Estação em Santa Maria Maior.
Grande Feria Privilegiada.
💜 Paramentos roxos.
A partir de hoje as funções estacionárias da Semana Santa são celebradas em Roma, nas grandes basílicas. O da Quarta-Feira Santa na Basílica de Santa Maria Maggiore, o maior e mais ilustre dos santuários consagrados à Bem-Aventurada Virgem Maria.
Os Sinédrios decidem matar Jesus e encontram o traidor em Judas Iscariotes. Aproxima-se a hora da Paixão em que o Verbo eterno do Pai, já oprimido pela dor interna, será totalmente esmagado pelos algozes, oferecendo seu Corpo e Sangue como holocausto para a redenção da humanidade pecadora. A primeira passagem do profeta Isaías aplica-se à Paixão. O sangue que purifica o manto do Salvador é o Seu próprio sangue e o Salvador, em vez de aniquilar o povo na Sua indignação, sofre e morre por ele. A segunda passagem prediz com uma precisão tão singular as principais circunstâncias da Paixão que os Padres chamaram Isaías, o quinto Evangelista. O Messias é o homem das dores que «foi levado à morte como uma ovelha e permaneceu calado». «Ele estava coberto de feridas e colocado entre o número de criminosos». "Por nossos crimes ele foi destruído." «Ele foi cortado da terra dos vivos e teve os ímpios para guardar o seu túmulo e um homem rico para sepultá-lo após a sua morte» «e recebemos a cura das suas feridas». Confirmando o seu nome como Salvador, «tornou-se obediente até à morte e até à morte de Cruz» (Intróito), como nos apresenta a Paixão segundo São Lucas.
Como ovelhas errantes, cada um se desviou para seguir seu próprio caminho e Jesus, tomando sobre si as nossas iniquidades, tem como legado uma multidão de discípulos. Com efeito, na festa da Páscoa os sacramentos do Batismo e da Penitência reconciliam as almas com Deus.
«Renovando os mistérios da Paixão de Jesus na Missa», ajoelhemo-nos diante do mistério maravilhoso de um Deus que morre pelos mortais! Pedimos «pelos seus méritos» «sermos libertos do poder dos nossos inimigos e participarmos na graça da sua Ressurreição».
• Memória de São João Damasceno, Confessor e Doutor da Igreja.
João, chamado Damasceno pelo nome de sua terra natal (Damasco), nasceu por volta do ano 650 em uma nobre família cristã e foi educado nas letras humanas e divinas em Constantinopla pelo monge Cosme e como naquela época o imperador isauriano Leão III havia declarado uma guerra ímpia ao culto das imagens sagradas (iconoclastia: palavra grega que significa "destruição de imagens"), João, a convite do pontífice romano Gregório III, defendeu com ardor e palavra de coragem e escritos a santidade deste culto. Este zelo despertou a tal ponto a ira de Leão contra ele que este, com cartas falsas, o acusou de traição ao califa de Damasco, de quem João era conselheiro e ministro. O príncipe, acreditando na fraude, ordenou que a mão direita de João fosse cortada enquanto ele protestava com juramento contra tal calúnia. Mas a Santíssima Virgem, tão venerada e louvada por ele, veio em socorro do seu fiel servo, que lhe implorara ajuda com fervorosa oração, e vingou a sua inocência reunindo, com ilustre benefício, tão bem a mão decepada do braço, como se nunca tivesse sido separado dele. Profundamente tocado por este milagre, João resolveu fazer o que há muito havia concebido. Portanto, tendo obtido licença do califa, ainda que com relutância, distribuiu todos os seus bens aos pobres e deu liberdade aos seus escravos; depois viajou como peregrino pelos lugares sagrados da Palestina e depois retirou-se junto com seu professor Cosmas para laura de Mar Saba, perto de Jerusalém, onde foi ordenado sacerdote. Foi por volta do ano 700.
Na formação da vida religiosa deu aos monges exemplos ilustres de virtude, particularmente de humildade e obediência. Ele reivindicou os cargos mais vis do mosteiro como seus e os cumpriu com diligência. Tendo sido ordenado a ir vender alguns saquinhos que tinha feito em Damasco, cidade onde outrora recebera as maiores honras, recolheu com santa avidez o escárnio e o ridículo do povo. Praticava tão bem a obediência que não só estava preparado para a menor insinuação dos seus superiores, como nunca se considerou autorizado a questionar a razão das ordens que recebia, por mais difíceis e invulgares que fossem. No meio do exercício destas virtudes, nunca deixou de defender zelosamente o dogma católico sobre o culto das imagens sagradas. Conseqüentemente, como Leão III, o Isauriano, já havia feito antes, ele provocou o ódio e o assédio de Constantino V Copronymus contra si mesmo; especialmente porque ele censurou abertamente a arrogância desses imperadores, que ousavam tratar de questões de fé e pronunciar sentenças como bem entendessem sobre tais assuntos.
MISSAE PROPRIUM
Statio ad sanctam María majorem, duplex.
Feria Quarta Hebdomadæ Sanctæ.
INTROITO
Fil 2,10, 8 y 11.- In nómine Jesu omne genu flectátur, coeléstium, terréstrium et infernórum: quia Dóminus factus est oboediens usque ad mortem, mortem autem crucis: ideo Dóminus Jesus Christus in glória est Dei Patris ~~ Sal 101: 2.- Señor, exáudi oratiónem meam: et clamor meus ad te véniat. ~~ En nombre Jesu omne genuinamente flectátur, coeléstium, terréstrium et infernórum: quia Dóminus factus est oboediens usque ad mortem, mortim autem crucis: ideo Dóminus Jesus Christus in glória est Dei Patris
Fil 2:10, 8 y 11.- Ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e no inferno; que o Senhor se tornou obediente até a morte e morte de cruz; portanto o Senhor Jesus Cristo está na glória do Pai. ~~ Sl 101:2.- Senhor ouve a minha oração: e que o meu clamor chegue até Ti. ~~ Ao nome de Jesus todo joelho se dobra no céu, na terra e no inferno; que o Senhor se tornou obediente até a morte e morte de cruz; portanto o Senhor Jesus Cristo está na glória do Pai.
ORATIO
Orémus.
V. Flectámus génua.
R. Leváte.
Præsta, quaesumus, omnípotens Deus: ut, qui nostris excéssibus incessánter afflígimur, per unigéniti Fílii tui passiónem liberémur: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
Oremos.
Que nós, continuamente afligidos pelos nossos pecados, sejamos libertos deles através da Paixão do teu Filho Unigénito, rogamos-te, Senhor todo-poderoso. Aquele que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.
LECTIO
Léctio Isaíæ Prophétæ.
Isa 63:1-7
Hæc dicit Dóminus Deus: Dícite fíliæ Sion: Salvátor tuus venit: ecce, merces eius cum eo. Quis est iste, qui venit de Edom, tinctis véstibus de Bosra? Iste formósus in stola sua, grádiens in multitúdine fortitúdinis suæ. Ego, qui loquor iustítiam, et propugnátor sum ad salvándum. Quare ergo rubrum est induméntum tuum, et vestiménta tua sicut calcántium in torculári? Tórcuar calcávi solus, et de géntibus non est vir mecum: calcávi eos in furóre meo, et conculcávi eos in ira mea: et aspérsus est sanguis eórum super vestiménta mea, et ómnia induménta mea inquinávi. Dies enim ultiónis in corde meo, annus redemptiónis meæ venit. Circumspéxi, et non erat auxiliátor: quæsívi, et non fuit, qui adiuváret: et salvávit mihi bráchium meum, et indignátio mea ipsa auxiliáta est mihi. Et conculcávi pópulos in furóre meo, et inebriávi eos in indignatióne mea, et detráxi in terram virtútem eórum. Miseratiónum Dómini recordábor, laudem Dómini super ómnibus, quæ réddidit nobis Dóminus, Deus noster.
Leitura do Profeta Isaías.
Isto diz o Senhor Deus: Dize à filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador; e sua recompensa está com ele. Quem é aquele que vem de Edom e Bosra, com o seu manto tingido de vermelho? tão esplêndido em suas roupas e tão orgulhoso na grandeza de sua força? Sou eu, eu quem falo com justiça, eu quem sou poderoso para salvar. Por que então é vermelha a tua roupa, e as tuas vestes são como as dos que pisam o lagar? Apertei o tanque sozinho; e não havia nenhum dos gentios comigo. E pressionei-os com o meu furor, e esmaguei-os com a minha ira; o seu sangue respingou nas minhas vestes; e tenho todas as minhas roupas manchadas com isso. Pois um dia de vingança estava em meu coração, e o ano da minha redenção havia chegado. Olhei em volta e não tinha ninguém oferecendo ajuda, olhei e não tinha ninguém oferecendo ajuda; mas meu braço me ajudou, e minha força foi o que me sustentou. E esmaguei o povo com a minha ira, esmaguei-o com a minha fúria e derrubei a sua fortaleza. Celebrarei as misericórdias do Senhor, os louvores do Senhor, por tudo o que o Senhor nosso Deus fez por nós.
GRADUALE
Ps 68:18 et 2-3
Ne avértas fáciem tuam a púero tuo, quóniam tríbulor: velóciter exáudi me.
V. Salvum me fac, Deus, quóniam intravérunt aquæ usque ad ánimam meam: infíxus sum in limo profúndi, et non est substántia.
Não escondais a Tua face do Teu servo, porque estou angustiado; mas ouça-me prontamente. Não escondais a Tua face do Teu servo, porque estou angustiado, mas ouça-me prontamente.
V. Salvai-me, meu Deus, porque as águas chegam à minha garganta, estou imerso num atoleiro profundo, onde não há apoio.
ORATIO
Orémus.
Deus, qui pro nobis Fílium tuum Crucis patíbulum subire voluísti, ut inimíci a nobis expélleres potestatem: concéde nobis fámulis tuis; ut resurrectiónis grátiam consequámur. Per eundem Dominum nostrum Jesum Christum filium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
Oremos.
Ó Deus, que quiseste que o teu Filho sofresse o tormento da cruz, para nos libertar do poder do inimigo; concedei-nos, teus servos, alcançar a graça da ressurreição. Pelo mesmo nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.
LECTIO
Léctio Isaíæ Prophétæ.
Is 53:1-12.
In diébus illis: Dixit Isaías: Dómine, quis crédidit audi tui nostro? et bráchium Dómini cui revelátum est? Et ascéndet sicut virgúltum coram eo, et sicut radix de terra sitiénti: non est spécies ei neque decor: et vídimus eum, et non erat aspéctus, et desiderávimus eum: despéctum et novíssimum virórum, virum dolórum, et sciéntem infirmitátem: et quasi abscónditus vultus ejus et despéctus, unde nec reputávimus eum. Vere languóres nostros ipse tulit, et dolóres nostros ipse portávit: et nos putávimus eum quasi leprósum, et percússum a Deo, et humiliátum. Ipse autem vulnerátus est propter iniquitátes nostras, attrítus est propter scélera nostra: disciplína pacis nostræ super eum, et livóre ejus sanáti sumus. Omnes nos quasi oves errávimus, unusquísque in viam suam declinávit: et pósuit Dóminus in eo iniquitátem ómnium nostrum. Oblátus est, quia ipse vóluit, et non apéruit os suum: sicut ovis ad occisiónem ducátur, et quasi agnus coram tondénte se obmutéscet, et non apériet os suum. De angústia et de judício sublátus est: generatiónem ejus quis enarrábit? quia abscíssus est de terra vivéntium: propter scelus pópuli mei percússi eum. Et dabit ímpios pro sepultúra, et dívitem pro morte sua: eo quod iniquitátem non fécerit, neque dolus fúerit in ore ejus. Et Dóminus vóluit contérere eum in infirmitáte: si posúerit pro peccáto ánimam suam, vidébit semen longaevum, et volúntas Dómini in manu ejus dirigátur. Pro eo, quod laborávit ánima ejus, vidébit, et saturábitur: in sciéntia sua justificábit ipse justus servus meus multos, et iniquitátes eórum ipse portábit. Ideo dispértiam ei plúrimos: et fórtium dívidet spólia, pro eo, quod trádidit in mortem ánimam suam, et cum scelerátis reputátus est: et ipse peccáta multórum tulit, et pro transgressóribus rogávit.
Naqueles dias Isaías disse: «Ó Senhor, quem acreditará no que anunciamos? A quem será revelado o seu poder? Ele, o Cristo, surgirá diante de Deus como uma muda, como um broto que tem raízes na terra árida. Ele não tem beleza nem esplendor; nós o vimos, mas ele não era bonito, nem o amávamos. Desprezado, rejeição dos homens, homem das dores, habituado ao sofrimento. Seu rosto estava velado, Ele foi tão difamado que não percebemos. Verdadeiramente ele tomou sobre si os nossos males, tomou sobre si as nossas dores; para nós ele parecia um leproso, alguém atingido por Deus e humilhado. Pelo contrário, foi ferido pelas nossas iniquidades, foi traspassado pelas nossas maldades: o castigo que nos dá a paz voltou a pesar sobre ele; pelas suas pisaduras fomos sarados. Éramos todos como ovelhas desgarradas, cada um se desgarrou no seu caminho, e o Senhor colocou sobre ele a iniqüidade de todos nós. Ele foi sacrificado porque quis: não abriu a boca; como uma ovelha será levado ao matadouro; como um cordeiro que fica mudo diante dos seus tosquiadores, ele não abrirá a boca. Ele é tirado do caminho com uma sentença injusta, mas quem se importa com sua causa? Sim, ele foi arrancado da terra dos vivos; pelos pecados do meu povo, ele foi morto. Um túmulo é preparado para ele entre os ímpios e entre os malfeitores ele morre. E ainda assim ele não cometeu iniquidade, nem nunca teve engano em sua boca. Foi Deus quem quis consumi-lo de sofrimento; mas quando tiver dado a vida como sacrifício de expiação, verá uma longa posteridade, e a vontade do Senhor por meio dele será cumprida. Livre dos tormentos de sua alma, ele verá os frutos e ficará satisfeito com eles. O Justo, meu Servo, santificará multidões e levará sobre si as suas iniqüidades. Por isso lhe darei uma grande multidão; ele repartirá os despojos dos fortes, porque entregou a sua vida à morte, foi contado entre os malfeitores, enquanto tomou sobre si os pecados de muitos e intercedeu pelos pecadores.”
GRADUALE
Ps. 101:2-5,14
Domine, exaudi orationem meam, et clamor meus ad te veniat.
V. Ne avertas faciem tuam a me: in quacumque die tribulor, inclina ad me aurem tuam.
V. In quacumque die invocavero te, velociter exaudi me.
V. Quia defecerunt sicut fumus dies mei: et ossa mea sicut in frixorio confrixa sunt.
V. Percussus sum sicut faenum, et aruit cor meum: quia oblitus sum manducare panem meum.
V. Tu exsurgens, Domine, misereberis Sion: quia venit tempus miserendi eius
Senhor, ouvi minha oração, e que meu clamor chegue até Vós.
V. Não esconda de mim o Vosso rosto no dia em que eu me encontrar angustiado, inclinai o Vosso ouvido para mim.
V. Seja qual for o dia em que eu te invocar, apresse-se em me ouvir.
V. Pois meus dias passam como névoa, e meus ossos se consomem como carvão.
V. Estou abatido e, como o feno, meu coração secou; que até esqueço de comer meu pão.
V. Tu, ó Senhor, ao acordar, terás misericórdia de Sião, porque chegou a hora de dar-lhe a graça.
EVANGELIUM
Pássio Dómini nostri Jesu Christi secúndum Lucam.
Luc 22:1-71; 23:1-53
In illo témpore: Appropinquábat dies festus azymórum, qui dícitur Pascha: et quærébant príncipes sacerdótum et scribæ, quómodo Jesum interfícerent: timébant vero plebem. Intrávit autem sátanas in Judam, qui cognominabátur Iscariótes, unum de duódecim. Et ábiit, et locútus est cum princípibus sacerdótum et magistrátibus, quemádmodum illum tráderet eis. Et gavísi sunt, et pacti sunt pecúniam illi dare. Et spopóndit. Et quærébat opportunitátem, ut tráderet illum sine turbis. Venit autem dies azymórum, in qua necésse erat occídi pascha. Et misit Petrum et Joánnem, dicens: ✠ Eúntes paráte nobis pascha, ut manducémus. C. At illi dixérunt: S. Ubi vis parémus? C. Et dixit ad eos: ✠ Ecce, introëúntibus vobis in civitátem, occúrret vobis homo quidam ámphoram aquæ portans: sequímini eum in domum, in quam intrat, et dicétis patrifamílias domus: Dicit tibi Magister: Ubi est diversórium, ubi pascha cum discípulis meis mandúcem? Et ipse osténdet vobis cenáculum magnum stratum, et ibi paráte. C. Eúntes autem invenérunt, sicut dixit illis, et paravérunt pascha. Et cum facta esset hora, discúbuit, et duódecim Apóstoli cum eo. Et ait illis: ✠ Desidério desiderávi hoc pascha manducáre vobíscum, ántequam pátiar. Dico enim vobis, quia ex hoc non manducábo illud, donec impleátur in regno Dei. C. Et accépto cálice, grátias egit, et dixit: ✠ Accípite, et divídite inter vos. Dico enim vobis, quod non bibam de generatióne vitis, donec regnum Dei véniat. C. Et accépto pane, grátias egit, et fregit, et dedit eis, dicens: ✠ Hoc est corpus meum, quod pro vobis datur: hoc fácite in meam commemoratiónem. C. Simíliter et cálicem, postquam cenávit, dicens: ✠ Hic est calix novum Testaméntum in sánguine meo, qui pro vobis fundétur. Verúmtamen ecce manus tradéntis me mecum est in mensa. Et quidem Fílius hóminis, secúndum quod definítum est, vadit: verúmtamen væ hómini illi, per quem tradétur. C. Et ipsi coepérunt quaerere inter se, quis esset ex eis, qui hoc factúrus esset. Facta est autem et conténtio inter eos, quis eórum viderétur esse major. Dixit autem eis: ✠ Reges géntium dominántur eórum: et qui potestátem habent super eos, benéfici vocántur. Vos autem non sic: sed qui major est in vobis, fiat sicut minor: et qui præcéssor est, sicut ministrátor. Nam quis major est, qui recúmbit, an qui minístrat? nonne qui recúmbit? Ego autem in médio vestrum sum, sicut qui minístrat: vos autem estis, qui permansístis mecum in tentatiónibus meis. Et ego dispóno vobis, sicut dispósuit mihi Pater meus regnum, ut edátis et bibátis super mensam meam in regno meo: et sedeátis super thronos, judicántes duódecim tribus Israël. C. Ait autem Dóminus: ✠ Simon, Simon, ecce, sátanas expetívit vos, ut cribráret sicut tríticum: ego autem rogávi pro te, ut non defíciat fides tua: et tu aliquándo convérsus confírma fratres tuos. C. Qui dixit ei: S. Dómine, tecum parátus sum, et in cárcerem et in mortem ire. C. At ille dixit: Dico tibi, Petre: Non cantábit hódie gallus, donec ter ábneges nosse me. C. Et dixit eis: ✠ Quando misi vos sine saeculo et pera et calceaméntis, numquid aliquid défuit vobis? C. At illi dixérunt: S. Nihil. C. Dixit ergo eis: ✠ Sed nunc, qui habet saeculum, tollat simíliter et peram: et qui non habet, vendat túnicam suam, et emat gládium: Dico enim vobis, quóniam adhuc hoc, quod scriptum est, oportet impléri in me: Et cum iníquis deputátus est. Etenim ea, quæ sunt de me, finem habent. C. At illi dixérunt: S. Dómine, ecce duo gládii hic. C. At ille dixit eis: ✠ Satis est. C. Et egréssus ibat secúndum consuetúdinem in montem Olivárum. Secúti sunt autem illum et discípuli. Et cum pervenísset ad locum, dixit illis: ✠ Oráte, ne intrétis in tentatiónem. ✠ Et ipse avúlsus est ab eis, quantum jactus est lápidis, et pósitis génibus orábat, dicens: ✠ Pater, si vis, transfer cálicem istum a me: verúmtamen non mea volúntas, sed tua fiat. C. Appáruit autem illi Angelus de coelo, ccnfórtans eum. Et factus in agónia, prolíxius orábat. Et factus est sudor ejus, sicut guttæ sánguinis decurréntis in terram. Et cum surrexísset ab oratióne, et venísset ad discípulos suos, invénit eos dormiéntes præ tristítia. Et ait illis: ✠ Quid dormítis? súrgite, oráte, ne intrétis in tentatiónem. C. Adhuc eo loquénte, ecce turba: et qui vocabátur Judas, unus de duódecim, antecedébat eos: et appropinquávit Jesu, ut oscularétur eum. Jesus autem dixit illi: ✠ Juda, ósculo Fílium hóminis tradis? C. Vidéntes autem hi, qui circa ipsum erant, quod futúrum erat, dixérunt ei: S. Dómine, si percútimus in gladio? C. Et percússit unus ex illis servum príncipis sacerdótum, et amputávit aurículam ejus déxteram. Respóndens autem Jesus, ait: ✠ Sínite usque huc. C. Et cum tetigísset aurículam ejus, sanávit eum. Dixit autem Jesus ad eos, qui vénerant ad se, príncipes sacerdótum et magistrátus templi et senióres: ✠ Quasi ad latrónem exístis cum gládiis et fústibus? Cum cotídie vobíscum fúerim in templo, non extendístis manus in me: sed hæc est hora vestra et potéstas tenebrárum. C. Comprehendéntes autem eum, duxérunt ad domum príncipis sacerdótum: Petrus vero sequebátur a longe. Accénso autem igne in médio átrii, et circumsedéntibus illis, erat Petrus in médio eórum. Quem cum vidísset ancílla quædam sedéntem ad lumen, et eum fuísset intúita, dixit: S. Et hic cum illo erat. C. At ille negávit eum, dicens: S. Múlier, non novi illum. C. Et post pusíllum álius videns eum, dixit: S. Et tu de illis es. C. Petrus vero ait: S. O homo, non sum. C. Et intervállo facto quasi horæ uníus, álius quidam affirmábat, dicens: S. Vere et hic cum illo erat: nam et Galilaeus est. C. Et ait Petrus: S. Homo, néscio, quid dicis. C. Et contínuo adhuc illo loquénte cantávit gallus. Et convérsus Dóminus respéxit Petrum. Et recordátus est Petrus verbi Dómini, sicut díxerat: Quia priúsquam gallus cantet, ter me negábis. Et egréssus foras Petrus flevit amáre. Et viri, qui tenébant illum, illudébant ei, cædéntes. Et velavérunt eum et percutiébant fáciem ejus: et interrogábant eum, dicéntes: S. Prophetíza, quis est, qui te percússit? C. Et alia multa blasphemántes dicébant in eum. Et ut factus est dies, convenérunt senióres plebis et príncipes sacerdótum et scribæ, et duxérunt illum in concílium suum, dicente? S. Si tu es Christus, dic nobis. C. Et ait illis: ✠ Si vobis díxero, non credétis mihi: si autem et interrogávero, non respondébitis mihi, neque dimittetis. Ex hoc autem erit Fílius hóminis sedens a dextris virtútis Dei. C. Dixérunt autem omnes: S. Tu ergo es Fílius Dei? C. Qui ait: ✠ Vos dicitis, quia ego sum. C. At illi dixérunt: S. Quid adhuc desiderámus te stimónium ? Ipsi enim audívimus de ore ejus. C. Et surgens omnis multitúdo eórum, duxérunt illum ad Pilátum. Coepérunt autem illum accusáre, dicéntes: S. Hunc invénimus subverténtem gentem nostram, et prohibéntem tribúta dare Caesari, et dicéntem se Christum regem esse. C. Pilátus autem interrogávit eum, dicens: S. Tu es Rex Judæórum? C. At ille respóndens, ait: ✠ Tu dicis. C. Ait autem Pilátus ad príncipes sacerdótum et turbas: S. Nihil invénio causæ in hoc hómine. C. At illi invalescébant, dicéntes: S. Cómmovet pópulum, docens per univérsam Judaeam, incípiens a Galilaea usque huc. C. Pilátus autem áudiens Galilaeam, interrogávit, si homo Galilaeus esset. Et ut cognóvit, quod de Heródis potestáte esset, remísit eum ad Heródem, qui et ipse Jerosólymis erat illis diébus. Heródes autem, viso Jesu, gavísus est valde. Erat enim cúpiens ex multo témpore vidére eum, eo quod audíerat multa de eo, et sperábat signum áliquod vidére ab eo fíeri. Interrogábat autem eum multis sermónibus. At ipse nihil illi respondébat. Stabant autem príncipes sacerdótum et scribæ, constánter accusántes eum. Sprevit autem illum Heródes cum exércitu suo: et illúsit indútum veste alba, et remísit ad Pilátum. Et facti sunt amíci Heródes et Pilátus in ipsa die: nam ántea inimíci erant ad ínvicem. Pilátus autem, convocátis princípibus sacerdótum et magistrátibus et plebe, dixit ad illos: S. Obtulístis mihi hunc hóminem, quasi averténtem pópulum, et ecce, ego coram vobis intérrogans, nullam causam invéni in hómine isto ex his, in quibus eum accusátis. Sed neque Heródes: nam remísi vos ad illum, et ecce, nihil dignum morte actum est ei. Emendátum ergo illum dimíttam. C. Necésse autem habébat dimíttere eis per diem festum, unum. Exclamávit autem simul univérsa turba, dicens: S. Tolle hunc, et dimítte nobis Barábbam. C. Qui erat propter seditiónem quandam fáciam in civitáte et homicídium missus in cárcerem. Iterum autem Pilátus locútus est ad eos, volens dimíttere Jesum. At illi succlamábant, dicéntes: S. Crucifíge, crucifíge eum. C. Ille autem tértio dixit ad illos: S. Quid enim mali fecit iste? Nullam causam mortis invénio in eo: corrípiam ergo illum et dimíttam. C. At illi instábant vócibus magnis, postulántes, ut crucifigerétur. Et invalescébant voces eórum. Et Pilátus adjudicávit fíeri petitiónem eórum. Dimísit autem illis eum, qui propter homicídium et seditiónem missus fúerat in cárcerem, quem petébant: Jesum vero trádidit voluntáti eórum. Et cum dúcerent eum, apprehendérunt Simónem quendam Cyrenénsem, veniéntem de villa: et imposuérunt illi crucem portáre post Jesum. Sequebátur autem illum multa turba pópuli, et mulíerum, quæ plangébant et lamentabántur eum. Convérsus autem ad illas Jesus dixit: ✠ Filiæ Jerúsalem, nolíte flere super me, sed super vos ipsas flete et super fílios vestros. Quóniam ecce vénient dies, in quibus dicent: Beátæ stériles, et veníres, qui non genuérunt, et úbera, quæ non lactavérunt. Tunc incípient dícere móntibus: Cádite super nos; et cóllibus: Operíte nos. Quia si in víridi ligno hæc fáciunt, in árido quid fiet? C. Ducebántur autem et alii duo nequam cum eo, ut interficeréntur. Et postquam venérunt in locum, qui vocátur Calváriæ, ibi crucifixérunt eum: et latrónes, unum a dextris et álterum a sinístris. Jesus autem dicebat: ✠ Pater, dimítte illis: non enim sciunt, quid fáciunt. C. Dividéntes vero vestiménta ejus, misérunt sortes. Et stabat pópulus spectans, et deridébant eum príncipes cum eis, dicéntes: S. Alios salvos fecit: se salvum fáciat, si hic est Christus Dei electus. C. Illudébant autem ei et mílites accedéntes, et acétum offeréntes ei, et dicéntes: S. Si tu es Rex Judæórum, salvum te fac. C. Erat autem et superscríptio scripta super eum lítteris græcis et latínis et hebráicis: Hic est Rex Judæórum. Unus autem de his, qui pendébant, latrónibus, blasphemábat eum, dicens: S. Si tu es Christus, salvum fac temetípsum, et nos. C. Respóndens autem alter increpábat eum, dicens: S. Neque tu times Deum, quod in eadem damnatióne es. Et nos quidem juste, nam digna factis recípimus: hic vero nihil mali gessit. C. Et dicebat ad Jesum: S. Dómine, meménto mei, cum véneris in regnum tuum. C. Et dixit illi Jesus: ✠ Amen, dico tibi: Hódie mecum eris in paradíso. C. Erat autem fere hora sexta, et ténebræ factæ sunt in univérsam terram usque in horam nonam. Et obscurátus est sol: et velum templi scissum est médium. Et clamans voce magna Jesus, ait: ✠ Pater, in manus tuas comméndo spíritum meum. C. Et hæc dicens, exspirávit.
Aqui fazemos uma genuflexão e paramos para meditar no mistério do Homem-Deus que morre pela nossa salvação.
Videns autem centúrio quod factum fúerat, glorificávit Deum, dicens: S. Vere hic homo justus erat. C. Et omnis turba eórum, qui simul áderant ad spectáculum istud et vidébant, quæ fiébant, percutiéntes péctora sua revertebántur. Stabant autem omnes noti ejus a longe, et mulíeres, quæ secútæ eum erant a Galilaea, hæc vidéntes.
A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas.
Naquele tempo, tendo saído de casa, Jesus dirigiu-se, como sempre, ao Monte das Oliveiras; os discípulos também o seguiram. Chegando ao local, disse-lhes: “Rezai, para não cair em tentação”. Depois afastou-se deles quase a um passo de pedra e, ajoelhando-se, rezou: «Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua.” Um anjo então apareceu-lhe do céu para confortá-lo. Na angústia, orou com mais intensidade; e seu suor tornou-se como gotas de sangue caindo no chão. Então, levantando-se da oração, foi até os discípulos e os encontrou dormindo de tristeza. E ele lhes disse: «Por que vocês estão dormindo? Levante-se e ore, para não cair em tentação”. Enquanto ele ainda falava, eis que uma multidão de gente; Aquele que se chamava Judas, um dos Doze, precedeu-os e aproximou-se de Jesus para beijá-lo. Jesus lhe disse: “Judas, com um beijo você está traindo o Filho do Homem?” Então os que estavam com ele, vendo o que estava para acontecer, disseram: “Senhor, devemos atacar com a espada?”. E um deles feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe a orelha direita. Mas Jesus interveio dizendo: «Deixa, já chega!». E tocando-lhe na orelha, ele o curou. Então Jesus disse aos que tinham vindo contra ele, aos chefes dos sacerdotes, aos chefes da guarda do templo e aos anciãos: «Saístes com espadas e porretes, como contra um ladrão? Todos os dias eu estava com vocês no templo e vocês não lançaram mão de mim; mas esta é a sua hora, é o império das trevas." Depois de prendê-lo, levaram-no e fizeram-no entrar na casa do sumo sacerdote. Pedro o seguiu de longe. Como tinham acendido uma fogueira no meio do pátio e sentado ao redor dela, Pedro também sentou-se entre eles. Ao vê-lo sentado perto da chama, um servo, olhando para ele, disse: “Este também estava com ele”. Mas ele negou, dizendo: “Mulher, eu não o conheço!” Pouco depois outro o viu e disse: “Você também é um deles!”. Mas Pedro respondeu: «Não, não sou!». Depois de cerca de uma hora, outro insistiu: «Verdadeiramente, este também estava com ele; ele também é galileu." Mas Pedro disse: “Ó homem, não sei o que você está dizendo”. E naquele momento, enquanto ele ainda falava, um galo cantou. Então o Senhor, voltando-se, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se das palavras que o Senhor lhe havia dito: “Antes que o galo cante, hoje você me negará três vezes”. E quando ele saiu, ele chorou amargamente. Entretanto, os homens que tinham Jesus sob custódia zombavam dele e espancavam-no, vendavam-lhe os olhos e diziam-lhe: “Adivinha: quem te bateu?”. E muitos outros insultos foram ditos contra ele. Logo que amanheceu, reuniu-se o conselho dos anciãos do povo, com os principais sacerdotes e os escribas; eles o levaram perante o Sinédrio e lhe disseram: "Se você é o Cristo, diga-nos." Jesus respondeu: “Mesmo que eu lhes diga, vocês não acreditarão em mim; se eu te perguntar, você não me responderá. Mas de agora em diante o Filho do Homem estará sentado à direita do poder de Deus”. Então todos exclamaram: “Você é então o Filho de Deus?” E ele lhes disse: “Vocês mesmos dizem: eu sou”. Eles responderam: «Que necessidade adicional temos de testemunho? Nós mesmos ouvimos isso da boca dele." Toda a assembleia levantou-se, levou-o a Pilatos e começou a acusá-lo: “Encontramos este homem que incitava o nosso povo, impedindo-o de prestar homenagem a César e de se afirmar como Cristo Rei”. Pilatos o questionou: “Você é o rei dos judeus?”. E ele respondeu: "Você diz." Pilatos disse aos principais sacerdotes e à multidão: “Não encontro culpa neste homem”. Mas eles insistiram: “Este homem levanta o povo, ensinando por toda a Judéia, começando desde a Galiléia até aqui”. Ao ouvir isso, Pilatos perguntou se ele era galileu e, sabendo que pertencia à jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes que também estava em Jerusalém naqueles dias. Ao ver Jesus, Herodes ficou muito feliz, pois há muito tempo queria vê-lo porque tinha ouvido falar dele e esperava ver algum milagre feito por ele. Interrogou-o com muitas perguntas, mas Jesus nada lhe respondeu. Os principais sacerdotes e escribas também estavam lá e o acusaram persistentemente. Então Herodes, com os seus soldados, insultou-o e escarneceu dele, depois vestiu-o com uma túnica esplêndida e mandou-o de volta a Pilatos. Naquele dia Herodes e Pilatos tornaram-se amigos; na verdade, antes que houvesse inimizade entre eles. Pilatos, reunindo os principais sacerdotes, as autoridades e o povo, disse: «Trouxeste-me este homem como instigador do povo; eis que o examinei diante de ti, mas não encontrei nele nenhuma das faltas de que o acusas; e nem mesmo Herodes, na verdade ele o enviou de volta para nós. Eis que ele não fez nada que merecesse a morte. Portanto, depois de castigá-lo severamente, eu o libertarei”. Mas todos começaram a gritar juntos: «Morte a este homem! Dá-nos Barrabás de graça!». Ele havia sido preso por um motim que eclodiu na cidade e por assassinato. Pilatos voltou a falar-lhes, querendo libertar Jesus, mas eles gritaram: “Crucifica-o, crucifica-o!”. E ele, pela terceira vez, disse-lhes: «Mas que mal fez este homem? Não encontrei nada nele que merecesse a morte. Vou puni-lo severamente e depois libertá-lo." Contudo, eles insistiram em voz alta, pedindo que ele fosse crucificado; e seus gritos ficaram mais altos. Pilatos então decidiu que o pedido deles deveria ser atendido. Ele libertou aquele que havia sido preso por motim e assassinato e a quem eles solicitaram, e abandonou Jesus à sua vontade. Enquanto o conduziam, pegaram um certo Simão de Cirene, que veio do campo, e colocaram nele a cruz para que carregasse Jesus. Uma grande multidão de pessoas e mulheres o seguiu, batendo no peito e chorando por ele. Mas Jesus, voltando-se para as mulheres, disse: «Filhas de Jerusalém, não chorem por mim, mas chorem por vocês mesmas e por seus filhos. Eis que virão dias em que dirão: Bem-aventurados os estéreis e os ventres que não deram à luz e os seios que não amamentaram. Então começarão a dizer às montanhas: Caí sobre nós! e para as colinas: Cubra-nos! Porque se tratarem a madeira verde assim, o que acontecerá com a madeira seca? Dois criminosos também foram levados com ele para serem executados. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram e aos dois malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. O povo assistiu, mas os líderes zombaram dele, dizendo: “Ele salvou os outros, salve-se a si mesmo, se ele é o Cristo de Deus, seu escolhido”. Os soldados também zombaram dele e se aproximaram dele para lhe oferecer um pouco de vinagre e disseram: “Se você é o rei dos judeus, salve-se”. Havia também uma inscrição acima de sua cabeça: Este é o rei dos judeus. Um dos criminosos pendurados na cruz insultou-o: «Você não é o Cristo? Salve você e a nós também! Mas o outro o repreendeu: «Você também não teme a Deus e está condenado ao mesmo castigo? Temos razão, porque recebemos justiça pelas nossas ações, mas ele não fez nada de errado." E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”. Ele lhe respondeu: “Em verdade te digo que hoje você estará comigo no paraíso”. Era por volta do meio-dia, quando o sol foi eclipsado e escureceu em toda a terra até as três da tarde. O véu do templo foi rasgado ao meio. Jesus, clamando em alta voz, disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Dito isto, Ele expirou. Vendo o que havia acontecido, o centurião glorificou a Deus: “Verdadeiramente este homem era justo”. Até mesmo todas as multidões que assistiram a este espetáculo, pensando no que havia acontecido, foram embora batendo no peito.
Havia um homem chamado José, membro do Sinédrio, uma pessoa boa e justa. Ele não apoiou a decisão e as ações de outros. Ele era de Arimateia, cidade dos judeus, e esperava o reino de Deus. Apresentou-se a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Ele o baixou da cruz, envolveu-o num lençol e colocou-o num túmulo escavado na rocha, no qual ninguém ainda havia sido deposto.
Dos «Tratados sobre São João» de Santo Agostinho, Bispo.
(Trato. 84, 1-2; CCL 36, 536-538)
" A plenitude do amor.
O Senhor, caríssimos irmãos, definiu a plenitude do amor com que devemos amar-nos uns aos outros com estas palavras: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15,13). Segue-se o que diz o mesmo evangelista João na sua carta: Cristo «deu a sua vida por nós, por isso também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 João 3,16), amando-nos verdadeiramente uns aos outros, como Ele nos ama. Ele amou, a ponto de dar a vida por nós.
Isto é precisamente o que lemos nos Provérbios de Salomão: Quando se sentares à mesa com os poderosos, considere cuidadosamente o que está diante de você; e decidiu fazer as mesmas coisas que ele faz (veja Pv 23:1-2).
Ora, o que é a mesa dos grandes e poderosos, senão aquela onde recebemos o corpo e o sangue Daquele que deu a vida por nós? E o que significa sentar-se a esta mesa, senão abordá-la com humildade? E o que significa considerar cuidadosamente o que está à sua frente, senão refletir, como convém, sobre uma graça tão grande? E o que é este propósito de fazer as mesmas coisas senão o que eu disse acima, a saber: assim como Cristo deu a sua vida por nós, também nós devemos estar dispostos a dar a nossa vida pelos nossos irmãos? É o que também diz o apóstolo Pedro: “Cristo sofreu por vós, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos” (1Petri 2:21). Isso significa fazer as mesmas coisas. Assim fizeram os santos mártires com amor ardente e, se não quisermos celebrar em vão a sua memória, se não quisermos aproximar-nos inutilmente da mesa do Senhor, daquele banquete em que também eles se saciaram, também nós, como eles , devemos estar prontos para retribuir o presente recebido.
Nesta mesa do Senhor, portanto, não comemoramos os mártires como fazemos com os outros que agora descansam em paz, ou seja, não rezamos por eles, mas pedimos que rezem por nós, para que nos capacitem. para seguir seus passos. Com efeito, chegaram ao ápice daquele amor que o Senhor definiu como o maior possível. Apresentaram aos irmãos o mesmo testemunho de amor que eles próprios haviam recebido à mesa do Senhor.
Com isto não queremos dizer que podemos ser iguais a Cristo Senhor, se dele dermos testemunho até ao derramamento de sangue. Ele tinha o poder de dar a sua vida e recuperá-la, embora não possamos viver o quanto quisermos e devemos morrer mesmo contra a nossa vontade. Ao morrer, Ele imediatamente matou a morte dentro de si, enquanto nós só nos libertamos da morte através da Sua morte. A sua carne não conheceu a corrupção, enquanto a nossa, só depois de ter sofrido a corrupção, assumirá a incorrupção através Dele no fim do mundo. Ele não precisava de nós para nos salvar, mas nós, sem Ele, nada podemos fazer. Ele se mostrou como vida para nós que somos os ramos, para nós que, sem Ele, não podemos ter vida.
Finalmente, mesmo que os irmãos cheguem ao ponto de dar a vida pelos seus irmãos, o sangue de um mártir não é derramado para a remissão dos pecados dos seus irmãos, o que ele fez por nós. E com isso ele nos deu não um exemplo para imitar, mas um presente pelo qual agradecer.
Os mártires, portanto, ao derramarem o seu sangue pelos irmãos, apenas retribuíram o que receberam da mesa do Senhor.
Sigamos os seus passos e amemos uns aos outros, como Cristo nos amou, entregando-Se por nós. "
OFFERTORIUM
Ps 101:2-3.
Dómine, exáudi oratiónem meam, et clamor meus ad te pervéniat: ne avértas fáciem tuam a me.
Senhor, ouve a minha oração e deixai o meu clamor chegar até Ti, não desvies de mim o Teu rosto.
SECRETA
Súscipe, quaesumus, Dómine, munus oblátum, et dignánter operáre: ut, quod passiónis Fílii tui, Dómini nostri, mystério gérimus, piis afféctibus consequámur. Per eundem Dominum nostrum Jesum Christum filium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
Aceitai, Senhor, nós te pedimos, este dom que te é oferecido, e dignai-vos fazer com que penetremos com o nosso fervor no mistério da paixão do teu Filho, nosso Senhor. Pelo mesmo nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.
PRÆFATIO DE SANCTA CRUCE
Vere dignum et justum est, æquum et salutáre, nos tibi semper et ubíque grátias ágere: Dómine sancte, Pater omnípotens, ætérne Deus: Qui salútem humáni géneris in ligno Crucis constituísti: ut, unde mors oriebátur, inde vita resúrgeret: et, qui in ligno vincébat, in ligno quoque vincerétur: per Christum, Dóminum nostrum. Per quem majestátem tuam laudant Angeli, adórant Dominatiónes, tremunt Potestátes. Coeli coelorúmque Virtútes ac beáta Séraphim sócia exsultatióne concélebrant. Cum quibus et nostras voces ut admítti júbeas, deprecámur, súpplici confessióne dicéntes:
Sanctus, Sanctus, Sanctus Dóminus, Deus Sábaoth. Pleni sunt cæli et terra glória tua. Hosánna in excélsis. Benedíctus, qui venit in nómine Dómini. Hosánna in excélsis.
É verdadeiramente digno e justo, oportuno e salutar que nós, sempre e em todo lugar, te demos graças, ó Santo Senhor, Pai Todo-Poderoso, Deus Eterno: que com o madeiro da Cruz buscaste a salvação do gênero humano: para que de onde veio a morte, de lá ressuscitou a vida, e quem conquistou com a madeira, foi conquistado pela madeira: por meio de Cristo nosso Senhor. Por Ele, vossa majestade, os Anjos louvam, as Dominações adoram e os Poderes tremem. Os Céus, as Virtudes celestiais e os benditos Serafins celebram-no com exultação unânime. Por favor, admita com a voz deles a nossa também, enquanto suplicamos confessar dizendo: Santo , Santo, Santo, Senhor Deus Eterno! O céu e a terra estão cheios da Tua glória! Hosana nas alturas! Bendito aquele que vem em Nome do Senhor! Hosana nas alturas!
COMMUNIO
Ps 10:13 et 14.
Potum meum cum fletu temperábam: quia élevans allisísti me: et ego sicut fænum árui: tu autem, Dómine, in ætérnum pérmanes: tu exsúrgens miseréberis Sion, quia venit tempus miseréndi eius.
Misturei minha bebida com lágrimas, porque, tendo-me elevado, me derrubaste; e estou seco como um caule; mas tu, Senhor, subsiste para sempre; e levantando-te, terá misericórdia de Sião, porque chegou a hora de ter misericórdia.
POSTCOMMUNIO
Orémus.
Largíre sénsibus nostris, omnípotens Deus: ut, per temporálem Fílii tui mortem, quam mystéria veneránda testántur, vitam te nobis dedísse perpétuam confidámus. Per eundem Dominum nostrum Jesum Christum filium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
Oremos.
Concedei às nossas almas, ó Deus todo-poderoso, acreditar firmemente que a vida eterna nos foi dada por ti, a morte temporal de teu Filho, que nos é atestada por estes veneráveis mistérios. Pelo mesmo nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.
ORATIO SUPER POPULUM
Orémus.
Humiliáte cápita vestra Deo.
Réspice, quaesumus, Dómine, super hanc famíliam tuam, pro qua Dóminus noster Jesus Christus non dubitávit mánibus tradi nocéntium, et Crucis subíre torméntum: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus per omnia saecula saeculorum. Amen.
Oremos.
Humilhemos-nos diante de Deus.
Voltai o teu olhar, ó Senhor, nós te pedimos, para esta tua família, pela qual Nosso Senhor Jesus Cristo não hesitou em entregar-se nas mãos dos algozes e sofrer o tormento da cruz. Aquele que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.