.
Sem confundir as pessoas e sem separar a substância.
Na verdade, a pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra e a do Espírito Santo é outra.
Mas Pai, Filho e Espírito Santo são uma divindade, com igual glória e majestade coeterna.
Tal é o Pai, tal é o Filho, tal é o Espírito Santo.
O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.
O Pai é imenso, o Filho imenso, o Espírito Santo imenso.
O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno
E ainda assim não existem três eternos, mas um eterno.
Assim como não existem três incriados, nem três imensos, mas apenas um incriado e apenas um imenso.
Da mesma forma, o Pai é onipotente, o Filho onipotente, o Espírito Santo onipotente.
E ainda assim não existem três onipotentes, mas apenas um onipotente.
O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.
E ainda assim não existem três deuses, mas um Deus.
Senhor é o Pai, Senhor é o Filho, Senhor é o Espírito Santo.
E ainda assim não existem três Senhores, mas apenas um Senhor.
Pois assim como a verdade cristã nos obriga a confessar que cada pessoa é individualmente Deus e Senhor, também a religião católica nos proíbe de falar de três Deuses ou Senhores.
O Pai não foi feito por ninguém: nem criado nem gerado.
O Filho vem somente do Pai: não foi feito, nem criado, mas gerado.
O Espírito Santo vem do Pai e do Filho: não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procedente deles.
Há, portanto, apenas um Pai, não três Pais: apenas um Filho, não três Filhos: apenas um Espírito Santo, não três Espíritos Santos.
E nesta Trindade não há nada que seja anterior ou posterior, nada maior ou menor: mas todas as três pessoas são coeternas e coiguais entre si.
De modo que em tudo, como já foi dito antes, deve-se venerar a unidade na Trindade e a Trindade na unidade.
Portanto, quem quiser ser salvo deve pensar assim na Trindade.
Mas para a salvação eterna é necessário também acreditar fielmente na Encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo.
Na verdade, a fé correta exige que acreditemos e confessemos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem.
Ele é Deus, porque foi gerado da substância do Pai desde a eternidade: é homem, porque nasceu no tempo da substância da mãe.
Deus perfeito, homem perfeito: subsistindo da alma racional e da carne humana.
Igual ao Pai segundo a divindade: inferior ao Pai segundo a humanidade.
E, no entanto, embora seja Deus e homem, ele não é duplo, mas é um só Cristo.
Apenas um, não através da conversão da divindade em carne, mas através da assunção da humanidade em Deus.
Totalmente um, não por confusão de substâncias, mas por unidade da pessoa.
Na verdade, assim como a alma e a carne racionais são um só homem, Deus e o homem são um só Cristo.
Que sofreu pela nossa salvação: desceu ao inferno: ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.
Ele subiu ao céu, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso: e novamente virá para julgar os vivos e os mortos.
Na sua vinda, todos os homens terão que ressuscitar com seus corpos: e terão que prestar contas de suas ações.
Aqueles que fizeram o bem irão para a vida eterna, mas aqueles que fizeram o mal irão para o fogo eterno.
Esta é a fé católica, e ninguém pode ser salvo, exceto aquele que a abraça fiel e firmemente. Amém.

SOLENIDADE DA TRÍADE AUGUSTA.

Dupla da primeira classe.
🤍 Paramentos brancos. 

O Espírito Santo, cujo reinado começa com a festa de Pentecostes, vem dizer às nossas almas nesta segunda parte do ano (da Trindade ao Advento - 6 meses), que que Jesus nos ensinou no primeiro (do Advento à Trindade – 6 meses). O dogma fundamental ao qual tudo no Cristianismo se refere é o da SS. Trindade, da qual tudo provém (Epístola) e para a qual devem retornar todos os que foram batizados em seu nome (Evangelho). Assim, depois de ter recordado, ao longo do ano, de tempos em tempos, os pensamentos de Deus Pai, Autor da Criação, de Deus Filho, Autor da Redenção, de Deus Espírito Santo, Autor da nossa santificação, a Igreja, especialmente neste dia, resume o grande mistério que nos fez conhecer e adorar em Deus a Unidade da natureza (ou da substância) na Trindade das pessoas (Oração). Isto é o que diz a Igreja Romana na época da Primeira: “A fé católica é esta: que veneremos um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade. Sem confundir as pessoas e sem separar a substância” (Símbolo Atanasiano). “Imediatamente após celebrar o advento do Espírito Santo, celebramos a festa da SS. Trindade no culto do domingo seguinte, diz São Ruperto no século XII, e este lugar é bem escolhido porque imediatamente após a descida deste Espírito divino começou a pregação e a crença, e, no Batismo, a fé e a confissão em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo”. O dogma da SS. A Trindade é afirmada em toda a liturgia. É em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo que a Missa e o Ofício Divino começam e terminam, e que os Sacramentos são conferidos. Todos os Salmos terminam com a Glória Patri, os Hinos com a Doxologia e as Orações com conclusão em honra das três Pessoas divinas. Na Missa é lembrado duas vezes que o Sacrifício é oferecido aos SS. Trindade. O dogma da Trindade também brilha nas Igrejas. Nossos pais adoravam ver um símbolo disso na altura, largura e comprimento admiravelmente proporcionados dos edifícios; nas suas divisões principal e secundária: o santuário, o coro, a nave; as galerias, as janelas de três lancetas, as janelas envidraçadas; as três entradas - sob a porta tripla da basílica que São Paulino construiu sobre o túmulo de São Félix mandou colocar esta inscrição: «Entrais nesta Igreja por um arco triplo: estas três portas afirmam a fé na Trindade» -, as três portas , as três salas, o frontão (em forma de triângulo) e por vezes as três torres ou campanários. Em todo o lado, até aos detalhes da decoração, o número três repetido revela um plano pré-estabelecido, um pensamento de fé na Santíssima Tríade. A iconografia cristã da Trindade reproduz esse pensamento de diferentes maneiras. Até o século XII, Deus Pai era representado por uma mão bênção que surge entre as nuvens, e muitas vezes rodeada por um nimbo: esta mão significa a onipotência de Deus. Nos séculos XIII e XIV vê-se o rosto e o busto do Pai; desde o século XV o Padre é representado por um velho vestido como o Pontífice. – Até o século XII, Deus Filho era representado por uma cruz, um cordeiro ou um jovem gracioso como os pagãos representavam Apolo. Do século XI ao século XVI, Cristo apareceu com força total e barbudo; desde o século XIII ele carrega sua cruz, mas muitas vezes ainda é representado pelo Cordeiro. – O Espírito Santo foi primeiro representado por uma pomba, cujas asas estendidas tocam frequentemente a boca do Pai e do Filho, para significar que procede de um e de outro. Por isso, a partir do século XI foi representado na forma de um menino. No século XIII é um adolescente, no século XV um homem maduro como o Pai e o Filho, mas com uma pomba acima da cabeça ou na mão para o distinguir das outras duas pessoas. Após o século XVI, a pomba recuperou o direito exclusivo que originalmente tinha de representar o Espírito Santo. 
Para representar a Trindade, foi retirado da geometria o triângulo, que com sua figura indica a unidade divina na qual estão inscritos os três ângulos, a imagem das três pessoas em Deus. O trevo serviu também para designar o mistério da Trindade, pois, bem como três círculos entrelaçados com o lema Unità escrito no espaço deixado livre no centro da intersecção dos círculos; também foi representado como uma cabeça com três faces distintas em uma única cabeça, mas em 1628 o Papa Urbano VIII proibiu a reprodução das três Pessoas de forma tão monstruosa. – Uma miniatura desta época representa o Pai e o Filho muito parecidos. A mesma auréola, a mesma tiara, o mesmo cabelo, um único manto: além disso estão unidos pelo Livro da Sabedoria Divina que os mantêm unidos e pelo Espírito Santo que os une com as pontas das suas asas estendidas. Mas o Pai é mais velho que o Filho; a barba do primeiro é esvoaçante, do segundo é curta; o Pai veste um manto sem cinto e o globo terrestre; o Filho tem alva com cinto e estola porque é padre. Solenidade da SS. Trinità deve a sua origem ao fato de as ordenações do Sábado dos Quatro Têmporas serem celebradas à noite e prolongarem-se até ao dia seguinte, Domingo, que não tinha liturgia própria. - Assim como este dia, o ano inteiro é dedicado às SS. Trindade, e no primeiro domingo depois de Pentecostes é celebrada a missa votiva composta no século VII em homenagem a este mistério. E por ocupar um lugar fixo no calendário litúrgico, esta missa foi considerada uma festa especial em homenagem a SS. Trindade. O bispo de Liège, Estêvão, nascido por volta de 850, compôs o ofício que foi retocado pelos franciscanos. Mas esta celebração teve o seu verdadeiro início no século X e foi estendida a toda a Igreja pelo Papa João XXII em 1334. Para que estejamos sempre armados contra todas as adversidades (Oração), neste dia fazemos com a liturgia uma profissão solene de fé na santa e eterna Trindade e na sua Unidade indivisível (Secreta); além disso, agradecemos devotamente ao nosso Deus que misericordiosamente nos criou e redimiu e nos tornou seus com o Batismo no Introito. Deus revela-nos a sua vida íntima, mostrando-nos que a sua única natureza divina é comum a três Pessoas distintas. O Filho a possui porque o Pai a dá a ele com um ato de conhecimento que procede da inteligência divina, e o Espírito Santo a possui porque o Pai e o Filho a comunicam a ele através do amor que procede da sua vontade. E a misericórdia divina manifesta-se no fato de sermos chamados a participar neste bem que é próprio de Deus, conhecendo-o como Ele se conhece e amando-o como Ele se ama. Nos Salmos e Hinos, o mesmo louvor é dirigido ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo; bênçãos, cerimônias rituais, Sacramentos são acompanhados o seguido por uma oração à SS. Trindade.

INTROITUS
Tob 12:6.- Benedícta sit sancta Trínitas atque indivísa Unitas: confitébimur ei, quia fecit nobíscum misericórdiam suam ~~ Ps 8:2 - Dómine, Dóminus noster, quam admirábile est nomen tuum in univérsa terra! ~~ Glória ~~ Benedícta sit sancta Trínitas atque indivísa Unitas: confitébimur ei, quia fecit nobíscum misericórdiam suam

Tob 12:6.- Bendita seja a Santíssima Trindade e a Unidade indivisa: glorifiquemo-la, porque fez brilhar em nós a sua misericórdia. ~~ Sal 8:2 - Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra! ~~ Glória ~~ Bendita seja a Santíssima Trindade e a Unidade indivisa: glorifiquemo-la, porque fez brilhar em nós a sua misericórdia.

GLORIA

ORATIO
Orémus.
Omnípotens sempitérne Deus, qui dedísti fámulis tuis in confessióne veræ fídei, ætérnæ Trinitátis glóriam agnóscere, et in poténtia maiestátis adoráre Unitátem: quaesumus; ut, eiúsdem fídei firmitáte, ab ómnibus semper muniámur advérsis. Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Oremos.
Ó Deus todo-poderoso e eterno, que concedeste aos teus servos, através da verdadeira fé, conhecer a glória da Trindade eterna e adorar a sua Unidade em poder soberano, nós te pedimos, para que permanecendo firmes na mesma fé, possamos ser firme contra todas as adversidades. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

Orémus.
Pro Dominica I post Pentecosten
Deus, in te sperántium fortitúdo, adésto propítius invocatiónibus nostris: et, quia sine te nihil potest mortális infírmitas, præsta auxílium grátiæ tuæ; ut, in exsequéndis mandátis tuis, et voluntáte tibi et actióne placeámus. Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Oremos. 
Ó Deus, força dos que esperam em ti, ouve favoravelmente as nossas súplicas; e como a fraqueza humana nada pode fazer sem ti, concede-nos a ajuda da tua graça para observar os teus mandamentos e agradar-te nas nossas intenções e ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

LECTIO
Léctio Epístolæ beáti Pauli Apóstoli ad Romános 11:33-36.
O altitúdo divitiárum sapiéntiae et sciéntiæ Dei: quam incomprehensibília sunt iudícia eius, et investigábiles viæ eius! Quis enim cognovit sensum Dómini? Aut quis consiliárius eius fuit? Aut quis prior dedit illi, et retribuétur ei? Quóniam ex ipso et per ipsum et in ipso sunt ómnia: ipsi glória in saecula. Amen.

Leitura da Epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos 11:33-36.
Ó riquezas imensuráveis ​​da sabedoria e da ciência de Deus: quão inescrutáveis ​​são os seus julgamentos e quão ocultos são os seus caminhos! Pois quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem primeiro lhe deu, para merecer recompensa? Porque dele, e por meio dele, e nele são todas as coisas: a ele seja a glória para sempre. Que assim seja.

GRADUALE
Dan 3:55-56.
Benedíctus es, Dómine, qui intuéris abýssos, et sedes super Chérubim,
V. Benedíctus es, Dómine, in firmaménto cæli, et laudábilis in saecula.

Bendito sejas Tu, Senhor, que sondas o abismo e tens os Querubins como teu trono.
V. Bendito és Tu, Senhor, no firmamento dos céus, e digno de louvor para sempre.

ALLELUIA
Allelúia, allelúia.
Dan 3:52
Benedíctus es, Dómine, Deus patrum nostrórum, et laudábilis in saecula. Allelúia.

Aleluia, aleluia.
Bendito sejas, ó Senhor, no firmamento do céu, e digno de louvor para sempre. Aleluia.

EVANGELIUM
Sequéntia ✠ sancti Evangélii secúndum Matthaeum 28:18-20.
In illo témpore: Dixit Iesus discípulis suis: Data est mihi omnis potéstas in coelo et in terra. Eúntes ergo docéte omnes gentes, baptizántes eos in nómine Patris, et Fílii, et Spíritus Sancti: docéntes eos serváre ómnia, quæcúmque mandávi vobis. Et ecce, ego vobíscum sum ómnibus diébus usque ad consummatiónem saeculi.
R. Laus tibi, Christe.
S. Per Evangélica dicta, deleántur nostra delícta.

Sequéntia ✠ sancti Evangélii secúndum Matthaeum 28:18-20.
Naquele tempo: Jesus disse aos seus discípulos: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Vá, portanto, e ensine todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-as a observar tudo o que eu te ordenei. E eis que estarei convosco todos os dias, até ao fim dos tempos.
R. Louvado sejas ó Cristo. 
S. Que pelas palavras do Santo Evangelho, sejam apagados os nossos pecados.

Das «Cartas» de Santo Atanásio, Bispo (Carta 1 a Serap. 28-30; PG 26, 594-595. 599) 
"Luz, esplendor e graça da Trindade, não seria inútil procurar a antiga tradição. , a doutrina e a fé da Igreja Católica, ou seja, que o Senhor nos ensinou, que os apóstolos pregaram, que os pais preservaram. De fato, nela se funda a Igreja, da qual, se alguém se distanciou, por nenhuma razão pode ser cristão, nem ser chamado assim. A nossa fé é esta: a santa e perfeita Trindade é aquela que é distinta no Pai e no Filho e no Espírito Santo, e não tem nada estranho ou acrescentado de fora, nem é composto pelo Criador e pelas realidades criadas, mas é todo poder criativo e força operacional. Uma é a sua natureza, idêntica a si mesma. Um é o ingrediente ativo e o outro é a operação. Com efeito, o Pai realiza tudo através do Verbo no Espírito Santo e, deste modo, a unidade da Santíssima Trindade se mantém intacta. Portanto, na Igreja é proclamado um só Deus que está acima de tudo, age por tudo e está em todas as coisas (Ef 4, 6). Ele está acima de tudo, obviamente, como Pai, como princípio e origem. Ele age para tudo, certamente através da Palavra. Finalmente, ele opera em todas as coisas no Espírito Santo. O apóstolo Paulo, quando escreve aos Coríntios sobre as realidades espirituais, reconduz todas as coisas a um só Deus Pai, como no início, desta forma: «Há diversidades de carismas. , mas um só é o Espírito; e há diversidades de ministérios, mas um só é o Senhor; há diversidade de operações, mas há um só Deus, que opera tudo em todos” (1 Coríntios 12:4-6). Na verdade, aquelas coisas que o Espírito distribui aos indivíduos são dadas pelo Pai através da Palavra. Verdadeiramente, todas as coisas que são do Pai também são do Filho. Portanto, aquelas coisas que são concedidas pelo Filho no Espírito são verdadeiros dons do Pai. Da mesma forma, quando o Espírito está em nós, o Verbo de quem o recebemos também está em nós, e no Verbo também está o Pai, e assim se cumpre o que foi dito: “Eu e o Pai viremos e faremos nossa morada”. com ele" (Joann. 14h23). Pois onde há luz, também há esplendor; e onde há esplendor, há também a sua eficácia e a sua graça esplêndida. É a mesma coisa que Paulo ensina na segunda carta aos Coríntios, com estas palavras: «A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vocês” (2 Coríntios 13:13). Com efeito, a graça é o dom que se dá na Trindade, é concedida pelo Pai através do Filho no Espírito Santo. Assim como a graça é dada pelo Pai através do Filho, a participação do dom não pode ocorrer em nós, exceto no Espírito Santo. E então, feitos participantes dela, temos o amor do Pai, a graça do Filho e a comunhão do mesmo Espírito.

CREDO

OFFERTORIUM
Benedíctus sit Deus Pater, unigenitúsque Dei Fílius, Sanctus quoque Spíritus: quia fecit nobíscum misericórdiam suam.

Bendito seja Deus Pai, e o Filho unigênito de Deus, e o Espírito Santo, porque ele fez resplandecer sobre nós a sua misericórdia.

SECRETA
Sanctífica, quaesumus, Dómine, Deus noster, per tui sancti nóminis invocatiónem, huius oblatiónis hóstiam: et per eam nosmetípsos tibi pérfice munus ætérnum. Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Santifica , nós te pedimos, ó Senhor nosso Deus, pela invocação do teu santo nome, a hóstia que te oferecemos: e por meio dela faça de nós mesmos uma oblação eterna a ti. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

Pro Dominica
Hóstias nostras, quǽsumus, Dómine, tibi dicátas placátus assúme: et ad perpétuum nobis tríbue proveníre subsídium. Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Acolhe com bondade, Senhor, os dons que te são consagrados e faz com que obtenham a tua ajuda eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

PRÆFATIO DE SANCTISSIMA TRINITATE
Vere dignum et iustum est, æquum et salutáre, nos tibi semper et ubíque grátias ágere: Dómine sancte, Pater omnípotens, ætérne Deus: Qui cum unigénito Fílio tuo et Spíritu Sancto unus es Deus, unus es Dóminus: non in unius singularitáte persónæ, sed in uníus Trinitáte substántiæ. Quod enim de tua glória, revelánte te, crédimus, hoc de Fílio tuo, hoc de Spíritu Sancto sine differéntia discretiónis sentímus. Ut in confessióne veræ sempiternǽque Deitátis, et in persónis propríetas, et in esséntia únitas, et in maiestáte adorétur æquálitas. Quam laudant Angeli atque Archángeli, Chérubim quoque ac Séraphim: qui non cessant clamáre cotídie, una voce dicéntes: Sanctus, Sanctus, Sanctus Dóminus, Deus Sábaoth. Pleni sunt cæli et terra glória tua. Hosánna in excélsis. Benedíctus, qui venit in nómine Dómini. Hosánna in excélsis.

É verdadeiramente digno e justo, oportuno e salutar que nós, sempre e em toda parte, te demos graças, ó Santo Senhor, Pai Todo-Poderoso, Deus Eterno: que com o teu Filho unigênito e com o Espírito Santo, tu és um só Deus e um só único Senhor, não na singularidade de uma única pessoa, mas na Trindade de uma única substância. Para que aquilo que pela tua revelação acreditamos da tua glória, o mesmo sentimos, sem distinção, do teu Filho e do Espírito Santo. Para que na profissão da verdadeira e eterna Divindade, adoremos: e propriedade nas pessoas e unidade na essência e igualdade na majestade. A quem louvam os Anjos e os Arcanjos, os Querubins e os Serafins, que não cessam de aclamar todos os dias, dizendo a uma só voz: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus Eterno! O céu e a terra estão cheios da Tua glória! Hosana nas alturas! Bendito aquele que vem em Nome do Senhor! Hosana nas alturas!

COMMUNIO
Tob 12:6.
Benedícimus Deum coeli et coram ómnibus vivéntibus confitébimur ei: quia fecit nobíscum misericórdiam suam.

Bendigamos o Deus do céu e o confessemos diante de todos os viventes, porque ele fez resplandecer sobre nós a sua misericórdia.

POSTCOMMUNIO
Orémus.
Profíciat nobis ad salútem córporis et ánimæ, Dómine, Deus noster, huius sacraménti suscéptio: et sempitérnæ sanctæ Trinitátis eiusdémque indivíduæ Unitátis conféssio. Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Oremos. 
Ó Senhor nosso Deus, que o sacramento recebido e a profissão da tua Santíssima Trindade e Unidade beneficiem a saúde do corpo e da alma. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

Orémus.
Pro Dominica
Tantis, Dómine, repléti munéribus: præsta, quǽsumus; ut et salutária dona capiámus, et a tua numquam laude cessémus. Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Oremos. 
Depois de receber tão grande presente, te pedimos, Senhor, para que possamos experimentar os dons da nossa salvação e que nunca deixemos de te louvar. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE.

Meditação de Santo Afonso Maria de Ligório. 

Tres sunt qui testimonium dant in coelo: Pater, Verbum et Spiritus
Sanctus, et hi tres unum sunt — “Três são os que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo, e estes três são um” (1Jo 5, 7)
Sumário. A Santíssima Trindade é nosso tudo; e todos os bens que já temos recebido e ainda esperamos para o futuro, nos vieram e virão da Santíssima Trindade. É, pois, com razão que a Igreja embora Lhe consagre todos os domingos, Lhe dedique o dia de hoje de um modo especial. Veneremos devotamente tão augusto mistério, dizendo amiúde o Gloria Patri; respeitemos também a imagem da Santíssima Trindade que se acha em nossa própria alma como na do próximo.
I. POSTO QUE TODAS as homenagens tributadas aos santos redundem em honra da Santíssima Trindade, cuja imagem se honra na pessoa deles, exigem, contudo, a justiça e a gratidão que, tanto para glória do Altíssimo como para nosso próprio proveito, veneremos tão augusto mistério com obséquios especiais. É-nos isto um dever absolutamente indispensável; porquanto a Santíssima Trindade é o princípio donde procedemos, e o fim para o qual havemos de voltar. A primeira graça que nos foi conferida no batismo, veio-nos em nome da Santíssima Trindade e a glória essencial que se goza no paraíso é ainda a Santíssima Trindade.
É este o nome que faz tremer o inferno, põe em fuga os demônios, faz cessar as tentações, alegra os céus, beatifica os santos, consola os justos, derrama a abundância das graças. Numa palavra, a Santíssima Trindade é nosso tudo. Todos os bens, que já temos recebido e ainda esperamos para o futuro, quer na ordem da natureza, quer na ordem da graça e da glória, todos nos vieram da Santíssima Trindade.
Eis por que os Ofícios divinos da Igreja abundam em louvores, invocações e súplicas dirigidas expressamente às três Pessoas divinas. Não satisfeita ainda com isto e apesar de ter consagrado à augustíssima Trindade todos os domingos do ano, dedica-Lhe o dia de hoje de um modo especial. Quer nossa boa Mãe que todos os fiéis sejam devotos fervorosos de tão grande mistério; ou, antes, quer que esta seja a sua devoção particular. Todavia é talvez a devoção mais descuidada.
II. Para acharmos e visitarmos a Santíssima Trindade, não é mister que subamos ao céu ou entremos numa igreja; basta que lancemos um olhar de fé sobre nossa própria alma, na qual está impressa a bela e amada imagem de Deus que ali habita como em seu templo. — Recolhe-te, portanto, dentro de ti mesmo, e ali, todo silencioso, adora, louva, ama e bendiga à Santíssima Trindade. Em particular diga frequente e devotamente o Glória ao Pai, onde, na palavra de São Francisco de Assis, se acha resumida toda a ciência e virtude das Sagradas Escrituras.
Se porventura manchaste por alguma culpa a tua alma, feita à semelhança de Deus, procura purificá-la quanto antes no sacramento da Penitência pelas lágrimas da contrição e esforça-te por adorná-la com todas as virtudes cristãs. — Habitua-te também a ver na alma do próximo outras tantas imagens vivas da Santíssima Trindade e por este motivo ama-as, compadece-te delas e ajuda-as conforme puderes, ao menos rezando por elas.
A fim de que esses teus obséquios sejam mais agradáveis à Santíssima Trindade, une-os àqueles que lhe tributam todos os anjos e santos do paraíso, Maria Santíssima, e especialmente o divino Redentor. Imagina que Jesus Cristo te diz o que um dia disse a Santa Gertrudes: "Minha Filha, eis aí o meu Coração, que faz as delícias da Santíssima Trindade. Eu to dou a fim de que por ele possas suprir o que te falta".
Ó Santíssima Trindade, objeto, agora de minha fé e um dia da minha eterna beatitude, creio em Vós, adoro-Vos, amo-Vos; e em união com toda a corte celeste quero sempre dizer: + “Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus dos exércitos. A terra está cheia da vossa glória. Glória ao Pai, glória ao Filho, glória ao Espírito Santo”; assim como foi no princípio, agora e sempre, e por todos os séculos dos séculos, amém. — Ó Deus, que concedeste aos vossos servos conhecer na confissão da verdadeira fé a glória da eterna Trindade e adorar sua Unidade no poder da Majestade; nós Vos rogamos que com a firmeza da mesma fé possamos vencer todas as adversidades”. Fazei-o pelo amor de Jesus e Maria.

25 de maio de 2024

O MISTÉRIO DA REDENÇÃO: MANUAL LITÚRGICO SOBRE O TEMPO DEPOIS DE PENTECOSTES.

CARACTERÍSTICAS GERAIS

O Tempo depois de Pentecostes começa com as Primeiras Vésperas da Festa da Santíssima Trindade e termina com o Sábado anterior ao Primeiro Domingo do Advento. De fato, os domingos seguintes à Epifania que são omitidos devido à Septuagésima são então retomados entre o XXIII e o XXIV depois de Pentecostes, de modo que muito raramente o XXIV o é realmente. Porém, se não houver lugar para todos os domingos, aquele que não couber deverá ser antecipado para o sábado anterior ao XXIV. Na verdade, o tempo depois de Pentecostes, pode durar de 5 meses e meio a 6 meses e meio.
Os Domingos são domingos menores que dão prioridade apenas às celebrações Duplas de 1ª ou 2ª Classe. Porém, o 1º domingo depois de Pentecostes é comemorado a Santíssima Trindade, enquanto o II e o III são domingos nas oitavas do Corpus Domini. Os feriados também são menores e incluem as celebrações dos Ritos Maiores e Menores Duplos, Semi-Duplos e Simples, as vésperas comuns de Natal e de Santa Maria no sábado. A cor litúrgica 'de tempore' é verde.

As festas litúrgicas mais notáveis ​​são:

● A Festa da Santíssima Trindade, com que começa o Tempo depois de Pentecostes. 

● A Festa e Oitava de Corpus Domini, a partir da quinta-feira seguinte à Santíssima Trindade. 

● Festa e Oitava do Sagrado Coração: da sexta-feira seguinte ao oitavo dia do Corpus Domini até a sexta-feira seguinte. 

● Véspera, Festa e Oitava da Natividade de São João Baptista: de 23 de junho a 1 de julho. 

● Véspera, Festa e Oitava dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo: de 28 de junho a 6 de julho. 

● Festa do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor: 1º de julho. 

● Véspera, Festa e Oitava, dia Simples de São Lourenço: 9, 10 e 17 de agosto. 

● Véspera, Festa e Oitava da Assunção: de 14 a 22 de agosto; desde 1944 a Festa do Imaculado Coração de Maria é celebrada no Oitavo Dia da Assunção. 

● Festa simples e Oitavo Dia da Natividade da Santíssima Virgem Maria: 8 e 15 de setembro (em que ocorre a Festa de Nossa Senhora das Dores). 

● As Quatro Têmporas do Outono: Quarta, Sexta e Sábado da Terceira Semana de Setembro. 

● A Dedicação de São Miguel Arcanjo: 29 de setembro. 

● Festa de Cristo Rei: último domingo de outubro. 

● Véspera, Festa e Oitava de Todos os Santos: de 31 de outubro a 8 de novembro. 

● Comemoração de todos os fiéis falecidos: 2 de novembro. 

● Festa de Santo André Apóstolo, referência para o encerramento do Tempo depois de Pentecostes (que termina no sábado seguinte). 

Por último, a Véspera da Assunção, as Quatro Têmporas de Setembro e a Véspera de Todos os Santos são dias em que, nestes meses, se aplica a obrigação de jejum com abstinência. 

Bênçãos especiais

Existem algumas Bênçãos especiais, obviamente opcionais, para certas celebrações do Tempo depois de Pentecostes (muitas são reservadas para quem tem as faculdades necessárias):

● Bênção em honra da Bem-Aventurada Virgem Maria Auxiliadora (24 de maio). 

● Bênção dos lírios na festa de Santo Antônio de Pádua (13 de junho). 

● Bênção da pira na véspera de São João Batista (23 de junho). 

● Bênção da água para os enfermos em honra de São Vicente de Paulo (17 de julho). 

● Bênção da água em homenagem a Santo Inácio de Loyola (31 de julho). 

● Bênção da água em homenagem a Santo Alberto Confessor (7 de agosto). 

● Bênção da água para os enfermos e bênção das velas em homenagem a São Raimundo Nonato (31 de agosto). 

● Bênção da água, do sal e do pão em honra de São Huberto (3 de novembro). 

● Bênção do óleo em honra de São Serapione Mártir Mercedário (14 de novembro). 

● Bênção do pão e da água em honra de São Malò (15 de novembro). 

Quanto à bênção da mesa, utiliza-se a forma usual Oculi omnium para o almoço e Edent pauperi para o jantar.

Práticas piedosas. 

É muito apropriado recitar a Ladainha do Sagrado Coração durante todo o mês de junho, bem como a Ladainha do Preciosíssimo Sangue em julho.

No dia de Corpus Domini há procissão com o Santíssimo Sacramento.

Na Festa do Sagrado Coração, o Santíssimo Sacramento deve ser exposto e deve haver a recitação da Oração Reparatória, enquanto para Cristo Rei a Consagração da Humanidade ao Sagrado Coração.

Do meio-dia do dia 1º de agosto à meia-noite do dia seguinte é possível usufruir do Perdão especial de Assis nas condições habituais, visitando uma Igreja franciscana ou pelo menos uma Igreja paroquial que tenha direito a fazê-lo, que consiste em indulgência plenária para si ou para um falecido.

O primeiro domingo de outubro, antiga data da Festa do Santíssimo Rosário, há o costume em muitos países, principalmente na Itália, recitar a Súplica Solene à Nossa Senhora do Rosário de Pompéia ao meio-dia, com indulgência plenária anexada.

No penúltimo domingo de outubro, dedicado às Missões, acrescentam-se à Missa as Orações da Missa Votiva Pro Fidei Propagatione .

Desde a Véspera de Todos os Santos até o Oitavo Dia é bom expor na Igreja um Altar de Relíquias para expô-las à veneração.

No dia 1º de novembro, após as Segundas Vésperas de Todos os Santos, cantam-se as Vésperas dos Mortos em paramentos pretos; a prática de recitar simultaneamente o Ofício do Segundo Dia na Oitava de Todos os Santos e a dos Mortos (consistindo, como de costume, apenas de Vésperas, Matinas e Laudes), foi revogada pela Constituição Divino Afflatu . Porém, se o dia 2 de novembro cair num domingo, a Comemoração dos Defuntos é adiada para o dia 3. Em qualquer caso, no Dia de Finados é permitido a cada sacerdote celebrar três Missas com as formas prescritas, uma para todos os Falecidos. , um para intenções especiais do Sumo Pontífice e outro aplicável às intenções do sacerdote celebrante ou de quem oferece a Missa.

De 2 a 9 de novembro vigora a Oitava dos Mortos: no dia 2 com visita pelo menos a uma Igreja paroquial, nos restantes dias com visita a um cemitério, com indulgência plenária a toties coties .

No dia 11 de novembro, aniversário do Armistício da Primeira Guerra Mundial para muitos países, é possível celebrar, em vez da Missa de São Martinho, uma Missa de Réquiem pelas vítimas de ambas as Guerras Mundiais.

BIBLIOGRAFIA

L. Stercky, Manuel de liturgie et Cérémonial selon le Rit Romain , Paris Lecoffre 1935, Volume II, pág. 367-370.

L. Stercky , Les Fonctions Pontificales selon le Rit Romain , Paris Lecoffre 1932, Tomo II, pag. 265-281 

G. Baldeschi, Exposição das Cerimônias Sagradas para funções ordinárias, extraordinárias e pontifícias , Roma, Desclée & C. 1931, pag. 254-259.

Referências traduzidas e editadas por sensusfidelium.com.

SÃO GREGÓRIO VII, PAPA E CONFESSOR.

São Gregório VII, nascido Hildebrando de Soana, já ativo na obra de restauração moral levada a cabo pelo Pontificado Romano durante o século XI, foi eleito Papa a 22 de Abril de 1073. Durante o seu reinado de doze anos lutou arduamente pela liberdade do povo. Igreja e da Sé Apostólica da interferência dos leigos - em particular, entrou em conflito com o imperador Henrique IV, que excomungou e depôs do império, e depois, embora mal retribuído, perdoou - pela erradicação das heresias e dos vícios do clero. 
Enquanto celebrava o sacrifício da Missa, os piedosos viram uma pomba descer do céu, pousar no seu ombro direito e cobrir-lhe a cabeça com as asas; o que significa que ele se deixou guiar no governo da Igreja pelo Espírito Santo, e não por razões humanas. Assediado em Roma pelo exército do perverso Henrique IV, ele apagou um incêndio iniciado por seus inimigos com o sinal da cruz. Finalmente libertado de suas mãos por Robert Guiscard, líder dos normandos, mudou-se para Cassino em junho de 1083; e de lá foi para Salerno para consagrar a igreja de São Mateus Apostolo. Um dia, ao falar ao povo daquela cidade, exausto por tantas provações, adoeceu, prevendo a sua morte. As últimas palavras do moribundo Gregório foram: “Amei a justiça e odiei a iniqüidade, por isso morro no exílio” (Sl 44:9). Não é possível contar os sofrimentos suportados com coragem, nem os sábios decretos proferidos em muitos concílios realizados em Roma: um homem verdadeiramente santo, vingador dos crimes e o mais valente defensor da Igreja. Tinha completado doze anos de pontificado quando foi para o céu em Salerno, no dia 25 de maio do ano da sua saúde, 1085, ilustre por muitos milagres na vida e depois da morte; seu corpo sagrado foi enterrado com honra na basílica catedral de Salerno. Foi canonizado em 1606 pelo Papa Paulo V. Em 1954, a mando do Papa Pio XII, seu corpo foi primeiro transportado para Roma por alguns dias para ser exibido ao público, e depois foi reorganizado na Catedral de Salerno em uma urna de prata, onde ainda hoje se encontra. 

Das «Cartas» de São Gregório VII, Papa (Carta 64 «extra Registrum»; PL 148, 709-710) 
"Uma Igreja católica livre e casta e conjuro-vos no Senhor Jesus, que nos redimiu com a sua morte, a fazer todos os esforços para compreender por que e como sofremos tribulações e ansiedades que nos chegam dos inimigos da religião cristã. Depois que por disposição divina a Madre Igreja me colocou, muito indigna e, Deus é minha testemunha, contra a minha vontade, no trono apostólico, sempre procurei acima de tudo que a santa Igreja, esposa de Deus, nossa senhora e mãe, voltando ao antigo decoro, permaneceu livre, casto e católico. Mas como tudo isto desagrada absolutamente o antigo inimigo, ele armou os seus satélites contra nós para arruinar tudo. Portanto, ele fez contra nós, ou melhor, contra a Sé Apostólica, o que não foi capaz de fazer desde a época do Imperador Constantino, o Grande. Nem é muito surpreendente, porque quanto mais se aproxima o tempo, mais faz tudo o que pode para extinguir a religião cristã. Agora, meus amados irmãos, prestem muita atenção ao que eu lhes digo. Todos aqueles no universo que se orgulham do nome de cristãos e conhecem verdadeiramente a fé cristã, sabem e acreditam que o bem-aventurado Pedro, cabeça dos apóstolos, é o pai de todo Cristãos e o primeiro pastor depois de Cristo e que a Igreja Romana é a mãe e mestre de todas as igrejas Se você, portanto, acredita nisso e o mantém firmemente, eu te imploro e ordeno, embora eu seja indigno seu irmão e professor, pelo amor. de Deus Todo-Poderoso, ajude e dê assistência ao seu pai e mãe acima mencionados. Faça isso se desejar ter através deles a absolvição de todos os pecados, bênção e graça neste mundo e no mundo vindouro. Que Deus Todo-Poderoso, de quem vem todo o bem, ilumine sempre a sua mente e a torne fecunda com o seu amor e o do próximo, para que, como recompensa pelo apego fiel, você mereça estar em dívida com São Pedro, seu pai na fé , e a Igreja Romana, sua mãe, e juntar-se a eles sem hesitação. Amém"

• Comemoração de São Urbano I, Papa e Mártir. 

O Papa Urbano I, Romano, sob o imperador Alexandre Severo, converteu muitos à fé de Cristo com sua doutrina e santidade de vida; incluindo Valeriano, marido de Santa Cecília, e Tibúrcio, irmão de Valeriano, que então sofreu corajosamente o martírio. Escreveu estas palavras sobre os bens atribuídos à Igreja: «As coisas que os fiéis oferecem ao Senhor só devem ser utilizadas para as necessidades da Igreja, dos nossos irmãos cristãos ou dos indigentes; sendo oblações dos fiéis, esmolas dadas para redenção dos pecados e patrimônio dos pobres”. Ele permaneceu no trono de 222 a 230, seis anos, sete meses e quatro dias. Ele, na perseguição de Alexandre Severo, depois de ter sofrido muito pela Igreja de Deus, obteve finalmente a coroa do martírio com a decapitação. Em seguida, foi sepultado no cemitério de Pretestato, na Via Nomentana, no dia 25 de maio de 230. Em cinco ordenações realizadas no mês de dezembro, criou nove sacerdotes, cinco diáconos e oito bispos para diferentes lugares. 





SÁBADO DAS QUATRO ESTAÇÕES DE PENTECOSTES.

Estação em São Pedro.
♥ Paramentos vermelhos.

Terminou a festa de Pentecostes. A Igreja Romana na sua liturgia recorda a descida do Espírito Santo, já anunciada pelos Profetas, e agradece a Deus pelo dom do Paráclito. - Depois de ter dado à Igreja numerosos filhos na noite de Pentecostes, o Espírito Santo dá hoje aos seus sacerdotes que serão instrumentos da sua graça no mundo. Assim se realiza a Estação na Basílica de São Pedro, no Vaticano, pastor dos cordeiros e das ovelhas, e o Evangelho nos fala de uma cura realizada na casa de Pedro. O Sacerdote, ministro de Jesus Cristo, dedica-se a curar as almas devoradas pela febre das paixões. - Já foi notado que a Missa de Sábado dos Quatro Tempora contém entre o Intróito e a Epístola, cinco Leituras com as Orações e os Tratados. A quinta, invariável, contém a história do milagre que salvou os três jovens judeus na fornalha preparada para eles por Nabucodonosor. É seguido por um trecho de sua Canção de Agradecimento. A Oração da Missa inspira-se nesta leitura e exorta pela bondade divina a não se deixar consumir pela chama dos vícios. No Sacramento da Ordem, o sacerdote recebe uma grande efusão do Espírito de Deus (Evangelho) que lhe permite propagar o reino de Deus (Epístola). A segunda(1), terceira(2) e quarta(3) leituras aludem às colheitas e à oferta dos preciosos frutos da terra, porque as Quatro Têmporas foram instituídas para obter a bênção de Deus em cada estação que está prestes a começar. Tendo entrado na Igreja com o Batismo, nós, por nossa vez, oferecemos a Deus as primícias de tudo o que fazemos sob a influência sobrenatural do Espírito Santo. - Invocamos muitas vezes o Espírito Santo, somos dóceis às suas inspirações, o fogo e a graça do Espírito Divino, que temos a possibilidade de desfrutar nos Sacramentos, queimam em nós o pecado e mantêm-nos ilesos no meio das armadilhas da o Diabo, como as três crianças nas chamas preparadas para eles por Nabucodonosor. Pedimos ao Espírito Santo que aumente a nossa fé em Jesus (Epístola e Evangelho) e encha os nossos corações de amor santo, com o Batismo entramos na verdadeira terra prometida, onde crescem todas as virtudes. Portanto, ofereçamos a Deus as primícias de todos os nossos atos. A terra de Canaã, onde correm o leite e o mel, é uma figura da Igreja onde Deus alimenta as nossas almas com a Eucaristia. O Espírito Santo reside na Igreja. Ele habita entre nós com a graça que é participação na vida íntima de Deus e nos permitirá, no Céu, conhecer e amar a Deus como Deus se conhece e ama a si mesmo. O Batismo nos torna filhos de Deus porque nos torna aderir a Jesus pela fé e porque ele espalha o Espírito de adoção em nossas almas. Unidos com os laços d Espírito Santo, ao Filho de Deus, somos amados com Ele pelo Pai, e podemos nos gloriar em um dia participar de Sua glória. Esta esperança nos sustenta em meio a todas as provações. 

INTROITUS
Rom 5:5.- Cáritas Dei diffúsa est in córdibus nostris, allelúja: per inhabitántem Spíritum ejus in nobis, allelúja, allelúja ~~ Ps 102:1.- Benedic, anima mea, Dómino: et ómnia, quæ intra me sunt, nómini sancto ejus. ~~ Glória ~~ Cáritas Dei diffúsa est in córdibus nostris, allelúja: per inhabitántem Spíritum ejus in nobis, allelúja, allelúja

Rom 5:5.- A caridade de Deus foi derramada em nossos corações, aleluia, através do Espírito Santo, que nos foi dado, aleluia, aleluia. ~~ Sl 102:1.- Minha alma bendize ao Senhor, e todo o meu interior bendiga o seu santo nome. ~~ Glória ~~ A caridade de Deus foi derramada em nossos corações, aleluia, através do Espírito Santo, que nos foi dado, aleluia, aleluia.  

GLORIA

ORATIO
Orémus.
Méntibus nostris, quǽsumus, Dómine, Spíritum Sanctum benígnus infúnde: cujus et sapiéntia cónditi sumus, et providéntia gubernámur. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate eiusdem Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.
 Amen.

Oremos
Senhor, oramos a ti, gentilmente infunde em nossas mentes o Espírito Santo, cuja Sabedoria nos criou e cuja providência nos governa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o mesmo Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

LECTIO
Léctio Joélis Prophétæ. Joel 2:28-32
Hæc dicit Dóminus Deus: Effúndam Spíritum meum super omnem carnem: et prophetábunt fílii vestri et fíliæ vestræ: senes vestri sómnia somniábunt, et júvenes vestri visiónes vidébunt. Sed et super servos meos et ancíllas in diébus illis effúndam Spíritum meum. Et dabo prodígia in coelo et in terra, sánguinem et ignem et vapórem fumi. Sol convertétur in ténebras et luna in sánguinem: ántequam véniat dies Dómini magnus et horríbilis. Et erit: omnis, qui invocáverit nomen Dómini, salvus erit.

Estas coisas diz o Senhor Deus: «Derramarei o meu Espírito sobre todos os homens: os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os meus servos e servas derramarei o meu Espírito naqueles dias, e farei aparecer maravilhas no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se transformará em trevas, a lua em sangue, antes que chegue o dia do Senhor, grande e terrível. E então todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo”.

ALLELUIA
Allelúja
Ps 6:64
Spíritus est, qui vivíficat: caro autem non prodest quidquam.

Aleluia
É o Espírito que dá vida, mas a carne não serve para nada.

ORATIO
Orémus.
Illo nos igne, quǽsumus, Dómine, Spíritus Sanctus inflámmet: quem Dóminus noster Jesus Christus misit in terram, et vóluit veheménter accéndi: Qui tecum vivit et regnat in unitate eiusdem Spiritus Sancti Deus per omnia saecula saeculorum. Amen.

Oremos. 
Suplicamos-te, Senhor: que o Espírito Santo nos inflame com aquele fogo que Nosso Senhor Jesus Cristo trouxe à terra e quis acender fortemente: Aquele que é Deus, e vive e reina contigo, em unidade com o mesmo Espírito Santo , para todo o sempre. Amém.

LECTIO
Léctio libri Levítici.
Lev 23:9-11; 23:15-17; 23:21
In diébus illis: Locútus est Dóminus ad Móysen, dicens: Lóquere fíliis Israel, et dices ad eos: Cum ingréssi fuéritis terram, quam ego dabo vobis, et messuéritis ségetem, ferétis manípulos spicárum, primítias messis vestræ ad sacerdótem: qui elevábit fascículum coram Dómino, ut acceptábile sit pro vobis, áltero die sábbati, et sanctificábit illum. Numerábitis ergo ab áltero die sábbati, in quo obtulístis manípulum primitiárum, septem hebdómadas plenas, usque ad álteram diem expletiónis hebdómadæ séptiniæ, id est, quinquagínta dies: et sic offerétis sacrifícium novum Dómino ex ómnibus habitáculis vestris, panes primitiárum duos de duábus decimis símilæ fermentátæ, quos coquétis in primítias Dómini. Et vocábitis hunc diem celebérrimum atque sanctíssimum: omne opus servíle non faciétis in eo. Legítimum sempitérnum erit in cunctis habitáculis et generatiónibus vestris: dicit Dóminus omnípotens.

Naqueles dias: O Senhor disse a Moisés: «Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: “Quando vocês entrarem na terra que eu lhes darei e fizerem a colheita, vocês trarão ao sacerdote cachos de espigas, como as primícias da vossa colheita; e ele, no dia seguinte ao sábado, levantará esse molho diante do Senhor, para que ele seja benigno para convosco. Agora, desde o dia seguinte ao sábado, em que oferecestes o punhado de primícias para serem movidos diante do Senhor, contareis sete semanas inteiras, até o dia seguinte àquele em que se completa a sétima semana, isto é, cinquenta dias; e então oferecereis um novo sacrifício ao Senhor, dois pães de primícias feitos com dois décimos de farinha levedada, que assareis como primícias do Senhor em todas as vossas casas. E você chamará este dia de santíssimo e solene: não fará nenhum trabalho servil nele. Esta será uma lei eterna em todos os seus lares, em todas as suas épocas', diz o Senhor Todo-Poderoso.

ALLELUIA
Allelúja
Job 26:13
Spíritus ejus ornávit coelos.

Aleluia
O Espírito do Senhor adornou os céus.

ORATIO
Orémus.
Deus, qui, ad animárum medélam, jejúnii devotióne castigári córpora præcepísti: concéde nobis propítius; et mente et córpore tibi semper esse devótos. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.. Amen.

Oremos
Ó Deus, que com a prática piedosa do jejum quiseste mortificar o corpo como remédio para as almas; conceda-nos sua gentileza de sempre sermos dedicados a você em mente e corpo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

LECTIO
Léctio libri Deuteronómii.
Deut 26:1-11
In diébus illis: Dixit Moyses fíliis Israël: Audi, Israël, quæ ego præcípio tibi hódie. Cum intráveris terram, quam Dóminus, Deus tuus, tibi datúrus est possidéndam, et obtinúeris eam atque habitáveris in ea: tolles de cunctis frúgibus tuis primítias, et pones in cartállo, pergésque ad locum, quem Dóminus, Deus tuus, elégerit, ut ibi invocétur nomen ejus: accedésque ad sacerdótem, qui fúerit in diébus illis, et dices ad eum: Profíteor hódie coram Dómino, Deo tuo, qui exaudívit nos, et respexit humilitátem nostram et labórem atque angústiam: et edúxit nos de Ægýpto in manu forti et bráchio exténto, in ingénti pavóre, in signis atque porténtis: et introdúxit ad locum istum, et trádidit nobis terram lacte et melle manántem. Et idcírco nunc óffero primítias frugum terræ, quam Dóminus dedit mihi. Et dimíttes eas in conspéctu Dómini, Dei tui, et adoráto Dómino, Deo tuo. Et epuláberis in ómnibus bonis, quæ Dóminus, Deus tuus, déderit tibi.

Naqueles dias: Moisés disse aos filhos de Israel: «Ouve, ó Israel, o que hoje te ordeno. Quando você entrar na terra que o Senhor, seu Deus, lhe dará para possuí-la, e dela tomar posse, e ali morar, você pegará as primícias de todos os produtos da sua terra, e as colocará num cesto, e irá para o lugar que o Senhor teu Deus escolheu para ali estabelecer o seu nome. E você se apresentará ao sacerdote que estará então, e lhe dirá: “Hoje presto homenagem ao Senhor teu Deus, que nos ouviu, e cuidou de nossa humilhação, e da angústia, e da angústia, e tirou-nos do Egito com mão forte e braço estendido, espalhando terrores, e com prodígios e presságios; e ele nos trouxe a este lugar e nos deu uma terra que goteja leite e mel. Por isso ofereço agora as primícias dos frutos da terra que o Senhor me deu”. E você os deixará diante do Senhor, seu Deus, e o adorará. E, portanto, você desfrutará com alegria todos os bens que o Senhor Deus lhe deu”.

ALLELUIA
Allelúja
Act 2:1
Cum compleréntur dies Pentecóstes, erant omnes páriter sedéntes.

Aleluia
Quando o Pentecostes estava prestes a acontecer, eles foram reunidos.

ORATIO
Orémus.
Præsta, quaesumus, omnípotens Deus: ut, salutáribus jejúniis erudíti, ab ómnibus etiam vítiis abstinéntes, propitiatiónem tuam facílius impetrémus. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Oremos
Suplicamos-te, Senhor: deixa-nos, ensinados por estes saudáveis ​​jejuns e afastados dos vícios, obter mais facilmente a tua misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

LECTIO
Léctio libri Levítici.
Lev 26:3-12
In diébus illis: Dixit Dóminus ad Móysen: Lóquere fíliis Israël, et dices ad eos: Si in præcéptis meis ambulavéritis, et mandáta mea custodiéritis et fecéritis ea, dabo vobis plúvias tempóribus suis, et terra gignet germen suum, et pomis árbores replebúntur. Apprehéndet méssium tritúra vindémiam, et vindémia occupábit seméntem: et comedétis panem vestrum in saturitáte, et absque pavóre habitábitis in terra vestra. Dabo pacem in fínibus vestris: dormiétis, et non erit, qui extérreat. Auferam malas béstias, et gládius non transíbit términos vestros. Persequémini inimícos vestros, et córruent coram vobis. Persequéntur quinque de vestris centum aliénos et centum de vobis decem mília: cadent inimíci vestri gládio in conspéctu vestro. Respíciam vos et créscere fáciam: multiplicábo mini, et firmábo pactum meum vobíscum. Comedétis vetustíssima véterum, et vétera novis superveniéntibus projiciétis. Ponam tabernáculum meum in médio vestri, et non abjíciet vos ánima mea. Ambulábo inter vos, et ero Deus vester, vosque éritis pópulus meus: dicit Dóminus omnípotens.

Naqueles dias: O Senhor disse a Moisés: «Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: “Se andardes segundo os meus preceitos, se guardardes os meus mandamentos e os cumprirdes, enviar-vos-ei chuva no tempo deles, o a terra dará o seu produto, as plantas ficarão cheias de frutos. A debulha das colheitas tocará a colheita e a colheita chegará à sementeira: comereis até fartar-vos do vosso pão e vivereis sem medo na vossa terra. Farei com que a paz reine em suas fronteiras, você descansará sem perturbações. Farei com que os animais nocivos desapareçam da terra, e a espada não passará pela sua terra. Você perseguirá seus inimigos e eles cairão pela espada diante de você. Cinco de vocês porão em fuga cem, e cem de vocês porão dez mil, e seus inimigos cairão à espada diante de vocês. Voltarei para você e farei com que você cresça e se multiplique, e guardarei minha aliança com você. Vocês comerão colheitas velhas e, na verdade, jogarão fora as colheitas antigas para a chegada de novas. Colocarei meu assento entre vocês e nunca os desprezarei. Caminharei entre vocês; Eu serei o seu Deus e vocês serão o meu povo”, diz o Senhor Todo-Poderoso”.

ALLELUIA
Allelúja.
Veni, Sancte Spíritus, reple tuórum corda fidélium: et tui amóris in eis ignem accénde.

Aleluia.
Vem, Espírito Santo, enche os corações dos fiéis, acende o fogo do teu amor.

ORATIO
Orémus.
Præsta, quaesumus, omnípotens Deus: sic nos ab épulis carnálibus abstinére; ut a vítiis irruéntibus páriter jejunémus. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Oremos
Concedai, ó Senhor, te pedimos, que assim como nos abstemos de alimentos carnais, também nos abstemos de vícios impetuosos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

LECTIO
Léctio Daniélis Prophétæ.
Dan 3:47-51
In diébus illis: Angelus Dómini descéndit cum Azaría et sóciis ejus in fornácem: et excússit flammam ignis de fornáce, et fecit médium fornácis quasi ventum roris flantem. Flamma autem effundebátur super fornácem cúbitis quadragínta novem: et erúpit, et incéndit, quos répperit juxta fornácem de Chaldaeis, minístros regis, qui eam incendébant. Et non tétigit eos omníno ignis, neque contristávit, nec quidquam moléstiæ íntulit. Tunc hi tres quasi ex uno ore laudábant, et glorificábant, et benedicébant Deum in fornáce, dicéntes:

Então, o Anjo do Senhor desceu entre Azarias e seus companheiros na fornalha, e tirou deles a chama do fogo. Ele fez do centro da fornalha um lugar onde soprava um vento cheio de orvalho. A chama subiu quarenta e nove côvados; pegou fogo e queimou os ministros do rei, que estavam ocupados atiçando o fogo. O incêndio, porém, não afetou em nada os três jovens, não os prejudicou, não os incomodou em nada. Então estes três, como que com uma só boca, começaram a louvar, glorificar e bendizer a Deus na fornalha, dizendo. 

ALLELUIA
Allelúja.
Dan 3:52
Benedíctus es, Dómine, Deus patrum nostrórum, et laudábilis in saecula.

Aleluia.
Bendito sejas, Senhor Deus de nossos pais, e digno de louvor em todos os tempos.

ORATIO
Orémus.
Deus, qui tribus púeris mitigásti flammas ígnium: concéde propítius; ut nos fámulos tuos non exúrat flamma vitiórum. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Preghiamo.
Ó Deus, que tornaste as chamas inofensivas para os três jovens, concede-nos a bondade de não sermos queimados pelo fogo das nossas paixões. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

LECTIO
Léctio Epístolæ beáti Pauli Apóstoli ad Romános 5:1-5.
Fratres: Justificáti ex fide, pacem habeámus ad Deum per Dóminum nostrum Jesum Christum: per quem et habémus accéssum per fidem in grátiam istam, in qua stamus, et gloriámur in spe glóriæ filiórum Dei. Non solum autem, sed et gloriámur in tribulatiónibus: scientes, quod tribulátio patiéntiam operátur, patiéntia autem probatiónem, probátio vero spem, spes autem non confúndit: quia cáritas Dei diffúsa est in córdibus nostris per Spíritum Sanctum, qui datus est nobis.

Irmãos: Justificados pela fé, agora estamos em paz com Deus por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor. Devemos a Ele que chegamos, através da Fé, a este estado de graça, no qual permanecemos firmes, e no qual temos a esperança de alcançar a glória dos filhos de Deus. E não só isso, mas sentimos. glorioso em sofrer tribulações, sabendo como a tribulação produz paciência, a paciência testa a virtude e a virtude testada aperfeiçoa a esperança. E esta esperança não é ilusória, porque a caridade de Deus foi difundida nos nossos corações através do Espírito Santo, que nos foi dado.

ALLELUIA
Ps 116:1-2
Laudáte Dóminum, omnes gentes: et collaudáte eum, omnes pópuli.
V. Quóniam confirmáta est super nos misericórdia ejus: et véritas Dómini manet in ætérnum.

Todas as pessoas, louvem ao Senhor, exaltem-no, ó povo!
V. Seu amor por nós é forte, a verdade do Senhor é para sempre.

SEQUENTIA
Veni, Sancte Spíritus,
et emítte caelitus
lucis tuæ rádium.

Veni, pater páuperum;
veni, dator múnerum;
veni, lumen córdium.

Consolátor óptime,
dulcis hospes ánimæ,
dulce refrigérium.

In labóre réquies,
in æstu tempéries,
in fletu solácium.

O lux beatíssima,
reple cordis íntima
tuórum fidélium.

Sine tuo númine
nihil est in hómine,
nihil est innóxium.

Lava quod est sórdidum,
riga quod est áridum,
sana quod est sáucium.

Flecte quod est rígidum,
fove quod est frígidum,
rege quod est dévium.

Da tuis fidélibus,
in te confidéntibus,
sacrum septenárium.

Da virtútis méritum,
da salútis éxitum,
da perénne gáudium. Amen. Allelúja.

Vem, ó Espírito Santo ,
e envie do céu,
um raio de sua luz.

Vem, ó Pai dos pobres,
vem, doador de toda graça,
vinde, ó luz dos corações.

Ó excelente consolador,
Ó doce convidado da alma
ou doce refresco.

Você, descanse no cansaço,
refresco no calor,
consolo em lágrimas.

Ó luz bendita,
preencha as profundezas dos corações,
dos seus fiéis.

Sem o seu poder,
nada está no homem,
nada é inofensivo lá.

Lave o que é sórdido,
regar o que é árido,
Ele cura o que está ferido.

Dobre o que é rígido,
aquece o que está frio,
trazer de volta o que se desvia.

Dê aos seus fiéis,
que confiam em vós,
o sagrado setenário.

Dê os méritos da virtude,
dá um final saudável,
dá alegria eterna. Amém. Aleluia.

EVANGELIUM
Sequéntia ✠ sancti Evangélii secúndum Lucam  4:38-44.
In illo témpore: Surgens Jesus de synagóga, introívit in domum Simónis. Socrus autem Simónis tenebátur magnis fébribus: et rogavérunt illum pro ea. Et stans super illam, imperávit febri: et dimísit illam. Et contínuo surgens, ministrábat illis. Cum autem sol occidísset, omnes qui habébant infírmos váriis languóribus, ducébant illos ad eum. At ille síngulis manus impónens, curábat eos. Exíbant autem dæmónia a multis clamántia et dicéntia: Quia tu es Fílius Dei: et íncrepans non sinébat ea loqui, quia sciébant ipsum esse Christum. Facta autem die egréssus ibat in desértum locum, et turbæ requirébant eum, et venérunt usque ad ipsum: et detinébant illum, ne discéderet ab eis. Quibus ille ait: Quia et áliis civitátibus opórtet me evangelizáre regnum Dei: quia ideo missus sum. Et erat praedicans in synagógis Galilaeæ.
R. Laus tibi, Christe.
S. Per Evangélica dicta, deleántur nostra delícta.

Sequência ✠ do Santo Evangelho segundo São Lucas 4:38-44.
Naquele tempo, Jesus, tendo saído da sinagoga, entrou na casa de Simão. Agora a sogra de Simão sofria de uma febre violenta; e eles recomendaram isso a ele. Ele se inclinou sobre ela, comandou a febre e ela se livrou dela; e levantando-se imediatamente, começou a servi-los. Ao pôr do sol, aqueles que estavam doentes com várias doenças os trouxeram até ele. E ele, impondo as mãos sobre cada um, os curou. De muitos também saíram demônios, clamando e dizendo: “Tu és o Filho de Deus”. Mas ele os repreendeu e não os deixou dizer que sabiam que ele era o Cristo. Então, ao amanhecer, ele saiu para ir a um lugar deserto, mas a multidão, tendo ido procurá-lo, alcançou-o e quis detê-lo para que não as abandonasse. Mas ele disse: «Vocês também devem anunciar as boas novas do reino de Deus às outras cidades; pois para isso fui enviado. E ele pregou pelas sinagogas da Galiléia.
R. Louvado sejas ó Cristo. 
S. Que pelas palavras do Santo Evangelho, sejam apagados os nossos pecados.

Homilia de Santo Ambrósio Bispo. Livro 4 sobre o Evangelho de Lucas. 
"Olhai para a clemência do Senhor Salvador: nem comovido pela indignação, nem ofendido pela grave ingratidão, nem ferido pela sua injustiça, abandona a Judéia: antes, esquecido do insulto, atento apenas ao insulto. clemência, ele tenta conquistar suavemente o coração deste povo infiel, ora instruindo, ora libertando os possuídos, ora curando os enfermos. E São Lucas fala com razão primeiro de um homem libertado do espírito maligno e depois fala da cura de uma mulher. Porque o Senhor veio curar ambos os sexos, mas primeiro teve que curar o que foi criado primeiro; e não foi necessário omitir a cura daquele que pecou mais por leviandade do que por maldade. O fato de o Senhor ter começado a realizar as duas curas no sábado significa que ele queria começar a criação do novo homem no mesmo. dia em que completou a antiga criação e mostra desde o início que o Filho de Deus não está sujeito à lei, mas está acima da lei e que não aboliu a lei, mas a cumpriu. Na verdade o mundo não foi feito pela lei, mas pela palavra, como lemos: “Pela Palavra do Senhor foram feitos os céus” (Sl 32:6). A lei, portanto, não é abolida, mas completada: para que a humanidade caída seja renovada. Por isso o Apóstolo também diz: “Despojando-se do velho homem, revesti-vos do novo, que foi criado segundo Deus” (Colossenses 3:9). E apropriadamente, ele começou suas curas no sábado, para mostrar que ele é o. Criador que ordena e liga as suas obras, e aqui continua a obra que ele próprio já havia iniciado: como um arquitecto que, ao preparar-se para renovar uma casa, começa a demolir o antigo não pelos alicerces, mas por cima. Então ele primeiro coloca a mão ali, isto é, no dia - onde parou, portanto ele começa pelas coisas menores para chegar às maiores. Os homens também podem libertar-se do diabo, mas em nome de Deus: ordenar aos mortos que ressuscitem pertence apenas ao poder divino. Talvez esta mulher, sogra de Simão e Andre, fosse também a figura da nossa carne, que definha sob as diversas febres dos seus pecados, consumida pelos desejos imoderados das suas diversas paixões. Na verdade, eu diria que um afeto desordenado não é menos febril do que aquele que faz sentir calor no corpo. Um queima a alma, o outro o corpo. Na verdade a nossa febre é a avareza, a nossa febre é a ganância, a nossa febre é a luxúria, a nossa febre é a ambição, a nossa febre é a ira."

CREDO

OFFERTORIUM
Ps 87:2-3.
Dómine, Deus salútis meæ, in die clamávi et nocte coram te: intret orátio mea in conspéctu tuo, Dómine, allelúja.

Senhor, Deus da minha salvação, dia e noite eu choro diante de ti. Que minha oração chegue diante de ti, ó Senhor. Aleluia.

SECRETA
Ut accépta tibi sint, Dómine, nostra jejúnia: præsta nobis, quaesumus; hujus múnere sacraménti purificátum tibi pectus offérre.Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Ó Senhor, para que os nossos jejuns sejam aceitos por ti, oramos para que através deste sacramento possamos oferecer-te um coração puro. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.

PRÆFATIO DE SPIRITU SANCTO
Vere dignum et iustum est, æquum et salutáre, nos tibi semper et ubíque grátias ágere: Dómine sancte, Pater omnípotens, ætérne Deus: per Christum, Dóminum nostrum. Qui, ascéndens super omnes coelos sedénsque ad déxteram tuam, promíssum Spíritum Sanctum in fílios adoptiónis effúdit. Quaprópter profúsis gáudiis totus in orbe terrárum mundus exsúltat. Sed et supérnæ Virtútes atque angélicæ Potestátes hymnum glóriæ tuæ cóncinunt, sine fine dicéntes:
Sanctus, Sanctus, Sanctus Dóminus, Deus Sábaoth. Pleni sunt cæli et terra glória tua. Hosánna in excélsis. Benedíctus, qui venit in nómine Dómini. Hosánna in excélsis.

É verdadeiramente digno e justo, oportuno e salutar que nós, sempre e em toda parte, te demos graças, ó Santo Senhor, Pai Todo-Poderoso, Deus Eterno, por Cristo nosso Senhor. Que, elevando-se acima de todos os céus e sentado à tua direita, derrama o prometido Espírito Santo sobre os filhos adotivos. Por esta razão, uma vez aberta a passagem da alegria, o mundo inteiro se alegra. Assim como as virtudes supernas e os poderes angélicos cantam o hino da tua glória, dizendo sem fim: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus Eterno! O céu e a terra estão cheios da Tua glória! Hosana nas alturas! Bendito aquele que vem em Nome do Senhor! Hosana nas alturas!

INFRA ACTIONEM
Communicántes, et diem sacratíssimum Pentecóstes celebrántes, quo Spíritus Sanctus Apóstolis innúmeris linguis appáruit: sed et memóriam venerántes, in primis gloriósæ semper Vírginis Maríæ, Genetrícis Dei et Dómini nostri Jesu Christi: sed et beati Joseph, ejusdem Virginis Sponsi, et beatórum Apostolórum ac Mártyrum tuórum, Petri et Pauli, Andréæ, Jacóbi, Ioánnis, Thomæ, Jacóbi, Philíppi, Bartholomaei, Matthaei, Simónis et Thaddaei: Lini, Cleti, Cleméntis, Xysti, Cornélii, Cypriáni, Lauréntii, Chrysógoni, Joánnis et Pauli, Cosmæ et Damiáni: et ómnium Sanctórum tuórum; quorum méritis precibúsque concédas, ut in ómnibus protectiónis tuæ muniámur auxílio. Per eúndem Christum, Dóminum nostrum. Amen.

Unidos em comunhão, celebramos o dia santíssimo de Pentecostes, no qual o Espírito Santo apareceu aos Apóstolos em muitas línguas: além disso, veneramos a memória, antes de tudo, da sempre gloriosa Virgem Maria, Mãe de nosso Deus e Senhor Jesus Cristo: e depois do próprio bem-aventurado José Esposo da Virgem, e dos vossos bem-aventurados Apóstolos e Mártires: Pedro e Paulo, André, Tiago, João, Tomé, Tiago, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Simão e Tadeu, Lino, Cleto, Clemente, Sisto, Cornélio, Cipriano, Lourenço, Crisógono, João e Paulo, Cosme e Damião, e todos os seus santos; pelos méritos e orações das quais concedes que em tudo sejamos assistidos pela ajuda da tua proteção. Pelo mesmo Cristo nosso Senhor. Amém.

Hanc igitur oblatiónem servitutis nostræ, sed et cunctae famíliæ tuæ, quam tibi offérimus pro his quoque, quos regeneráre dignatus es ex aqua et Spíritu Sancto, tríbuens eis remissionem omnium peccatórum, quaesumus, Dómine, ut placátus accípias: diésque nostros in tua pace dispónas, atque ab ætérna damnatióne nos éripi, et in electórum tuórum iúbeas grege numerári. Per Christum, Dóminum nostrum. Amen.

Ti preghiamo, dunque, o Signore, di accettare placato questa offerta di noi tuoi servi e di tutta la tua famiglia che a Te rivolgiamo per coloro che Ti sei degnato di rigenerare con l’acqua e con lo Spirito Santo, concedendo loro la remissione di tutti i peccati;fa che i nostri giorni scorrano nella tua pace e che noi veniamo liberati dall’eterna dannazione e annoverati nel gregge dei tuoi eletti. Per Cristo nostro Signore. Amen.

COMMUNIO
Joannes 3:8
Spíritus, ubi vult, spirat: et vocem ejus audis, allelúja, allelúja: sed nescis, unde véniat aut quo vadat, allelúja, allelúja, allelúja.

O vento sopra onde quer; você ouve seu assobio, aleluia; mas você não sabe de onde vem nem para onde vai, aleluia, aleluia..

POSTCOMMUNIO
Orémus.
Praebeant nobis, Dómine, divínum tua sancta fervórem: quo eórum páriter et actu delectémur et fructu. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.

Preghiamo.
Os teus sagrados mistérios, ó Senhor, infundem em nós o fervor divino, para que desfrutemos tanto da celebração como dos frutos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.


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