🤍 Paramentos brancos.
A festa da Sagrada Família, que tem suas origens na devoção dos padres jesuítas do século XVII, foi instituída pelo Papa Leão XIII em 1892 e estendida à Igreja universal em 1921 pelo Papa Bento XV, estabelecendo sua celebração no domingo após a oitava da Epifania ou no sábado anterior.
A intenção da Santa Madre Igreja é assegurar às almas o benefício da meditação e da imitação das virtudes da Sagrada Família:
“Não escapa a ninguém o fato de que a felicidade pública e privada depende de modo muito especial da instituição da família. Pois quanto mais profundamente a virtude se enraizar no lar e quanto mais cuidadosamente as almas dos filhos forem formadas pelas palavras e pelo exemplo de seus pais na observação dos preceitos religiosos, mais ricos serão os frutos na comunidade. Portanto, é de suma importância que a sociedade familiar não apenas seja constituída santamente, mas também seja governada por leis sagradas, e que o espírito de piedade e o modo de vida cristão sejam diligente e constantemente promovidos nela. Quando chegou o momento da conclusão da grande obra de redenção humana, que os séculos há muito esperavam, o Deus de misericórdia organizou sua ordem e economia de tal forma que os primórdios dessa obra ofereceriam ao mundo o augusto espetáculo de uma Família divinamente constituída, na qual todos os homens poderiam coexistir. Os pais de família certamente têm em José um modelo admirável de vigilância e solicitude paterna; as mães têm na santa Virgem, Mãe de Deus, um exemplo distinto de amor, de respeito modesto e de submissão de uma alma de fé perfeita; os filhos de família têm em Jesus, sujeito a seus pais, um exemplo divino de obediência a ser admirado, honrado e imitado. Aqueles que nasceram nobres aprenderão com essa família de sangue real a preservar a moderação na prosperidade e a dignidade na aflição: os ricos reconhecerão nessa escola o quanto a riqueza deve ser menos estimada do que a virtude. Os trabalhadores, portanto, e todos aqueles que sofrem tanto com as dificuldades de sustentar uma família e uma condição pobres, se olharem para os membros mais santos dessa sociedade doméstica, não terão motivo nem ocasião para se alegrar com sua sorte em vez de se entristecer. De fato, seus trabalhos são comuns à Sagrada Família, e comuns a ela são os cuidados da vida diária: até mesmo José teve que prover, ganhando seu próprio pão, o sustento dos seus; e, de fato, as mesmas mãos divinas se exercitaram no trabalho de uma arte mecânica. Portanto, não é de surpreender que homens muito sábios, com riquezas abundantes, quisessem renunciar a elas para escolher a pobreza e se unir a Jesus, Maria e José. Por todas essas razões, o culto à Sagrada Família, que rapidamente se estabeleceu entre os católicos, está se desenvolvendo mais e mais a cada dia. Isso é comprovado tanto pelas associações cristãs estabelecidas sob o nome da Sagrada Família quanto pelas honras singulares que lhe foram concedidas e, especialmente, pelos privilégios e favores espirituais concedidos por nossos predecessores para estimular o zelo da piedade para com ela. Esse culto foi, portanto, muito honrado a partir do século XVII e, tendo se espalhado por toda parte na Itália, França e Bélgica, espalhou-se por quase toda a Europa; depois, tendo atravessado a imensidão dos oceanos, espalhou-se pela região do Canadá, na América, para florescer ali sob os mais felizes auspícios. Pois nada pode ser encontrado de mais salutar e mais útil para as famílias cristãs do que o exemplo da Sagrada Família, que abrange a perfeição e a totalidade de todas as virtudes domésticas. Portanto, assegure-se de que o maior número possível de famílias, especialmente aquelas de trabalhadores, às quais a insídia é dirigida com mais violência, se inscrevam nessa piedosa Associação. É necessário, porém, cuidar para que a Associação não se desvie de seu objetivo, nem mude seu espírito; mas que os exercícios de piedade e oração sejam preservados intactos como e como foram decretados. Assim implorados no seio das famílias, Jesus, Maria e José virão em seu auxílio, preservarão sua caridade, regularão sua moral e provocarão seus membros a imitar sua virtude, e suavizarão ou tornarão suportáveis as provações mortais que nos ameaçam de todos os lados”. (Leão XIII, Brief Neminem fugit, 14 de junho de 1892). “Os templos sagrados já brilham adornados com suas lâmpadas, o altar já está enfeitado com guirlandas, os tocheiros já fumegam em piedosa homenagem e emitem a fragrância do incenso. Não é apropriado celebrar o nascimento real do Filho do Pai Supremo com nossos cânticos? Não seria talvez a casa de Davi e os nomes gloriosos dessa antiga linhagem? Para nós, é mais doce lembrar a pequena casa de Nazaré e a humilde existência ali: é mais doce celebrar a obscura vida de Jesus. Das distantes margens do Nilo, para onde havia fugido, sob a escolta de um anjo, ele retorna apressadamente, depois de muito sofrimento, a criancinha, a salvo, para a casa de seu pai. Lá, a Criança Divina aprendeu o humilde ofício de José e, nas sombras, cresceu e ficou feliz por ser um companheiro de trabalho do carpinteiro. Que o suor”, diz ele, ‘escorra pelos meus membros, antes que o Sangue os banhe; que esse trabalho sirva de expiação para a raça humana’. Perto da divina Criança está a terna Mãe; perto do Noivo, a devotada Esposa, feliz em aliviar as aflições dos cansados com amoroso cuidado. Ó vós, que não estivestes isentos de tristeza e trabalho, que conhecestes o infortúnio, ajudai os infelizes que a miséria aflige e que lutam contra as dificuldades da vida. Afastai deles o amor à pompa; àqueles a quem chega a grande prosperidade, dai um espírito sereno nas circunstâncias; àqueles que imploram ajuda, olhai com um rosto benevolente. Seja, ó Jesus, honra e poder para você, que nos oferece exemplos santos de vida e que reina junto com o Pai Supremo e o Espírito de amor. Amém”. (Hino das Matinas da Festa, composto pelo Papa Leão XIII). Na humilde casa de Nazaré, Nosso Senhor Jesus Cristo, Maria Santíssima e São José consagraram a vida familiar por meio do exercício das virtudes domésticas (Oratio). Que a grande Família que é a Igreja e cada lar cristão exerça na terra as virtudes que a Sagrada Família exerceu, para merecer viver em sua santa companhia no céu (Oratio).
"Desde os tempos antigos, a liturgia romana consagra as primeiras semanas após o Natal à meditação sobre os mistérios da vida doméstica de Jesus. Hoje, precisamente na missa dominical, a perícope do Evangelho se repete com a história do encontro de Jesus entre os doutores do templo. Entretanto, o gênio especial da devoção moderna, que prefere o estudo minucioso de todos os detalhes do grande quadro da Redenção às grandes sínteses dos antigos, não poderia deixar de criar uma solenidade distinta em honra da Sagrada Família de Nazaré. A festa era ainda mais oportuna porque, durante o último meio século, para minar e suprimir o catolicismo de seus fundamentos, todo o trabalho das seitas e dos governos liberais havia se concentrado na descristianização da família. Para paralisar tal mal, Leão XIII, depois de sua esplêndida encíclica sobre o matrimônio cristão, quis também oferecer às famílias católicas um modelo ao qual se conformar e uma proteção celestial à qual se confiar, e assim instituiu a festa da Sagrada Família de Nazaré, com um solene aparato litúrgico de hinos e lições que programou para o terceiro domingo depois da Epifania. Surgiu a reforma Piana, que em parte revogou e em parte transferiu para uma data fixa todas as solenidades móveis vinculadas a alguns domingos. A festa da Sagrada Família foi inundada pela maré e só ressurgiu uma década depois, quando por ordem de Bento XV foi designada para o domingo entre a oitava da Epifania. Desta vez o princípio orientador da reforma de Pio X foi sacrificado; mas houve um antigo precedente que se afirmou: o domingo seguinte à solenidade da Santa Epifania, no Missal tem precisamente a mesma lição evangélica da
recente Missa da Sagrada Família.
Também no Calendário Copta, no dia 6 do mês de Hator (Novembro) aparece a celebração da «fuga da Sagrada Família de Mehsa Kosltuam no Alto Egipto», à qual corresponde o 24 de Pasons (Maio) uma solenidade de a chegada e permanência da Sagrada Família no Egito.
A solenidade tem um caráter distintamente histórico e, portanto, difere do conceito da nossa celebração latina; parece derivar dos gregos, que o celebram em 26 de dezembro sob o título de Σύναξις τῆς Θεοτόκου φευγούσης εὶς Αἴγυπτον. No Menei distingue-se com este stic:
Ἤκοντα πρός σε, τὸν πάλαι πλήξαντά σε
Αἴγυπτε, φπίττε, καὶ θεὸν τοῦτοϜ φρύνει
Ad te venientem qui te plexit antea,
Aegypte, metuas atque credas hunc Deum.
(Cardeal Alfredo Ildefonso Schuster OSB, Liber Sacramentorum. Notas históricas e litúrgicas sobre o Missal Romano. Vol. VI. A Igreja Triunfante (As Festas dos Santos durante o ciclo de Natal) (terceira impressão) , Torino-Roma, 1930, pp. 133-140)

INTROITUS
Prov 23:24; 23:25. Exsúltat gáudio pater Justi, gáudeat Pater tuus et Mater tua, et exsúltet quae génuit te. Ps 83:2-3. Quam dilécta tabernácula tua, Dómine virtútum! concupíscit et déficit ánima mea in átria Dómini. ℣. Glória Patri, et Fílio, et Spirítui Sancto. ℞. Sicut erat in princípio, et nunc, et semper, et in saecula saeculórum. Amen. Exsúltat gáudio pater Justi, gáudeat Pater tuus et Mater tua, et exsúltet quae génuit te.
Pv 23:24; 23:25. Alegre-se o pai do justo, alegre-se teu pai e tua mãe, e alegre-se aquela que te gerou. Sl 83:2-3. Quão formosos são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma anseia e anseia pela casa do Senhor. ℣. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. ℞. Como era no princípio, e agora, e para todo o sempre. Amém. Exulte de alegria o Pai dos justos, exulte de alegria seu Pai e sua Mãe, e exulte de alegria aquela que lhe deu à luz.
GLORIA
ORATIO
Orémus.
Dómine Jesu Christe, qui, Maríae et Joseph súbditus, domésticam vitam ineffabílibus virtútibus consecrásti: fac nos, utriúsque auxílio, Famíliae sanctae tuae exémplis ínstrui; et consórtium cónsequi sempitérnum: Qui vivis et regnas cum Deo Patre, in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
Oremos.
Ó Senhor Jesus Cristo, que, estando sujeito a Maria e José, consagrastes a vida doméstica com virtudes inefáveis, concedei-nos que, com a ajuda deles, sejamos ensinados pelos exemplos de vossa santa Família e alcancemos o consórcio eterno: Vós que sois Deus, e viveis e reinais com Deus Pai em unidade com o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.
A comemoração do domingo entre a Oitava da Epifania e a Oitava propriamente dita é feita com uma única conclusão.
Orémus.
Pro Dominica infra Octavam Epiphaniae.
Vota, quaesumus, Dómine, supplicántis pópuli coelésti pietáte proséquere: ut et, quae agénda sunt, vídeant, et ad implénda, quae víderint, convaléscant.
Oremos.
Recebei, Senhor, com divina bondade, os votos e as súplicas de Vosso povo, para que vejam o que devem fazer e sejam capazes de realizá-lo.
Pro Octava Epiphaniae.
Deus, qui hodiérna die Unigénitum tuum géntibus stella duce revelásti: concéde propítius; ut, qui jam te ex fide cognóvimus, usque ad contemplándam spéciem tuae celsitúdinis perducámur. Per eundem Dominum nostrum Jesum Christum Filium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
Ó Deus, que hoje revelastes vosso Filho Unigênito aos povos por meio da orientação de uma estrela, concedei-nos graciosamente que, tendo chegado a conhecer-vos pela fé, possamos contemplar o esplendor de vossa majestade. Pelo mesmo nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.
Nosso Senhor Jesus Cristo, em sua grande misericórdia, perdoou nossos pecados, constituindo assim a grande Família que é a Igreja. Ele é sua cabeça. Que todos os que fazem parte dela deem graças a Deus e demonstrem misericórdia uns para com os outros. Que a paz de Cristo reine em cada lar cristão.
LECTIO
Léctio Epístolae Beáti Pauli Apóstoli ad Colossénses. Col 3:12-17.
Fratres: Indúite vos sicut elécti Dei, sancti et dilécti, víscera misericórdiae, benignitátem, humilitátem, modéstiam, patiéntiam: supportántes ínvicem, et donántes vobismetípsis, si quis advérsus áliquem habet querélam: sicut et Dóminus donávit vobis, ita et vos. Super ómnia autem haec caritátem habéte, quod est vínculum perfectiónis: et pax Christi exsúltet in córdibus vestris, in qua et vocáti estis in uno córpore: et grati estóte. Verbum Christi hábitet in vobis abundánter, in omni sapiéntia, docéntes et commonéntes vosmetípsos psalmis, hymnis et cánticis spirituálibus, in grátia cantántes in córdibus vestris Deo. Omne, quodcúmque fácitis in verbo aut in ópere, ómnia in nómine Dómini Jesu Christi, grátias agéntes Deo et Patri per ipsum.
Leitura da Epístola do Bem-aventurado Paulo Apóstolo aos Colossenses. Cl 3,12-17.
Irmãos, como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão e de paciência, suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver alguma queixa contra outro: assim como o Senhor vos perdoou, assim fazei vós também. Mas, acima de tudo isso, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição. E que a paz de Cristo reine em seus corações, pois vocês foram chamados para essa paz, de modo que formem um só corpo: sejam agradecidos. Habite em vós abundantemente a palavra de Cristo; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria; e, inspirados pela graça, exaltai em vossos corações cânticos a Deus, com salmos, hinos e cânticos espirituais. E tudo o que fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus Cristo, dando por ele graças a Deus Pai.
GRADUALE
Ps 26:4. Unam pétii a Dómino, hanc requíram: ut inhábitem in domo Dómini ómnibus diébus vitae meae. Ps 83:5. ℣. Beáti, qui hábitant in domo tua, Dómine: in saecula saeculórum laudábunt te.
Sl 26:4. Uma só coisa pedi e pedirei ao Senhor: habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida. Sl 83:5 ℣. Bem-aventurados, Senhor, os que habitam em tua casa; eles te louvarão pelos séculos dos séculos.
ALLELUJA
Allelúja, allelúja. Is 45:15. ℣. Vere tu es Rex abscónditus, Deus Israël Salvátor. Allelúja.
Aleluia, aleluia. Is 45:15. ℣. Tu és de fato um Rei oculto, ó Deus de Israel, Salvador. Aleluia.
EVANGELIUM
Sequéntia ✠ sancti Evangélii secúndum Lucam. Luc 2:42-52.
Cum factus esset Jesus annórum duódecim, ascendéntibus illis Jerosólymam secúndum consuetúdinem diéi festi, consummatísque diébus, cum redírent, remánsit puer Jesus in Jerúsalem, et non cognovérunt paréntes ejus. Existimántes autem illum esse in comitátu, venérunt iter diéi, et requirébant eum inter cognátos et notos. Et non inveniéntes, regréssi sunt in Jerúsalem, requiréntes eum. Et factum est, post tríduum invenérunt illum in templo sedéntem in médio doctórum, audiéntem illos et interrogántem eos. Stupébant autem omnes, qui eum audiébant, super prudéntia et respónsis ejus. Et vidéntes admiráti sunt. Et dixit Mater ejus ad illum: Fili, quid fecísti nobis sic? Ecce, pater tuus et ego doléntes quaerebámus te. Et ait ad illos: Quid est, quod me quaerebátis? Nesciebátis, quia in his, quae Patris mei sunt, opórtet me esse? Et ipsi non intellexérunt verbum, quod locútus est ad eos. Et descéndit cum eis, et venit Názareth: et erat súbditus illis. Et Mater ejus conservábat ómnia verba haec in corde suo. Et Jesus proficiébat sapiéntia et aetáte et grátia apud Deum et hómines.
Sequência ✠ do Santo Evangelho segundo São Lucas. 2:42-52.
Quando Jesus atingiu a idade de doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume daquela solenidade, e, passados aqueles dias, voltaram; o menino Jesus permaneceu em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Supondo, pois, que ele estivesse na companhia, caminharam um dia, e depois o procuraram entre seus parentes e conhecidos. Mas, não o encontrando, voltaram a procurá-lo em Jerusalém. Passados três dias, encontraram-no no Templo, sentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os, e todos os espectadores se maravilharam com sua sabedoria e suas respostas. E quando o viram, ficaram maravilhados com ele. E sua mãe lhe disse: Filho, por que você fez isso conosco? Eis que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos. E ele lhes disse: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me convém tratar do que é de meu Pai? E eles não entenderam o que ele lhes dissera. E, retirando-se com eles, voltou para Nazaré, e era-lhes submisso. Mas sua mãe guardava todas essas coisas em seu coração. E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.
Homilia de São Bernardo, Abade.
Homilia 1 sobre Missus est, n. 7-8.
"E ele lhes era submisso (Luc 2,52). A quem? A quem? Um Deus para os homens; sim, o Deus a quem os anjos estão sujeitos, a quem os principados e potestades obedecem, estava sujeito a Maria, e não apenas a Maria, mas também a José por causa de Maria. Admire, portanto, um e outro, e escolha o que lhe parecer mais admirável, se a mais benigna condescendência do Filho ou a mais gloriosa dignidade da Mãe. Por todos os lados, maravilha, por todos os lados, milagre: o fato de um Deus obedecer a uma mulher é uma humildade sem exemplo; e o fato de uma mulher comandar um Deus é uma sublimidade sem igual. Nos louvores reservados às virgens, canta-se especialmente o fato de que elas seguem o Cordeiro aonde quer que ele vá (Ap 14:4). Pois bem, de que louvor você não julgará dignas aquelas que também vão adiante dele? Homem, aprenda a obedecer; terra, aprenda a se submeter; pó, aprenda a se submeter. O evangelista fala de seu autor: “E ele permaneceu, diz ele, submisso a eles; isto é, sem dúvida, a Maria e José”. Que vergonha, cinzas orgulhosas! Um Deus se rebaixa, e você se exalta? Um Deus se submete aos homens, e você, buscando dominar os homens, coloca-se acima de seu autor? Oh, se Deus, quando penso assim, se dignasse a me responder o que, retomando o assunto, respondeu a seu apóstolo: Afasta-te de mim, Satanás, porque não compreendes o que é de Deus (Mt 16:23)! Pois sempre que desejo a preeminência entre os homens, eu me esforço para passar diante de Deus; e então, verdadeiramente, não ouço o que é de Deus. Porque dele se diz: E ele lhes era submisso (Luc 2:52). Ó homem, se você desdenha imitar o exemplo de um homem, certamente não será indigno de você seguir quem o fez. Se não puder, talvez, segui-lo aonde quer que ele vá, digne-se pelo menos a segui-lo aonde ele desceria por você. Se você não puder trilhar o caminho sublime da virgindade, pelo menos siga seu Deus no caminho muito seguro da humildade; e se até mesmo as virgens se desviarem desse caminho reto, para dizer a verdade, elas também não seguirão o Cordeiro aonde quer que ele vá. O humilde que está manchado, sim, segue o Cordeiro, a virgem orgulhosa também o segue, mas nenhum dos dois o segue aonde quer que ele vá; porque nem o primeiro pode se elevar à pureza do Cordeiro que é sem mancha, nem o segundo se digna a descer à doçura desse mesmo (Cordeiro), que se calou não apenas diante daquele que o tosquiou, mas ainda diante daquele que o matou. Portanto, o pecador, ao se humilhar, escolheu uma parte melhor do que a virgem orgulhosa, sendo que a satisfação humilde do primeiro lava a sua imundície, enquanto o orgulho da primeira suja a sua pureza."
OFFERTORIUM
Luc 2:22. Tulérunt Jesum paréntes ejus in Jerúsalem, ut sísterent eum Dómino.
Luc 2:22. Seus pais levaram Jesus a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor.
SECRETA
Placatiónis hostiam offérimus tibi, Dómine, supplíciter deprecantes: ut, per intercessiónem Deíparae Vírginis cum beáto Joseph, famílias nostras in pace et grátia tua fírmiter constítuas. Per eundem Dominum nostrum Jesum Christum Filium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
Nós Te oferecemos, Senhor, a hóstia da propiciação, suplicando-Te humildemente que, pela intercessão da Virgem Mãe de Deus e do bem-aventurado José, possas manter nossas famílias em paz e em Tua graça. Pelo mesmo nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.
A comemoração do domingo anterior à oitava da Epifania e da própria oitava é feita com uma conclusão.
Pro Dominica infra Octavam Epiphaniae.
Oblátum tibi, Dómine, sacrifícium vivíficet nos semper et múniat.
Que o sacrifício oferecido a você, Senhor, sempre nos anime e proteja.
Pro Octava Epiphaniae.
Ecclésiae tuae, quaesumus, Dómine, dona propítius intuére: quibus non jam aurum, thus et myrrha profértur; sed quod eísdem munéribus declarátur, immolátur et súmitur, Jesus Christus, Fílius tuus, Dóminus noster: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus per omnia saecula saeculorum. Amen.
Olhai com bondade, Senhor, nós Vos pedimos, para as ofertas da Vossa Igreja, por meio das quais o ouro, o incenso e a mirra não são mais oferecidos, mas Aquele que é representado, oferecido e recebido por meio delas, Jesus Cristo, Vosso Filho e Senhor nosso; Ele que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.
PRAEFATIO DE EPIPHANIA DOMINI
Vere dignum et justum est, aequum et salutáre, nos tibi semper et ubique grátias agere: Dómine sancte, Pater omnípotens, aetérne Deus: Quia, cum Unigenitus tuus in substántia nostrae mortalitátis appáruit, nova nos immortalitátis suae luce reparávit. Et ídeo cum Angelis et Archángelis, cum Thronis et Dominatiónibus cumque omni milítia coeléstis exércitus hymnum glóriae tuae cánimus, sine fine dicentes: Sanctus, Sanctus, Sanctus Dóminus, Deus Sábaoth. Pleni sunt coeli et terra glória tua. Hosánna in excélsis. Benedíctus, qui venit in nómine Dómini. Hosánna in excélsis.
É verdadeiramente digno e justo, adequado e salutar, que nós, sempre e em todos os lugares, demos graças a Ti, ó Santo Senhor, Pai Todo-Poderoso, Deus Eterno: Pois quando Teu Unigênito apareceu em nossa natureza mortal, Ele nos protegeu com a nova luz de Sua imortalidade. E, portanto, com os anjos e arcanjos, com os tronos e dominações e com toda a milícia das hostes celestiais, cantamos o hino de vossa glória, dizendo sem cessar: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos Exércitos. Os céus e a terra estão cheios de vossa glória. Hosana nas alturas. Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas.
COMMUNICANTES DE EPIPHANIA DOMINI
Communicántes, et diem sacratíssimum celebrántes, quo Unigenitus tuus, in tua tecum glória coaetérnus, in veritáte carnis nostrae visibíliter corporális appáruit: sed et memóriam venerántes, in primis gloriósae semper Vírginis Maríae, Genitrícis ejúsdem Dei et Dómini nostri Jesu Christi: sed et beatórum Apostolórum ac Mártyrum tuórum, Petri et Pauli, Andréae, Jacóbi, Joánnis, Thomae, Jacóbi, Philíppi, Bartholomaei, Matthaei, Simónis et Thaddaei: Lini, Cleti, Cleméntis, Xysti, Cornélii, Cypriáni, Lauréntii, Chrysógoni, Joánnis et Pauli, Cosmae et Damiáni: et ómnium Sanctórum tuórum; quorum méritis precibúsque concédas, ut in ómnibus protectiónis tuae muniámur auxílio. Per eúndem Christum, Dóminum nostrum. Amen.
Unidos em comunhão, celebramos o santíssimo dia em que vosso Unigênito, coeterno convosco em vossa glória, apareceu visivelmente homem na realidade de nossa carne: além disso, veneramos a memória, em primeiro lugar, da gloriosa e eterna Virgem Maria, Mãe do mesmo Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo: e de teus bem-aventurados Apóstolos e Mártires, Pedro e Paulo, André, Tiago, João, Tomé, Tiago, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Simão e Tadeu, Lino, Clemente, Sisto, Cornélio, Cipriano, Lourenço, Crisógono, João e Paulo, Cosme e Damião, e de todos os teus Santos; por cujos méritos e orações nos concedes que em tudo sejamos assistidos pelo auxílio de tua proteção. Pelo mesmo Cristo, nosso Senhor. Amém.
COMMUNIO
Luc 2:51. Descéndit Jesus cum eis, et venit Názareth, et erat súbditus illis.
Luc 2:51. E Jesus foi com eles, e voltou para Nazaré, e era-lhes submisso.
POSTCOMMUNIO
Orémus.
Quos coeléstibus réficis sacraméntis, fac, Dómine Jesu, sanctae Famíliae tuae exémpla júgiter imitári: ut in hora mortis nostrae, occurrénte gloriósa Vírgine Matre tua cum beáto Joseph; per te in aetérna tabernácula récipi mereámur: Qui vivis et regnas cum Deo Patre, in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
Oremos.
Ó Senhor Jesus, fazei que, revigorados por vossos Sacramentos, possamos sempre seguir o exemplo de vossa santa Família, para que, no momento de nossa morte, mereçamos, com a ajuda da Virgem gloriosa, vossa Mãe e do bem-aventurado José, ser recebidos em vossos tabernáculos eternos. Vós que sois Deus, viveis e reinais com Deus Pai em unidade com o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.
A comemoração do domingo entre a Oitava da Epifania e a Oitava propriamente dita é feita com uma única conclusão.
Orémus.
Pro Dominica infra Octavam Epiphaniae.
Súpplices te rogámus, omnípotens Deus: ut, quos tuis réficis sacraméntis, tibi étiam plácitis móribus dignánter deservíre concédas.
Nós Te pedimos, ó Deus Todo-Poderoso, que aqueles a quem Tu refrescas com Teus sacramentos, Tu possas também conceder que Te sirvam com uma conduta agradável a Ti.
Pro Octava Epiphaniae.
Praesta, quaesumus, omnípotens Deus: ut, quae solémni celebrámus officio, purificátae mentis intellegéntia consequámur. Per Dominum nostrum Jesum Christum, Filium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
Concede-nos, nós te pedimos, Deus Todo-Poderoso, que possamos entender os mistérios solenemente celebrados hoje com a compreensão de um espírito purificado. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.
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