12 de março de 2025
SÃO GREGÓRIO PAPA, O GRANDE, CONFESSOR E DOUTOR DA IGREJA.
9 de março de 2025
PRIMEIRO DOMINGO DA QUARESMA.
2 de março de 2025
DOMINGO DA QUINQUAGÉSIMA
Domingo privilegiado de segunda classe.
💜 Paramentos roxos.
Como as três primeiras profecias do Sábado Santo, com suas orações, são consagradas a Adão, a Noé e a Abraão, assim também o Breviário e o Missal, durante as três semanas do Tempo de Septuagésima, tratam desses Patriarcas que a Igreja chama respectivamente de “pai do gênero humano”, “pai da posteridade” e “pai dos crentes”. Adão, Noé e Abraão são as figuras de Cristo no mistério pascal; já mostramos isso para os dois primeiros, nos dois domingos da Septuagésima e da Sexagésima, e agora o mostraremos para Abraão. Na liturgia ambrosiana, o Domingo da Paixão era chamado de “Domingo de Abraão” e os “responsorii de Abraão” eram lidos no culto. Também na liturgia romana, o Evangelho do Domingo da Paixão é consagrado a esse Patriarca. “Abraão, seu pai”, disse Jesus, ”saltou de alegria ao ver o meu dia: ele o viu e o desfrutou. Em verdade, em verdade vos digo que já existo antes que Abraão existisse”. Deus havia prometido a Abraão que o Messias nasceria dele, e esse Patriarca estava imbuído de grande alegria, pois contemplava antecipadamente, por sua fé, a vinda do Salvador e, quando viu seu cumprimento, contemplou com nova alegria o mistério que havia ocorrido do limbo, onde esperava, com os justos do Antigo Testamento, que Jesus viesse libertá-los após sua Paixão. Quando as três semanas do Tempo da Septuagésima foram acrescentadas ao Tempo da Quaresma, o domingo consagrado a Abraão tornou-se o Domingo da Quinquagésima; de fato, as lições e os responsórios do Ofício desse dia descrevem toda a história desse Patriarca. Desejando formar seu próprio povo, em meio às nações idólatras (Gradual e Extrato), Deus escolheu Abraão como líder desse povo e o chamou de Abraão, um nome que significa pai de uma multidão de nações. “E o tirou de Ur, na Caldeia, e o protegeu durante todas as suas andanças” (Orações da Recomendação da Alma e Orações do Itinerário; Introito e Oração). “Pela fé”, diz São Paulo, ”aquele que se chama Abraão obedeceu para ir à terra que receberia como herança e partiu sem saber para onde estava indo. Pela fé, ele alcançou a terra de Canaã, na qual viveu mais de 25 anos como estrangeiro. Foi em virtude de sua fé que ele se tornou, já idoso, pai de Isaque e não hesitou em sacrificá-lo, seguindo a ordem de Deus, embora fosse seu único filho, em quem depositou toda a esperança de ver cumpridas as promessas divinas de uma numerosa
posteridade” (Hebreus 11:8-17).
Pois Isaac representa Cristo quando foi escolhido “para ser a vítima gloriosa do Pai” (VI Oração do Sábado Santo); quando carregou o jejum no qual estava prestes a ser imolado, assim como Jesus carregou a Cruz na qual mereceu glória por sua Paixão; Quando foi substituído por um carneiro preso pelos chifres pelos espinhos de um arbusto, como Jesus, o Cordeiro de Deus, teve, como dizem os Padres, sua cabeça circundada pelos espinhos de sua coroa; e especialmente quando, milagrosamente libertado da morte, foi trazido de volta à vida para anunciar que Jesus, depois de morto, ressuscitaria. Assim, com sua fé, Abraão, que acreditou sem hesitação no que estava por vir, contemplou de longe o triunfo de Jesus na cruz e se alegrou. Foi então que Deus lhe confirmou suas promessas: “Porque não me recusaste o teu único filho, eu te abençoarei e te darei uma posteridade tão numerosa quanto as estrelas do céu e a areia do mar” (VI Oração do Sábado Santo). Essas promessas foram cumpridas por Jesus por meio de sua Paixão. “Cristo”, diz São Paulo, ‘nos redimiu pendurado na cruz para que a bênção dada a Abraão fosse comunicada aos gentios por Cristo, e assim pudéssemos receber pela fé a promessa do Espírito’ (III semana após a Epifania, feria II - segunda-feira), ou seja, o Espírito de adoção que nos foi prometido. “Concedei, ó Deus, roga a Igreja no Sábado Santo, que todos os povos da terra se tornem filhos de Abraão e, por adoção, multipliquem os filhos da promessa” (4ª e 5ª Oração do Sábado Santo). Agora podemos entender por que a Estação é feita hoje em São Pedro, o príncipe dos Apóstolos que foi escolhido por Jesus Cristo para ser o chefe de sua Igreja e, de uma forma muito mais
excelente do que o próprio Abraão, “o pai de todos os crentes”.
A fé em Jesus, que morreu e ressuscitou, que mereceu que Abraão fosse o pai de todas as nações e que permite que todos nós nos tornemos seus filhos, é o tema do Evangelho. Jesus Cristo anuncia sua paixão e triunfo e restaura a visão de um cego, dizendo-lhe: “Sua fé o salvou”. “Esse cego”, comenta São Gregório, ”recuperou a visão sob os olhos dos Apóstolos, para que aqueles que não conseguiam entender o anúncio do mistério celestial pudessem ser confirmados na fé por milagres divinos. Pois era necessário que, vendo-o então morrer da maneira que ele havia predito, eles não duvidassem que ele também ressuscitaria”. A Epístola, por sua vez, coloca a fé de Abraão em seu valor total e nos ensina
como deve ser a nossa. “A fé sem obras”, escreve São Tiago, ”é morta. A fé é demonstrada pelas obras.
Queres saber que a fé sem obras é morta? Abraão, nosso pai, não foi justificado pelas obras quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar? Veja como a fé cooperou com suas obras e como a fé foi aperfeiçoada pelas obras. Assim se cumpriu a Escritura que diz: Abraão creu em Deus, e foi-lhe imputada justiça, e foi chamado amigo de Deus. Vedes que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé” (Tiago 2:22). O homem é salvo não por ser filho de Abraão de acordo com a carne, mas por ser salvo de acordo com uma fé semelhante à de Abraão. “Em Cristo Jesus”, escreve São Paulo, ‘não tem valor ser circuncidado (judeus) ou incircunciso (gentios), mas tem valor ser a fé operando pelo amor’ (Aos Gálatas 5:6). “Progredi em amor”, diz o apóstolo novamente, ‘como Cristo nos amou e se ofereceu a si mesmo por nós em oblação a Deus e em hóstia de suave odor’ (Efésios 5:2).
Nesse domingo e nos dois dias seguintes, uma adoração solene ao Santíssimo Sacramento é realizada em muitas Igrejas, em expiação de todos os pecados cometidos durante esses três dias. Essa oração de expiação, conhecida como as “Quarenta Horas”, foi instituída por Santo Antônio Maria Zacarias (5 de julho) na Congregação dos Barnabitas, e se generalizou, referindo-se particularmente a essa ocasião, sob o pontificado de Clemente XIII, que a enriqueceu com inúmeras indulgências em 1765.
Domingo da Quinquagésima por Cardeal Schuster.(Cardeal Alfredo Ildefonso Schuster, Liber Sacramentorum. Notas históricas e litúrgicas sobre o Missal Romano. Vol. III. O Novo Testamento no Sangue do Redentor (A Sagrada Liturgia da Septuagésima à Páscoa) (quarta edição) , Turim-Roma, 1933, pp. 32-38).
INTROITUS
Ps 30:3-4.- Esto mihi in Deum protectórem, et in locum refúgii, ut salvum me fácias: quóniam firmaméntum meum et refúgium meum es tu: et propter nomen tuum dux mihi eris, et enútries me. ~~ Ps 30:2.- In te, Dómine, sperávi, non confúndar in ætérnum: in iustítia tua líbera me et éripe me. ~~ Glória ~~ Esto mihi in Deum protectórem, et in locum refúgii, ut salvum me fácias: quóniam firmaméntum meum et refúgium meum es tu: et propter nomen tuum dux mihi eris, et enútries me.
Sl 30:3-4 - Sê, ó Deus, o meu protetor, e o meu refúgio, para me salvares, pois tu és a minha fortaleza e o meu refúgio; pelo teu nome, guia-me e ajuda-me. ~~ Sl 30:2 ~~ Em ti, Senhor, espero, para que eu não seja confundido para sempre; na tua justiça, livra-me e salva-me. ~~ Glória ~~ Sê, ó Deus, o meu protetor e o meu refúgio para me salvar; porque tu és a minha fortaleza e o meu refúgio; pelo teu nome, guia-me e ajuda-me.
ORATIO
Orémus.
Preces nostras, quaesumus, Dómine, cleménter exáudi: atque, a peccatórum vínculis absolútos, ab omni nos adversitáte custódi. Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
Léctio Epístolæ beáti Pauli Apóstoli ad Corinthios 1 Cor 13:1-13.
Fratres: Si linguis hóminum loquar et Angelórum, caritátem autem non hábeam, factus sum velut æs sonans aut cýmbalum tínniens. Et si habúero prophétiam, et nóverim mystéria ómnia et omnem sciéntiam: et si habúero omnem fidem, ita ut montes tránsferam, caritátem autem non habúero, nihil sum. Et si distribúero in cibos páuperum omnes facultátes meas, et si tradídero corpus meum, ita ut árdeam, caritátem autem non habuero, nihil mihi prodest. Cáritas patiens est, benígna est: cáritas non æmulátur, non agit pérperam, non inflátur, non est ambitiósa, non quærit quæ sua sunt, non irritátur, non cógitat malum, non gaudet super iniquitáte, congáudet autem veritáti: ómnia suffert, ómnia credit, ómnia sperat, ómnia sústinet. Cáritas numquam éxcidit: sive prophétiæ evacuabúntur, sive linguæ cessábunt, sive sciéntia destruétur. Ex parte enim cognóscimus, et ex parte prophetámus. Cum autem vénerit quod perféctum est, evacuábitur quod ex parte est. Cum essem párvulus, loquébar ut párvulus, sapiébam ut párvulus, cogitábam ut párvulus. Quando autem factus sum vir, evacuávi quæ erant párvuli. Vidémus nunc per spéculum in ænígmate: tunc autem fácie ad fáciem. Nunc cognósco ex parte: tunc autem cognóscam, sicut et cógnitus sum. Nunc autem manent fides, spes, cáritas, tria hæc: maior autem horum est cáritas.
Irmãos: Quando falo as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa ou como o címbalo que tine. E quando eu tiver profecia e compreender todos os mistérios e toda a ciência, e quando tiver toda a fé a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada serei. E quando distribuo todos os meus bens como alimento para os pobres e sacrifico o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, nada me aproveita. A caridade é paciente, é benigna. A caridade não é rancorosa, não é insolente, não é jactanciosa, não é ambiciosa, não busca seu próprio interesse, não se irrita, não pensa mal, não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade: tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade nunca falha: ao passo que as profecias passarão, as línguas cessarão e a ciência será abolida. Agora sabemos imperfeitamente e profetizamos imperfeitamente. Quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito será removido. Quando eu era criança, falava como uma criança, tinha gostos como uma criança, pensava como uma criança. Quando me tornei um homem, parei com as coisas que eram como uma criança. Agora vemos como em um espelho, por enigma: depois cara a cara. Agora eu sei em parte: depois saberei como sou conhecido. Por enquanto, permanecem estas três coisas: fé, esperança e caridade, mas a maior delas é a caridade.
GRADUALE
Ps 76:15; 76:16
Tu es Deus qui facis mirabília solus: notam fecísti in géntibus virtútem tuam.
V. Liberásti in bráchio tuo pópulum tuum, fílios Israel et Ioseph.
TRACTUS
Ps 99:1-2
Iubiláte Deo, omnis terra: servíte Dómino in lætítia,
V. Intráte in conspéctu eius in exsultatióne: scitóte, quod Dóminus ipse est Deus.
V. Ipse fecit nos, et non ipsi nos: nos autem pópulus eius, et oves páscuæ eius.
EVANGELIUM
Sequéntia ✠ sancti Evangélii secúndum Lucam 18:31-43.
In illo témpore: Assúmpsit Iesus duódecim, et ait illis: Ecce, ascéndimus Ierosólymam, et consummabúntur ómnia, quæ scripta sunt per Prophétas de Fílio hominis. Tradátur enim Géntibus, et illudétur, et flagellábitur, et conspuétur: et postquam flagelláverint, occídent eum, et tértia die resúrget. Et ipsi nihil horum intellexérunt, et erat verbum istud abscónditum ab eis, et non intellegébant quæ dicebántur. Factum est autem, cum appropinquáret Iéricho, cæcus quidam sedébat secus viam, mendícans. Et cum audíret turbam prætereúntem, interrogábat, quid hoc esset. Dixérunt autem ei, quod Iesus Nazarénus transíret. Et clamávit, dicens: Iesu, fili David, miserére mei. Et qui præíbant, increpábant eum, ut tacéret. Ipse vero multo magis clamábat: Fili David, miserére mei. Stans autem Iesus, iussit illum addúci ad se. Et cum appropinquásset, interrogávit illum, dicens: Quid tibi vis fáciam? At ille dixit: Dómine, ut vídeam. Et Iesus dixit illi: Réspice, fides tua te salvum fecit. Et conféstim vidit, et sequebátur illum, magníficans Deum. Et omnis plebs ut vidit, dedit laudem Deo.
Sequência ✠ do Santo Evangelho segundo São Lucas 18:31-43.
Naquele tempo, Jesus chamou os doze à parte e lhes disse: “Vamos subir a Jerusalém, e se cumprirá tudo o que foi escrito pelos profetas a respeito do Filho do Homem. Porque ele será entregue nas mãos do povo, e será escarnecido, açoitado e cuspido; e, depois de o açoitarem, o matarão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles nada entendiam de tudo isso; tais palavras eram obscuras para eles, e não compreendiam o que diziam. E aconteceu que, ao aproximarem-se de Jericó, um cego estava no caminho, mendigando. E, ouvindo a multidão que passava, perguntou o que se passava. Disseram-lhe que Jesus de Nazaré estava passando. E ele, clamando, disse: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim. E os que iam à frente o repreendiam para que se calasse. Ele, porém, clamava cada vez mais: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim. E Jesus, tendo parado, ordenou que o trouxessem a ele. Quando chegou perto dele, interrogou-o, dizendo: Que queres que eu te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja. E Jesus lhe disse: Vê, a tua fé te salvou. Imediatamente ele viu e o seguiu, engrandecendo a Deus. E todo o povo, vendo isso, louvava a Deus.
Homilia de São Gregório Papa.
Homilia 2 sobre o Evangelho.
"Nosso Redentor, prevendo que a mente de seus discípulos seria perturbada por sua paixão, predisse-lhes com muita antecedência tanto os sofrimentos dessa mesma paixão quanto a glória de sua ressurreição: para que, quando o vissem morrer, como ele havia anunciado, não duvidassem que ele também não ressuscitaria. Mas como os discípulos, ainda carnais, não podiam de modo algum entender as palavras desse mistério, ele recorreu a um milagre. Diante dos olhos deles, um cego recuperou a visão, para que o espetáculo das obras divinas fortalecesse a fé daqueles que não entendiam o anúncio de um mistério celestial. Mas os milagres de nosso Senhor e Salvador, amados irmãos, devemos aceitá-los de tal forma que acreditemos que eles realmente aconteceram e que insinuam alguma verdade para nós por meio de seu significado. Pois suas obras, por seu poder, mostram uma coisa, e pelo mistério que contêm, dizem outra. De fato, de acordo com a verdade histórica, não sabemos quem era esse homem cego, mas sabemos o que ele quer dizer alegoricamente. Esse cego é certamente o gênero humano, que, expulso na pessoa de nosso primeiro pai das alegrias do paraíso, ignorando o esplendor da luz celestial, sofre as trevas de sua condenação. Mas ele é iluminado, graças à presença de seu Redentor, de modo que já vê com desejo as alegrias da luz interior e dirige seus passos no caminho de uma vida santificada pelas boas obras. No entanto, deve-se observar que se diz que o cego recebe a visão quando Jesus se aproxima de Jericó. Jericó, de fato, significa a lua: ora, a lua nas escrituras sagradas é considerada uma imagem da fraqueza da carne, pois como diminui a cada mês, indica a fraqueza de nosso corpo mortal. Portanto, quando nosso Criador se aproxima de Jericó, o cego recupera a visão, pois quando a Divindade assumiu nossa carne fraca, a humanidade recebeu a luz que havia perdido. Pois quando Deus se submeteu ao que é humano, aconteceu que o homem foi elevado ao que é divino. E é com razão que esse homem cego nos é descrito como estando sentado no caminho, agarrando-se. Pois a própria Verdade diz: “Eu sou o caminho” (João 14:6)."
CREDO
OFFERTORIUM
Benedíctus es, Dómine, doce me iustificatiónes tuas: in lábiis meis pronuntiávi ómnia iudícia oris tui.
Bendito sejas, Senhor, ensina-me os teus mandamentos; os meus lábios proferiram todos os decretos da tua boca.
SECRETA
Hæc hóstia, Dómine, quaesumus, emúndet nostra delícta: et, ad sacrifícium celebrándum, subditórum tibi córpora mentésque sanctíficet. Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
Ó Senhor, nós Te pedimos, que essa hóstia nos purifique de nossos pecados e, santificando os corpos e as almas de Teus servos, disponha-os para a celebração do sacrifício. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e vive e reina convosco, em unidade com o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.
COMMUNIO
Ps 77:29-30
Manducavérunt, et saturári sunt nimis, et desidérium eórum áttulit eis Dóminus: non sunt fraudáti a desidério suo.
Eles comeram e ficaram satisfeitos, e o Senhor satisfez seus desejos: eles não ficaram desapontados com suas esperanças.
POSTCOMMUNIO
Orémus.
Quaesumus, omnípotens Deus: ut, qui coeléstia aliménta percépimus, per hæc contra ómnia adversa muniámur. Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum. Amen.
26 de fevereiro de 2025
SANTA MARGARIDA DE CORTONA, PENITENTE
Santa Margarida de Cortona, nascida em Perugia, depois de uma juventude pecadora, abalada pelo assassinato de sua concubina, pediu e obteve admissão na Ordem Terceira de São Francisco. Aqui, com admirável penitência e lágrimas abundantes, ela incessantemente lavou os pecados de sua vida passada e, das profundezas do pecado, foi frequentemente elevada por Deus aos mais altos picos da contemplação mística. Ela faleceu para seu Esposo celestial em 22 de fevereiro de 1297, com apenas 50 anos de idade. Inocêncio X aprovou seu culto em 17 de março de 1653. Esta nova Madalena foi finalmente canonizada por Bento XIII em 16 de maio de 1728. Ela é comemorada em 26 de fevereiro. Seu corpo, maravilhosamente incorrupto, exalando um doce odor e famoso por frequentes milagres, é venerado com grande honra na basílica a ela dedicada em Cortona.
15 de fevereiro de 2025
O MISTÉRIO DA REDENÇÃO: O TEMPO DA SEPTUAGÉSIMA (16 de fevereiro a 4 de março de 2025)
O CICLO DA PÁSCOA
Começa com as Primeiras Vésperas do Domingo da Septuagésima e termina com a Nona das Têmporas do Sábado de Pentecostes. É composto da seguinte forma:- O Tempo da Septuagésima (cor litúrgica de tempore roxa, 17 dias no total): as semanas da Septuagésima, Sexagésima, Quinquagésima Domingo com os dois dias seguintes.
- Quaresma (color de tempore litúrgica violeta, rosa no IV Domingo; 32 dias no total):
- Tempo da Paixão (color de tempore litúrgica roxa, 13 dias e meio no total):
O Segundo Domingo da Paixão ou Domingo de Ramos, e os três dias seguintes até as Completas da Quarta-feira Santa. O Tríduo Sagrado começa com o Ofício das Trevas na Quinta-feira Santa, que é cantado no final da tarde da Quarta-feira Santa, e termina com a Vigília Pascal. Cor litúrgica: branco na manhã de Quinta-feira Santa na Missa da Ceia do Senhor , preto na manhã de Sexta-feira Santa na Missa dos Pré-Santificados, roxo na manhã de Sábado Santo na Vigília Pascal (porém, quando o Diácono ou o Sacerdote carrega a arundina em procissão e canta o Exultet , ele o faz com a dalmática branca).
- Tempo Pascal (color de tempore litúrgica branca, 56 dias e meio no total):
Domingo de Páscoa com sua Oitava
As Quatro Semanas da Páscoa e o Quinto Domingo
Os três dias das Rogações (cor roxa na missa e na procissão)
A Festa da Ascensão, sua Oitava e a Sexta-feira seguinte
Véspera de Pentecostes (roxo na véspera e vermelho na missa)
A Festa de Pentecostes com sua Oitava (cor litúrgica vermelha, 7 dias no total). Durante a Oitava ocorrem os Quatro Dias de Têmporas.
Isso nos leva a um total de 17 semanas líquidas, ou 119 dias. As três primeiras semanas, ou seja, o Tempo da Septuagésima e os dias após a Quarta-feira de Cinzas, são encontradas na parte de inverno do Breviário; os outros quatorze, ou seja, os quatro da Quaresma, o Tempo da Paixão e o Tempo da Páscoa, na parte da primavera (pars verna). Após a Oitava de Pentecostes com Nenhuma no Sábado, o Tempo depois de Pentecostes e a parte de verão (pars aestiva) do Breviário começam com as Vésperas.
O ponto de apoio cronológico de todo esse sistema é o Domingo de Páscoa, ou seja, o domingo imediatamente seguinte à lua cheia que cai no equinócio da primavera ou depois dele. O equinócio não é considerado de um ponto de vista astronômico (e, portanto, varia a cada ano), mas em uma data convencionalmente escolhida, definida em 21 de março. Portanto, o Domingo de Páscoa só pode cair de 22 de março a 25 de abril, e todo o ciclo muda com ele, não podendo começar antes de 18 de janeiro nem terminar depois de 19 de junho.
Como veremos mais adiante, o Ciclo Pascal é seguido por um longo período litúrgico intermediário de duração variável (de 24 a 28 semanas, raramente 23) que o separa do Ciclo Natalino seguinte: o Tempo depois do Pentecostes.
- O Santíssimo Sacramento é exposto no Altar-Mor, e ali são celebradas somente as Missas de exposição e reposição, esta última coram SS.mo Sacramento . Pelo menos, tais são as rubricas escritas nos tempos católicos, quando os verdadeiros padres tinham verdadeiras igrejas e celebravam a verdadeira missa ali; Penso que hoje, se alguém tem apenas aquele Altar ou se ao celebrar em outro corre o risco de virar as costas ao Santíssimo Sacramento, a epikeia permite que se celebre também as outras Missas coram SS.mo.
- Devem ser utilizadas no mínimo vinte velas, que devem ser acesas continuamente e prontamente substituídas quando se apagam. Isso deve ser feito pelos clérigos, pois os leigos não podem, por nenhum motivo, acessar o presbitério durante a exposição.
- Com exceção das mulheres, ninguém jamais poderá cobrir a cabeça na presença do Santíssimo Sacramento. Portanto, nem mesmo as coberturas litúrgicas para a cabeça (zucchetto, barrete, mitra, galero) podem ser usadas.
- No início e no final das Quarenta Horas, será cantada a Ladainha dos Santos com seus versos e Orações.
- No segundo dia será celebrada uma Missa Votiva Privilegiada pela Paz e no terceiro dia novamente a da SS. Sacramento.
- As Missas Votivas Privilegiadas são celebradas com Glória e Credo; nas do Santíssimo Sacramento diz-se o Prefácio do Natal (no Domingo o da Santíssima Trindade ou o próprio) e, se as Quarenta Horas se celebram na Oitava de Corpus Christi, a Sequência.
- Nas missas celebradas durante a exposição o sino não é tocado.
- Os Ofícios serão celebrados em pé, se possível, mas ainda é possível sentar.
- Vésperas solenes antes da SS. Sacramento são muito semelhantes aos normais (sem a tampa), mas com essas variações:
- No Magnificat, o sacerdote e os ministros fazem duas genuflexões diante do altar, levantam-se, o incenso é derramado no turíbulo sem abençoá-lo, ajoelham-se e incensam o Santíssimo Sacramento. Sacramento (três rebatidas duplas). Ao se levantar, aproxime-se do Altar para incensá-lo como de costume (dupla genuflexão passando pelo centro). Então somente o sacerdote oficiante fica indignado.
- É totalmente proibido celebrar missas, ofícios de réquiem e absolvições no Monte, nas igrejas onde se celebram as Quarenta Horas, nem mesmo para funerais. Isso é permitido exclusivamente para a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, em 2 de novembro: neste caso, todas as Missas de Réquiem são celebradas em outro Altar e, a única exceção em que isso é permitido, são celebradas com paramentos roxos, e o catafalco tem uma cobertura roxa.
11 de fevereiro de 2025
APARIÇÃO DA BEM-AVENTURADA E IMACULADA VIRGEM MARIA EM LOURDES
🤍 Vestes brancas.
Quatro anos após a definição dogmática da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, na margem do rio Gave, perto da vila de Lourdes, na diocese de Tarbes, na França, a mesma Virgem se mostrou dezoito vezes, de 11 de fevereiro a 16 de julho de 1858, no riacho de uma rocha na gruta de Massabielle, a uma menina de quatorze anos chamada Bernadette (da família Soubirous), muito pobre, mas ingênua e piedosa. A Virgem Imaculada apareceu com uma aparência jovem e benevolente, coberta com um manto e um véu brancos como a neve e cingida com uma faixa azul; uma rosa dourada adornava seus pés descalços. No primeiro dia da aparição, que foi 11 de fevereiro de 1858, a Santíssima Virgem Maria ensinou a criança a fazer o sinal da cruz bem e com piedade e, deslizando em sua mão a coroa que antes estava pendurada em seu braço, encorajou-a, com seu exemplo, a recitar o Santo Rosário. Mas no segundo dia da aparição (14 de fevereiro de 1858), a menina, temendo, na simplicidade de seu coração, uma cilada diabólica, jogou água benta na Virgem; mas a Santíssima Virgem, sorrindo docemente, mostrou-lhe um semblante ainda mais benevolente. Na terceira aparição (18 de fevereiro de 1858), ela então convidou a menina para ir à gruta por quinze dias. A partir de então, ele falou com ela com mais frequência e a exortou a rezar pelos pecadores, beijar o chão e fazer penitência; depois, ordenou que ela dissesse aos padres que construíssem uma capela no local e que fossem até lá da mesma forma, com procissões solenes. Além disso, ordenou-lhe que bebesse da água da fonte, que ainda estava escondida sob a areia, mas que logo jorraria, e que se lavasse com ela. Finalmente, na festa da Anunciação, durante a décima sexta aparição (25 de março de 1858), quando a menina perguntou o nome daquela que se dignara a aparecer-lhe tantas vezes, a Virgem, levando as mãos ao peito e erguendo os olhos para o céu, respondeu em dialeto gascão: “Que soy era Immaculada Councepciou”, tradução: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
À medida que a fama das bênçãos que os fiéis teriam recebido na gruta sagrada crescia, o número de pessoas atraídas à gruta pela veneração do local aumentava a cada dia. Bertrand-Sévère Mascarou-Laurence, comovido pela fama dos prodígios e pela candura da jovem, quatro anos após os eventos descritos, em 18 de janeiro de 1862, depois de uma investigação legal dos fatos, reconheceu que as características da aparição eram sobrenaturais e permitiu que o culto à Virgem Imaculada fosse realizado na gruta. Em 4 de agosto de 1864, o próprio bispo de Tarbes participou da primeira procissão solene à gruta de Massabielle, onde abençoou uma estátua da Virgem Maria (obra do escultor Joseph-Hugues Fabisch) que foi colocada no nicho das aparições. Imediatamente, uma capela primitiva foi construída no local (a atual Cripta), inaugurada em 19 de maio de 1866; no mesmo ano, começaram as obras para a construção da Basílica da Imaculada Conceição (a atual Basílica Superior). Essa basílica, em estilo gótico do século XIII, construída no penhasco rochoso acima da caverna das aparições, foi abençoada em 15 de agosto de 1871 e consagrada em 2 de julho de 1876. Desde aquele dia, multidões quase incontáveis de fiéis têm se reunido ali todos os anos em votos e súplicas vindas da França, Bélgica, Itália, Espanha e outras partes da Europa e até mesmo de lugares distantes como as Américas, e o nome da Imaculada Conceição de Lourdes tornou-se famoso em todo o mundo. A água da fonte, levada a todas as partes do mundo, traz saúde aos doentes. E o mundo católico, verdadeiramente grato por tantos benefícios, ergueu maravilhosos monumentos sagrados ao redor dela. Inúmeros estandartes, enviados por cidades e povos como testemunhas dos benefícios recebidos, formam uma maravilhosa decoração para o templo da Virgem. Nessa quase moradia, a Virgem Imaculada é adorada continuamente: durante o dia, com orações, canções religiosas e outras funções solenes; à noite, com aquelas procissões sagradas em que multidões quase infinitas de peregrinos com velas acesas e fadas desfilam cantando louvores à Virgem Santíssima. Todos sabem como essas peregrinações reavivaram a fé neste século cheio de frieza, incentivaram as pessoas a professar a lei cristã e aumentaram admiravelmente a adoração à Virgem Imaculada. Nessa maravilhosa manifestação de fé, o povo cristão tem padres como duques, que conduzem seu povo até lá. Os próprios bispos freqüentemente vêm a esse santuário, presidem peregrinações e participam das festas mais solenes. Também não é muito raro ver os próprios príncipes da Igreja Romana, vestidos de púrpura, reunidos ali como humildes peregrinos. Por sua vez, os pontífices romanos, em sua devoção à Imaculada Conceição de Lourdes, enriqueceram o templo sagrado com os mais distintos favores. O Sumo Pontífice Pio IX honrou-o com santas indulgências, o privilégio de uma arquiconfraria e o título de Basílica Menor (desde 1874); e ele quis que a estátua da Mãe de Deus, que é venerada ali, fosse coroada com cerimônia solene por seu núncio apostólico na França. O Sumo Pontífice Leão XIII, então, conferiu inúmeros benefícios a ela, concedeu uma indulgência na forma de um jubileu no 25º aniversário da aparição e incentivou peregrinações com sua autoridade e palavras. Sob seu pontificado, em 1883, foram iniciadas as obras de construção de uma nova basílica sob o título de Nossa Senhora do Rosário (a atual Basílica Inferior), obra do arquiteto Léopold Amédée Hardy, que foi concluída em 7 de agosto de 1889 e solenemente consagrada pelo Card. Benoît-Marie Langénieux, Arcebispo de Reims, em nome do Sumo Pontífice, em 6 de outubro de 1901. Além disso, o mesmo Sumo Pontífice coroou a multiplicidade desses privilégios concedendo, graciosamente, sob a oração de muitos bispos, a celebração de uma festa solene sob o título de Aparição da Imaculada Virgem Maria, com seu próprio Ofício e Santa Missa. Finalmente, o Sumo Pontífice São Pio X, em sua piedade para com a Mãe de Deus, e para cumprir os votos de um grande número de bispos, estendeu a mesma festa à Igreja universal.
Portanto, a festa de hoje nos lembra do triunfo de Maria Santíssima sobre a serpente infernal. Como a mulher vista pelo Apóstolo São João “vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça”, a Virgem de Lourdes aparece vestida com um manto e um véu brancos como a neve, com um cinturão celestial, e traz nos pés descalços uma rosa dourada, tantos símbolos de seu amor virginal. A Santíssima Virgem exorta à penitência os infelizes filhos de Eva, que não foram preservados do pecado como ela. É somente no dia da Anunciação que a Santíssima Virgem declara seu nome, querendo mostrar que, em vista da Encarnação, Deus lhe concedeu “isenção do pecado original”. Lembrando que Maria Santíssima é “a arca da nova aliança”, recorramos com confiança a ela que, “cheia de graça, vem visitar nossa terra para multiplicar em nós os dons de suas riquezas”.
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Efígie da Santíssima Virgem Maria na gruta da aparição. |
A festa litúrgica, por Cardeal Schuster.
Esta festa foi estendida a toda a Igreja Latina somente sob Pio X, meio século depois da aparição da Virgem à Beata Bernardina Soubirous. Assim como antigamente um grande número de dioceses celebrava a aparição do Arcanjo Miguel no Monte Gargano, agora que a devoção ao Santuário Mariano de Lourdes ganhou fama mundial, pareceu apropriado que toda a Igreja Ocidental celebrasse de forma semelhante as múltiplas aparições da Virgem Imaculada àquela pastora inocente e ingênua. Essas revelações, autenticadas por milhares de milagres, certamente queriam, na intenção da Providência, ser como o selo do Céu na promulgação do dogma da imaculada concepção de Maria, feita por Pio IX alguns anos antes. Eles são, portanto, de certa forma, parte da história dos nossos dogmas católicos e, neste aspecto, a festa litúrgica de hoje tem um alto significado apologético, na medida em que demonstra que o Espírito Santo, segundo a promessa divina, deduz … in omnem veritatem.
A antífona para o Intróito é derivada do Apocalipse (xxi, 2): "Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, descendo do céu, onde Deus está, adornada como uma virgem que vai para o seu marido." Segue-se o primeiro versículo do Salmo 44. A beleza externa da Virgem, quando, vestida de branco, com uma faixa azul em volta da cintura e rosas aos pés, apareceu à piedosa Bernardina, indica as sublimes virtudes com que atraiu a si o Verbo de Deus, de modo que ele a escolheu como sua Mãe. A primeira parte da coleta é retirada da Missa da Imaculada Conceição. Assim como Deus coordenou a imaculada concepção de Maria com a encarnação adequada de seu Cristo, que floresce como uma flor em um caule plantado em solo virgem e incontaminado, assim também Ele proteja nosso corpo e nossa alma de todo mal; para que também nós sejamos templo digno e incorruptível do Espírito Santo e tabernáculo da divindade. A lição vem do Apocalipse (XI, 19; XII, 1, 10), onde João descreve o templo celeste e a Arca do Testamento, sob cujas figuras o Espírito Santo designa precisamente Maria. Ela é, de fato, aquela mulher de que falam os versículos seguintes, e a quem o sol serve de manto, a lua de trono sob seus pés, as estrelas de diadema, e que apareceu ao Apóstolo cheia de majestade e glória, preludiando assim o triunfo definitivo e final de Cristo. O responsório gradual é retirado do Cântico (n, 12-14): «as flores desabrocharam no nosso campo; É época de poda, pois já é possível ouvir o arrulhar das rolas. Levanta-te, minha amada, minha brilhante, e vem, minha pomba, entre as fendas das rochas, entre as rochas das cavernas." – A aplicação à caverna da aparição é verdadeiramente feliz.
O verso do aleluia é retirado do mesmo cântico (Cant. II, 14): «Mostra-me o teu rosto, e faze com que a tua voz ressoe nos meus ouvidos, porque a tua voz é doce e o teu rosto é formoso». Na Virgem Maria tudo era santidade e graça, porque tudo procedia daquele Espírito Paráclito do qual Ela era o tabernáculo. Depois da Septuagésima, em vez do verso anterior, deve ser cantado o salmo. O editor moderno, no entanto, parece ter ignorado sua estrutura, pois, em vez de um salmo, ele nos forneceu uma pequena rapsódia de versos reunidos da melhor forma possível. ludith (XV, 10): V. «Tu, glória de Jerusalém, alegria de Israel, adorno da nossa nação» Cant. IV, 7: V. «Tu és toda pura, ó Maria, e em ti não há mancha de culpa». V. "Bendita és tu, ó Maria, Virgem santa, e mereces todo o louvor, pois com teu pé virginal esmagaste a dureza da serpente." Maria é o orgulho e a glória do gênero humano, pois nela a posteridade de Adão alcançou a vitória sobre o dragoeiro infernal, cujo hálito venenoso jamais conseguiu contaminar o coração da Virgem. A lição do Evangelho de hoje consiste em uma passagem simples daquela lida nas quartas-feiras das Quatro Estações do Advento. A Virgem é acolhida pelo Anjo, que lhe anuncia a sublime dignidade à qual Deus a eleva, escolhendo-a como mãe do seu Filho unigénito encarnado. É Maria quem dá o nome de Jesus ao seu divino Filho, querendo indicar-nos o Espírito Santo com este detalhe, que se Jesus é o Salvador do gênero humano, Maria é contudo a dispensadora destes tesouros de redenção. O versículo do ofertório é idêntico ao da festa da Imaculada Conceição, exceto pelo Aleluia, que hoje é omitido. O editor moderno das coletas para esta missa está muito preocupado com as curas milagrosas que ocorrem na caverna de Lourdes para acreditar que, depois de já ter pedido pela saúde do corpo ou da alma na primeira coleta, ele pode prescindir de repetir a mesma súplica na oração sobre os oblatos. Ele, portanto, nos faz pedir ao Senhor que, pelos méritos da Virgem. Imaculada, que o Sacrifício que estamos prestes a oferecer à Divina Majestade suba ao céu como um aroma delicioso, e obtenha a desejada saúde física e moral. O prelúdio da anáfora eucarística, isto é, o prefácio, é como o dia 8 de dezembro. O versículo para a Comunhão vem do Salmo 64: “Tu visitas a terra e a regas; tu a tornas extremamente rica.” Esta visita, que rega o coração e o torna fértil com obras santas, é precisamente o que Jesus nos dá na Sagrada Comunhão. É justamente dos tesouros de Jesus que Maria, por sua vez, tira aquela fonte copiosa de graças, simbolizada em Lourdes naquela fonte de água que jorrava da rocha viva da gruta e que, recolhida, confere saúde a muitos doentes.
Em Lourdes, depois da missa e da comunhão, os peregrinos pedem à Virgem uma última bênção antes de retomar o caminho de volta à sua terra natal. Este é o conceito que inspira a coleta de agradecimento de hoje: "Que a Santíssima Virgem conforte com sua poderosa mão direita todos aqueles que agora se aproximam para receber o alimento celestial, para que todos possam chegar felizes à pátria eterna."
(Cardeal Alfredo Ildefonso Schuster OSB, Liber Sacramentorum. Notas históricas e litúrgicas sobre o Missal Romano. Vol. VI. A Igreja Triunfante (As Festas dos Santos durante o ciclo do Natal) (terceira edição) , Turim-Roma, 1930, pp. 233-235).
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